Função exponencial

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Funções exponenciais são ferramentas muito importantes para a matemática devido ao número imenso de aplicações que ela nos proporciona. Alguns estudos que fazem uso desse tipo de funções são aqueles envolvendo cálculos financeiros,datação por carbono-14 de minerais e artefatos arqueológicos, crescimento de bactérias e populacional e muitas outras aplicações práticas. Sendo assim, vamos às definições: Seja uma função e 𝑎, uma constante real. Essa função é chamada de exponencial se a lei de associação puder ser escrita da forma:

Obs.: Para melhor compreensão do conteúdo, é recomendado que o leitor revise as definições de funções matemáticas e de equações exponenciais.

Gráfico de uma função exponencial

A função exponencial admite duas interpretações do seu gráfico:

a > 1 - Estritamente crescente

0 < a < 1 – Estritamente decrescente

Funções exponenciais de base e

É uma função exponencial onde a base é a constante de Euler, ou simplesmente e. A sua forma será:

Aplicações:

Vejamos agora alguns exercícios práticos envolvendo funções exponenciais:

1) O número de bactérias de uma certa cultura pode ser previsto pela função:

Onde k é uma constante positiva e t é o tempo dado em dias. O número inicial de bactérias aumentou 100 vezes em 2 dias, qual será o número de bactérias após 30 dias?

Vamos solucionar este problema da seguinte maneira: Considere que um número inicial de bactérias possa ser chamado de N0 e esse número foi calculado no tempo t=0. Sendo assim:

Como o problema nos diz que o número de bactérias aumentou 100 vezes em relação a N0 num tempo 𝑡=2, temos, resolvendo a equação exponencial:

Agora, as nossas constantes já foram calculadas, o que resulta na função exponencial:

Como o exercício pede, o número de bactérias num tempo 𝑡 = 30, então:

Resultando então em 2 ∙ 1053 bactérias num espaço de 30 dias.

2) Chamamos de montante (𝑀) a quantia que uma pessoa deve receber após aplicar um capital (𝐶), a juros compostos, a uma taxa (𝑖) durante um tempo (𝑡). O montante é calculado segundo a formula:

Supondo que o capital aplicado foi de R$ 200.000,00 a uma taxa de 12% ao ano durante 3 anos, qual será o montante no final da aplicação?

Para calcular este problema basta substituir pelos valores dados, mas atenção ao valor da taxa, que está em porcentagem, neste caso podemos dizer que:

Voltando, temos:

Referências Bibliográficas

GUIDORIZZI, Hamilton L. Um Curso de Cálculo: Volume 1. Rio de Janeiro: Editora LTC,2001.

DEMANDA, Franklin D; WAITS, Bert K.; FOLEY, Gregory D.; KENNEDY, Daniel. Pré Calculo. São Paulo: Pearson, 2013.

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Defenestração de Praga

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A partir de 1618, várias nações Europeias participaram de uma série de guerras e conflitos que ficou conhecida como Guerra dos Trinta Anos, evento inserido no contexto marcado pelo absolutismo e pelas reformas religiosas na Europa.

O estopim dos conflitos foi o episódio conhecido como Defenestração de Praga, ocorrido em maio de 1618. Para sua melhor compreensão, é necessário retomar alguns pontos da história do Sacro Império Romano-Germânico.

No século X, durante o reinado de Oto I (912-973), o território do Reino Germânico se expandiu por meio de conquistas militares. Em 962, o papa João XII coroou Oto I imperador de um império que, séculos depois, passaria a ser chamado de Sacro Império Romano-Germânico. Ao longo de sua existência, o Sacro Império foi governado por diferentes dinastias e vivenciou disputas de políticas, sociais, econômicas e religiosas.

Na Boêmia, por exemplo, ideias contra a Igreja Católica ganharam força a partir do século XIV, com as pregações e denúncias de John Huss, padre e reitor da Universidade de Praga – capital do Reino da Boêmia, um Estado imperial do Sacro Império. Dentre as práticas da Igreja criticadas por Huss, estavam a venda de indulgências e a riqueza do clero.

