As espermatófitas (Spermatophyta, antigamente chamadas de Fanerógamas) são as plantas vasculares com sementes e constituem uma linhagem muito diversificada, com cerca de 270.000 espécies. Esse grupo de plantas inclui as gimnospermas e as angiospermas. As principais características das espermatófitas são a heterosporia e o crescimento secundário. A heterosporia é a produção de dois tipos de esporos, os micrósporos (esporos masculinos) e os megásporos (esporos femininos), que originarão os microgametófitos (gametófitos masculinos) e os megagametófitos (gametófitos femininos), respectivamente. Essa condição foi um passo importante para o surgimento das sementes. O crescimento secundário é o crescimento do caule em espessura, sendo os meristemas laterais, chamados de câmbio vascular e felogênio, os tecidos responsáveis por este crescimento.
A semente é a unidade reprodutiva das espermatófitas, estando relacionada com a dispersão e sobrevivência dessas plantas. Ela é constituída pelo embrião, um tecido de reserva nutritivo (geralmente o endosperma) e um envoltório protetor, denominado de tegumento ou casca. A formação das sementes se inicia com a fecundação da oosfera, contida no óvulo. Nas gimnospermas, cujo nome significa “sementes nuas”, os óvulos, e posteriormente as sementes, não permanecem no interior de um carpelo (unidade do gineceu, estrutura reprodutiva feminina da flor), desenvolvendo-se sobre os esporofilos (folhas férteis, onde os esporos são produzidos), escamas ou estruturas correspondentes. Nas angiospermas ocorre um fenômeno denominado dupla fecundação: um dos gametas masculinos se une a oosfera, produzindo o zigoto, ao passo que o outro gameta se associa aos dois núcleos polares, formando o endosperma, um tecido de reserva. Nesse grupo de plantas também ocorre o desenvolvimento do fruto, que protege a semente e auxilia na sua dispersão.
Existem quatro filos com representantes atuais das gimnospermas: Coniferophyta (coníferas), Cycadophyta (cicadófitas), Ginkgophyta (ginkgo) e Gnetophyta (gnetófitas). As angiospermas pertencem ao filo Anthophyta, sendo divididas em duas grandes classes, as monocotiledôneas, que incluem as palmeiras, bromélias e orquídeas, e as eudicotiledôneas, tendo como representantes o feijão, o ipê-amarelo e a soja. Juntas, essas classes correspondem a 97% das espécies de angiospermas. Os remanescentes são aquelas plantas que apresentam características mais primitivas, sendo a maioria incorporadas no grupo das magnoliídeas, que inclui a família do louro, da pimenta, do papo-de-peru e da magnólia.
As coníferas fazem parte do filo com maior número de espécies dentro das gimnospermas (Figuras 1 e 2). Ocorrem com frequência em regiões frias e temperadas. No Brasil, a araucária ou pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) é uma gimnosperma típica da região sul que produz uma semente comestível, o pinhão, que é muito apreciada tanto pelos seres humanos quanto pelos animais (Figura 2). Os pinheiros do gênero Pinus, uma das coníferas mais conhecidas, possuem folhas em forma de acículas dispostas em feixes nos ramos. Essas folhas apresentam adaptações anatômicas para crescerem em ambientes secos.
As cicadófitas estão localizadas em regiões tropicais e subtropicais. Por apresentarem as folhas organizadas em forma de coroa na parte de cima do caule, acabam sendo confundidas com palmeiras. O filo Ginkgophyta inclui apenas uma única espécie, o Ginkgo biloba. Já as gnetófitas atuais abrangem 3 gêneros: Gnetum, Ephedra e Welwitschia. Essas espécies apresentam certas características morfológicas parecidas com as que ocorrem nas angiospermas, como a semelhança dos estróbilos com inflorescências, a presença de elementos de vaso (célula característica do xilema de angiospermas) e a ausência de arquegônios. Por isso, acredita-se que as gnetófitas sejam o grupo de gimnospermas mais próximo das angiospermas.
Existem certos atributos que dividem as angiospermas em monocotiledôneas e eudicotiledôneas (Figuras 3 e 4). As monocotiledôneas apresentam apenas um cotilédone nas suas sementes, possuem folhas com nervuras paralelas, raízes fasciculadas, partes da flor em número múltiplo de três (ex: três estames, três ou seis pétalas, etc.) e a ocorrência do crescimento secundário do caule em poucas espécies. Já nas eudicotiledôneas estão presentes dois cotilédones nas sementes, além de exibirem folhas com nervuras reticuladas, raiz pivotante, partes da flor em número múltiplo de quatro ou cinco e a presença usual do crescimento secundário no caule.
Referências bibliográficas:
Appezzato-da-Glória, B. & Carmello-Guerreiro, S.M. 2006. Anatomia Vegetal. 2ª ed. Viçosa: Ed. UFV, 438 p.
Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellogg, E.A.; Stevens, P.F. & Donoghue, M.J. 2009. Sistemática Vegetal – Um enfoque filogenético. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 612 p.
Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.
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