Acusado de heresia, Huss foi morto na fogueira em 1415. Seus seguidores, os hussitas, também foram perseguidos, mas reagiram, levando às Guerras Hussitas, em 1419. Os conflitos terminaram na década de 1430 com a derrota dos hussitas radicais (taboritas) após os hussitas moderados (utraquistas) unirem-se aos católicos. Na segunda metade do século XV, a Igreja desfez o acordo com os utraquistas e tornou o catolicismo a religião oficial da Boêmia.

A partir do início do século XVI, o ex-monge agostiniano Martinho Lutero passou a contestar o clero católico, marcando o começo das reformas religiosas na Europa. Rapidamente, as ideias de Lutero ganharam apoio de vários grupos em todo o Sacro Império, como a nobreza, que viu nesse movimento a oportunidade de contestar o poder da Igreja

Carlos V, da dinastia Habsburgo, comandou o Sacro Império de 1519 a 1556, período no qual as disputas entre católicos e protestantes se intensificaram. É desse período, também, a assinatura da Paz de Augsburgo (1555), que estabeleceu a liberdade religiosa no Império. Com o acordo, os príncipes-eleitores do império poderiam decidir a religião oficial das regiões sob seu domínio.

Como já mencionado, diferentes dinastias dominaram o Sacro Império ao longo de sua história, como a dinastia Habsburgo, que esteve no poder do século XV ao final do Império, no século XIX.

Ainda no início da década de 1610, quando Matias, um dos membros da Casa Habsburgo que dominaram o Sacro Império, ainda estava no poder, Fernando II foi escolhido como seu sucessor.

Católico educado por jesuítas, Fernando assumiu o trono da Boêmia em 1617. Entusiasta da Contrarreforma – movimento da Igreja Católica em resposta às reformas religiosas –, promoveu intensa perseguição aos protestantes, ordenando, inclusive, a demolição de templos luteranos.

Ilustração de Johann Philipp Abelinus da segunda Defenestração de Praga em 1618.

Como reação, em 23 de maior de 1618, um grupo de protestantes foi até o Castelo de Praga e atirou pela janela (defenestrou) três membros do governo de Fernando II. Embora a ação não tenha provocado a morte desses funcionários reais, ela acentuou as tensões entre católicos e protestantes na Europa, as quais deram origem, ainda em 1618, à Guerra dos Trinta Anos. Em um cenário já conturbado, a Defenestração de Praga constitui-se no estopim de uma das guerras mais devastadoras do continente europeu.

Referências:

Espínola, Hugo. Tolerância: conceitos, trajetórias e relações com os direitos humanos. Curitiba: Appris, 2018.

LOYN, H. R. (org.) Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

SCHÜLER, Arnaldo. Dicionário Enciclopédico de Teologia. Canos: Editora da Ulbra, 2002.

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Declaração de Direitos de 1689

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A Inglaterra do século XVII foi marcada por um processo revolucionário que transformou sua história e tentou limitar o poder dos reis absolutistas à época. Conhecido como Revolução Inglesa, esse processo engloba dois movimentos principais: a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa, ambas de caráter liberal.

Ainda início do século XVII, em 1603, com a morte da rainha Elizabeth I (da dinastia Tudor), Jaime I, seu primo e rei da Escócia, assumiu o trono inglês, iniciando a fase da dinastia Stuart no poder.

O governo absolutista de Jaime I, respaldado na teoria do direito divino dos reis, perseguiu puritanos, impondo o anglicanismo à população; dissolveu o Parlamento (onde havia representantes da burguesia, do alto clero e da alta nobreza); e adotou medidas economicamente prejudiciais à burguesia, que vivia um momento de prosperidade.

Após a morte do primeiro rei inglês da dinastia Stuart, seu filho, Carlos I, assumiu o trono, em 1625, aprofundando o caráter absolutista já presente na política inglesa. O monarca criou novos impostos e restaurou antigos tributos, como o Ship Money, aumentando ainda mais o descontentamento de alguns setores sociais, como a burguesia mercantil.

A perseguição aos opositores do rei foi intensa, e os embates entre o Parlamento – convocado por Carlos I, novamente, em 1640 – levaram a uma guerra civil que durou até 1649, quando o rei foi deposto e decapitado, ao final da Revolução Puritana. Instaurou-se, na Inglaterra, a República de Cromwell. No poder, o líder puritano Oliver Cromwell impôs uma ditadura que sufocou grupos opositores diversos e lhe concedeu poderes ilimitados.

Seu filho, Richard, assumiu o poder após sua morte, em 1658. Enfraquecido e sem apoio, o herdeiro de Cromwell foi deposto e, em 1660, a monarquia inglesa foi restaurada sob o comando de Carlos II, sucedido por seu irmão, Jaime II, em 1685. No cenário de restabelecimento do absolutismo, o Parlamento e a monarquia voltaram a se enfrentar, até que Jaime II foi desposto em 1688, por tropas parlamentares.

Nesse processo, chamado de Revolução Gloriosa, no qual não houve derramamento de sangue, o Parlamento escolheu o príncipe holandês Guilherme de Orange para ocupar o trono, como Guilherme II. Sua esposa, a inglesa Mary Stuart, era filha de Jaime II.

Ao assumir o trono, Guilherme II assinou a Declaração de Direitos de 1689, a Bill of Rights, elaborada pelo Parlamento, considerado um dos mais importantes documentos constitucionais ingleses.

Um dos principais objetivos da declaração é limitar o poder do monarca na Inglaterra e dar mais poder ao Parlamento, representando sua soberania sobre o rei. A monarquia parlamentar foi instituída e o absolutismo inglês chegava ao fim.

Além disso, a declaração garantiu a liberdade individual, incluindo a liberdade de imprensa e o direito à propriedade privada, e definiu os deveres dos cidadãos ingleses, que deixavam de ser súditos. É importante destacar que, embora o documento tenha limitado os poderes do rei de acordo com a vontade popular, o povo, neste caso, foi representado pelo Parlamento.

A Revolução Inglesa, encerrada com o fim da Revolução Gloriosa, e a Declaração de Direitos de 1689 fortaleceram a burguesia e o liberalismo na Inglaterra, contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo e formando um cenário propício ao pioneirismo inglês na Revolução Industrial do século XVIII.

Referências:

CARVELLI, Urbano. SCHOLL, Sandra. Evolução histórica dos direitos fundamentais. Da Antiguidade até as primeiras importantes declarações nacionais de direitos. Revista de Informação Legislativa. Brasília a. 48, n. 191 jul./set. 2011.

FRAGOSO, João. GUEDES, Roberto. KRAUSE, Thiago. A América portuguesa e os sistemas atlânticos na Época Moderna: monarquia pluricontinental e Antigo Regime. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.

HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa: Presença, 1983.

HUME, David. História da Inglaterra: da invasão de Júlio César à Revolução de 1688. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2017.

ISHNAY, Micheline R. (org.). Direitos Humanos: uma antologia – Principais escritos políticos, ensaios, discursos e documentos desde a Bíblia até o presente. São Paulo: Edusp/NEV USP, 2006.

MONDAINI, Marco. Revolução Inglesa. O respeito ao direito dos indivíduos. In: PINKSY, Jaime. PINSKY, Carla B. (org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2013.

TRINDADE, José Damião de Lima. História social dos direitos humanos. São Paulo: Peirópolis, 2002.

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Declaração de Indulgência

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O absolutismo na Inglaterra passou por diferentes fases desde que surgiu, com a subida de Henrique VII ao trono, em 1485, após o fim da Guerra das Duas Rosas. Nesse conflito, iniciado em 1455, duas famílias da nobreza – a Casa de York e a Casa de Lancaster – disputaram o poder.

Henrique VII, da dinastia Tudor, governou de forma centralizadora e absolutista, e seu sucessor, Henrique VIII, não somente deu continuidade a esse modelo político, como o reforçou.

Em seu governo, criou a Igreja Anglicana. Assim, rompeu com a Igreja Católica e reduziu o poder da instituição na Inglaterra, no contexto das reformas religiosas que ocorriam na Europa.

Após sua morte, o trono foi assumido por sua filha Elizabeth I, em 1558. Seu governo representa o auge do absolutismo na Inglaterra, que nesse período se tornou a maior potência econômica europeia.

O ano de 1603 marca o fim da dinastia Tudor no poder, quando o trono inglês foi ocupado por Jaime I, escocês, primo de Elizabeth e pertencente à dinastia Stuart. Durante o reinado de Jaime I, as tensões entre a monarquia e o Parlamento se intensificaram.

Dando continuidade ao absolutismo que se fazia presente desde o século XV na Inglaterra, Carlos I, filho de Jaime I, assumiu o trono em 1625. Durante seu reinado, grupos opositores foram intensamente perseguidos.

Em 1628, o Parlamento impôs a Petição de Direitos ao monarca, buscando limitar seus poderes, mas o rei a desrespeitou, impondo medidas, como a criação de impostos, que desagradaram diferentes grupos, como a burguesia.

Os confrontos entre o Parlamento e o rei, em um cenário de crise econômica, levaram a uma guerra civil, com início em 1642, vencida pelo Parlamento – lado formado por setores como a burguesia mercantil, a gentry (nobreza rural) e os puritanos.

A Revolução Puritana, como ficou conhecida, terminou com a morte de Carlos I, decapitado em 1649, e a proclamação de uma República, governada por Oliver Cromwell, líder puritano que comandou o exército parlamentar durante a guerra civil.

O governo de Cromwell foi marcado pelo autoritarismo e durou até 1658. Com a morte do puritano, seu filho, Richard, assumiu o poder. Enfraquecido e sem apoio, comandou o governo inglês por menos de um ano, e em 1660 teve início o processo de restauração da monarquia.

Carlos II foi o primeiro rei da fase de restauração monárquica, seguido de Jaime II, seu irmão, que, no poder, deu continuidade ao restabelecimento do absolutismo na Inglaterra.

Jaime II, convertido ao catolicismo quando esteve exilado na França, para onde fugiu quando a República de Cromwell foi instaurada, ocupou o trono a partir de 1685. Uma das medidas tomadas pelo rei foi a Declaração de Indulgência, de 1687, que concedia certa liberdade religiosa aos ingleses.

O termo “indulgência” traz a ideia de perdão de erros, e, no contexto em questão, a concedê-la significou a suspensão das leis que penalizavam católicos e praticantes de outras religiões na Inglaterra protestante.

O texto do documento foi editado algumas vezes. Em uma delas, o monarca estabeleceu que a declaração fosse lida em todas as igrejas anglicanas, provocando a reação de bispos e fiéis, que viam na medida do rei uma tentativa de tornar o catolicismo a religião oficial da Inglaterra.

A situação tornou-se insustentável após o nascimento do filho de Jaime II com a rainha Maria de Módena, em 1688, representando a possibilidade de que o trono inglês fosse ocupado, futuramente, por um católico.

O Parlamento, de maioria protestante, deu início a um processo que levou à deposição do rei. O trono foi entregue a Guilherme de Orange, casado com Mary Stuart, filha de Jaime, que assumiu com uma série de limitações impostas pelo próprio Parlamento. O movimento, conhecido como Revolução Gloriosa, implantou uma monarquia constitucional e fortaleceu o poder da burguesia na Inglaterra.

Referências:

BRIGGS, Asa. BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

POOLE, Hilary (org.) et. al. Direitos Humanos: referências essenciais. São Paulo: Edusp/NEV, 2007.

SIMMS, Brendan. Europa – a luta pela supremacia: de 1453 aos nossos dias. Lisboa: Edições 70, 2015.

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Conspiração dos Iguais

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No final do século XVIII, a Europa vivenciou alguns dos momentos de maior impacto de sua história. O principal fator que levou às intensas mudanças políticas, sociais e econômicas do período foi a Revolução Francesa, iniciada em 1789. Nesse contexto, a tomada da Bastilha em Paris, em julho do mesmo ano, marca, simbolicamente, a queda do Antigo Regime na França e o início de uma fase revolucionária que duraria dez anos.

Esse período, da queda do absolutismo francês à chegada de Napoleão Bonaparte ao poder, pode ser dividido em três fases principais: monarquia constitucional; convenção nacional; e Diretório.

A primeira fase foi marcada pela aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e da primeira Constituição da França (1791), enquanto a segunda fase foi marcada pela disputa entre três principais grupos políticos, os girondinos, os jacobinos e a planície, até o momento em que teve início o radical Período do Terror, liderado pelos jacobinos. Por fim, a fase do Diretório é marcada pela retomada do poder pelos girondinos e pela aprovação de uma nova Constituição (1795), que anulou conquistas obtidas anteriormente, devolvendo privilégios à burguesia.

A Conspiração dos Iguais, de 1796, ocorreu nesta última fase, e para melhor compreensão do movimento, é importante destacar outras características do governo do Diretório. Como mencionado, nesse período, especificamente em 1795, foi aprovada uma nova Constituição, a terceira desde o início da Revolução (as anteriores datam de 1791 e 1793). Nela, foi estabelecido o fim do voto universal masculino e implementado o voto censitário, provocando a insatisfação de grande parte da população francesa, proibida de votar.

Durante o governo do Diretório a França vivenciou uma crise econômica, gerando instabilidade e tentativas de derrubada do governo por diversos grupos, combatidos pelo exército, fortalecido por vitórias no exterior. É nesse cenário que o jovem general Napoleão Bonaparte se destaca, e que surge a Conspiração dos Iguais.

Liderado pelo jacobino radical e jornalista François Babeuf, nascido em 1760 e conhecido como Gracchus Babeuf, o movimento lutava pela igualdade entre todas as pessoas, em uma sociedade na qual a terra pertenceria a todas elas, ou seja, propunha o fim da propriedade privada.

François-Noël_Babeuf, 1794.

A conspiração pode ser vista como o primeiro movimento de caráter de fato revolucionário no contexto da Revolução Francesa e como precursora do movimento socialista moderno. Suas intencionalidades foram registradas no Manifesto dos Iguais, redigido por Babeuf em 1796. No texto, dirigido ao “povo da França”, há questionamentos, promessas e afirmações. A luta por igualdade é tema central e a Revolução Francesa é mencionada como antecessora de uma revolução mais intensa e defendida pelos Iguais:

Desde tempos imemoriais se vem repetindo hipocritamente: os homens são iguais. Mas desde há longo tempo que a desigualdade mais vil e mais monstruosa pesa insolentemente sobre o gênero humano. [...]

Todos somos iguais, não é verdade? [...] Pois bem, o que pretendemos é viver e morrer iguais já que como iguais nascemos: queremos a igualdade efetiva ou a morte. [...]

A Revolução Francesa não é mais do que a vanguarda de outra revolução maior e mais solene: a última revolução. [...]

Quais os sinais que nos permitem reconhecer as qualidades de uma Constituição? Aquela que se apóia integralmente sobre a igualdade é, na realidade, a única que te convém, a única que satisfaz as tuas aspirações (Babeuf, 1796).

No entanto, pouco depois de surgir, o movimento foi denunciado e esmagado pelo Diretório. Seus líderes foram presos ainda em 1796, e condenados à morte na guilhotina. Babeuf foi executado em 1797, mas a derrota da conspiração não significou seu fim definitivo, uma vez que inspirou movimentos posteriores na luta por uma sociedade igualitária.

Referências:

BABEUF, Gracchus. Manifesto dos Iguais, 1796. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/a_pdf/babeuf_manifesto_dos_iguais.pdf. Acesso em: 01 abr. 2019.

HARVEY, David. Paris, a capital da modernidade. São Paulo: Boitempo, 2015.

MARTINEZ, Luciano. Condutas antissindicais. São Paulo: Saraiva, 2013.

MELLO, Sérgio Cândido. Norberto Bobbio e o debate político contemporâneo. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2003.

SPINDEL, Arnaldo. O que é socialismo. São Paulo: Brasiliense, 1991.

VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Editora Unesp, 2007.

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Transformação de plásticos por injeção

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Dentre os diversos tipos de transformação de plásticos, existem alguns que são diferenciados e específicos para determinadas aplicações.

Os processos de injeção de termoplásticos possuem tecnologias que são aplicadas nos ferramentais e equipamentos para possibilitar a fabricação de produtos de alta tecnologia e elevada complexidade em segundos, possibilitando a produção de peças técnicas elaboradas em escala industrial. Os processos de Injeção a gás, Injeção a água, Injeção Multicomponentes, In Mold Label (IML), Injeção Sopro, entre outros diversos processos relacionados à injeção de plásticos, possibilitam a fabricação de peças de alta qualidade e dificuldade técnica, que só é possível através de equipamentos e ferramentais específicos, desenvolvidos para estas aplicações.

Injeção a gás

Proporciona a fabricação de peças com menor massa, reduzindo o custo de peças que utilizariam grande quantidade de resina para serem fabricadas. Além de proporcionar leveza à peça, a inserção de gás no interior da peça reduz o ciclo de produção e facilita o resfriamento da mesma. Normalmente utiliza-se o nitrogênio a alta pressão. Durante o processo de injeção, insere-se o material plástico fundido na cavidade do molde e em seguida aplica-se o gás que empurra o material contra a parede do molde, mantendo seu interior preenchido pelo gás, que é liberado após a extração da peça, formando um interior vazio.

Injeção a água

É bastante semelhante à injeção a gás, contudo utiliza-se água industrial ao invés de gás para empurrar o material fundido contra a parede do molde. Após a extração da peça, a água necessita ser removida do interior da peça, causando uma pequena desvantagem quando comparado à injeção a gás.

Injeção multicomponentes

O processo de injeção pode ser realizado utilizando-se dois ou mais materiais distintos (desde que haja compatibilidade entre eles) em um único ciclo de injeção. Também é possível injetar peças que são feitas do mesmo material em cores diferentes, injetadas de uma única vez em um único ciclo, este é o caso da injeção de lanternas de veículos, onde o PMMA das diversas cores (vermelho, amarelo, transparente) é injetado em um único ciclo através do processo de injeção multicomponente. Este processo requer moldes e equipamentos especiais e possui custo elevado de implantação, e em alguns casos o ferramental (molde) pode custar mais que a própria máquina injetora. Este processo é muito utilizado na indústria automotiva, fabricação de escovas de dentes (injeção de várias cores ou materiais), lâminas de barbear, brinquedos, entre outros.

Este processo é muito utilizado na indústria automotiva, fabricação de escovas de dentes (injeção de várias cores ou materiais), lâminas de barbear, brinquedos, entre outros.

In Mold Label (IML)

Este processo possibilita a injeção, sopro ou termoformagem de peças onde os rótulos ou desenhos da peça são inseridos no próprio processo de transformação, não necessitando ser colado ou pintado em outra etapa do processo, ou seja, a peça sai pronta da máquina, com a arte da peça já inserida durante a fabricação da mesma. Essa técnica possibilita garantir melhor fixação da arte à peça, feita em substrato de papel ou Filme de BOPP (filme de Polipropileno Bi-Orientado) normalmente, e tem excelente adesão ao material polimérico.

Injeção sopro

O processo de injeção sopro consiste em soprar uma pré – forma (que foi injetada anteriormente), afim de obter a região do gargalo ou bocal do produto com melhor estabilidade dimensional e melhores propriedades de acabamento, tendo em vista que o processo de extrusão sopro tradicional não possibilita a formação de gargalos e bocais com detalhes técnicos e bom acabamento como o processo de injeção sopro.

Este processo é amplamente utilizado na fabricação de embalagens, principalmente garrafas feitas em PET, garrafões de água, embalagens de cosméticos, entre outros.

Referências:

https://mundodoplastico.plasticobrasil.com.br/tecnicas-de-injecao-gas-garantem-pecas-mais-leves-e-com-menor-custos-de-producao/

http://moldesinjecaoplasticos.com.br/inserto-para-moldes-faz-controle-da-reologia-do-fundido/

http://moldesinjecaoplasticos.com.br/

http://www.ibtplasticos.ind.br/injecao-por-sopro

http://www.technopack.com.br/index.php/solucoes-de-decoracao/tecnologia-in-mode-label

http://www.fudi.com.tw/prod_03.html

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Indústria de transformação de plásticos

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Os materiais plásticos atualmente possuem grande importância na indústria de manufatura de diversos segmentos, e são mundialmente utilizados para confecção de diversos produtos, que vão de peças técnicas, utensílios domésticos, aplicações médico – hospitalares, peças automotivas, barcos, navios, aeronaves, insumos para cosméticos, embalagens, roupas e artigos têxteis em geral, brinquedos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, móveis, decoração, construção civil e arquitetura, entre outros infinitos segmentos onde é possível utilizar produtos manufaturados em materiais plásticos.

Com base nessa crescente demanda de produtos feitos em materiais plásticos, o aumento da quantidade de empresas que atuam com processos de transformação de plásticos é muito amplo, gerando empregos e crescimento econômico, nos locais onde se instalam. Há diversos métodos e processos de transformação de plásticos, veremos aqui, alguns que são mais utilizados e possuem maior volume de produção mundial.

Moldagem por injeção

O processo de moldagem através injeção consiste em forçar o material a entrar por um canal ou passagem restrita, através de aplicação de pressão, fazendo o mesmo a adentrar em um molde que se encontra fechado por um sistema de fechamento adequado a suportar as pressões do processo. O processo é realizado em uma máquina chamada Injetora, onde o material plástico a ser processado é inserido em um funil de alimentação e é direcionado para o cilindro de aquecimento, onde há uma rosca que além de transportar o material, auxilia na plastificação do mesmo, proporcionando atrito entre o material e as partes metálicas da máquina, proporcionando maior facilidade no processo de plastificação do material, então o material percorre o cilindro até a outra extremidade, onde passa pelo bico de injeção que direciona o material para dentro do molde, onde se encontra a(s) cavidade(s) que serão preenchidas com o material. Após alguns processos, incluindo o resfriamento da peça dentro do molde, que consiste em solidificar o material plástico que forma a peça, o molde se abre extraindo a peça formada.

Extrusão

O processo de extrusão consiste em plastificar o material e força-lo a sair por um ou mais orifícios de uma matriz, que proporciona a forma do produto a ser obtido. O termo extrudar significa forçar a sair, ou empurrar. Para entender melhor, o processo de extrusão funciona como uma máquina de fazer macarrão, onde a massa é expelida pela matriz que dá forma ao macarrão. Através do processo de extrusão podemos obter diversos tipos de produtos, monofilamentos, peças sopradas, filmes, sacolas e sacos, perfis, chapas, tubos, e grânulos de matéria – prima (virgem ou reciclado). Na extrusora, o material a ser processado é inserido em um funil de alimentação e é direcionado para o cilindro de plastificação, onde através da rotação de uma rosca é transportado e homogeneizado até atingir a outra extremidade do cilindro, nesse ponto já plastificado, e é forçado a atravessar uma matriz que dá a forma final do produto. Após passar pela matriz, o produto é resfriado para que haja a solidificação do material plástico, e então é calibrado, enrolado ou cortado e embalado. Os componentes da extrusora são: motor elétrico, redutor (engrenagens redutoras), cilindro, rosca, matriz, carcaça, painel de comando, resistências de aquecimento, ventiladores de resfriamento e bomba de vácuo. Não são somente os materiais plásticos que podem ser processados através do processo de extrusão, mas podemos extrudar alimentos (como exemplo o macarrão), metais, argila, entre outros.

Rotomoldagem

O processo de Rotomoldagem de termoplásticos é muito utilizado para produção de peças de grandes dimensões e ocas, como por exemplo, caixas d’água. O processo consiste em aquecer o material que deve ser em pó (micronizado), dentro de um molde que possui movimentos rotacionais, esse molde é submetido à aquecimento (o tipo de aquecimento varia de acordo com o equipamento e técnica escolhidos) sempre com a rotação do molde ativa, para que o material dentro do molde plastifique-se de maneira uniforme, aderindo às paredes do molde, formando uma camada de material termoplástico. Após o material ser fundido, e com o molde ainda em rotação, o mesmo é submetido a resfriamento, solidificando o material nas paredes do molde, mantendo o centro da peça oca. Esse produto é então retirado do molde e encaminhado ao seu destino (montagem de componentes, cliente final, estoque, etc.). Existem diversos modelos de máquinas para Rotomoldagem, são eles: Shuttle, Carrossel, Rock and Roll, Open Flame.

  • Shuttle: Possui forno central, duas estações de resfriamento, dois braços com dois carros (onde são alocados os moldes). Possibilita uma maior produtividade e utilização de mais de um molde, possibilitando que sejam feitos dois produtos diferentes.
  • Carrossel: Possui um eixo central que movimenta os braços que acomodam os moldes, possibilitando a produção de três ou quatro produtos iguais ou diferentes, de acordo com a necessidade da empresa.
  • Rock and Roll: Ideal para produção de peças de grandes dimensões, como caiaques, tanques e barcos.
  • Open Flame: Indicadas para peças nos formatos cilíndricos, proporcionando um aquecimento mais homogêneo devido à proximidade dos queimadores e do molde.

Referências:

Canevarolo Jr., Sebastião V. – Ciência dos Polímeros: um texto básico para Tecnólogos e Engenheiros. São Paulo, Editora Artiliber, 2002.

http://www.gorni.eng.br/intropol.html

http://papotecnicopolimeros.blogspot.com/2016/03/maquinas-injetoras-de-plastico-o.html

http://www.rotoline.com.br/

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Recessões econômicas no Brasil desde o final da ditadura militar

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Uma crise de nove trimestres assolou o país entre 1981 e 1983, durante o governo do general João Figueiredo, o último da ditadura militar, com queda na economia de 8,5%, configurando uma recessão forte e longa, que teve como principal fator a crise da dívida externa brasileira, e melhorou com as exportações que trouxeram mais dólares ao país e pela expansão da economia mundial.

Em 1986, o presidente José Sarney lançou o Plano Cruzado, que falhou e se configurou numa crise econômica forte entre 1987 e 1988, com duração de seis semestres, causada pela expansão do crédito que se configurou numa hiperinflação que chegou à marca 366% ao ano, com uma sucessão de planos econômicos de controle de preços que prejudicaram ainda mais a economia. Dessa recessão o Brasil praticamente não saiu, ela apenas teve um período de trégua por três trimestres.

A indexação de preços faz pressão artificial sobre os preços relativos, agravando o problema. Ela apenas cobre variações de preços que já haviam ocorrido no passado, em decorrência da expansão monetária. O controle de preços comprime ou elimina por completo os lucros, causando o desarranjo da estrutura de produção da economia, podendo gerar até a escassez de produtos.

Quando o governo controla os preços ele tenta jogar a responsabilidade da inflação sobre produtores e vendedores, como se ela não fosse resultado de suas próprias políticas monetárias. Foi o que ocorreu no governo de José Sarney, que criou até o título de “fiscal do Sarney” para que os consumidores fiscalizassem se os preços de mercado estavam dentro das diretrizes de controle do governo. Neste período a escassez realmente aconteceu, pois os preços tabelados pelo governo reduziam tanto os lucros como eram insuficientes para cobrir os custos de produção, e os alimentos passaram a faltar nas prateleiras dos supermercados, especialmente leite e carne. Infelizmente, o controle de preços foi amplamente usado no Brasil até antes da implementação do Plano Real.

Sarney também lançou o Plano Cruzado 2, o Plano Bresser e o Plano Verão. Mas, assim como o Plano Cruzado, todos falharam. Ele entregou a presidência a Fernando Collor em um cenário de caos econômico em 1990.

De 1989 a 1992, outra recessão forte e longa prejudicou a economia brasileira, com queda acumulada de 7,7% e duração de 11 trimestres. O Plano Collor aumentou a hiperinflação, confiscou recursos de todos os brasileiros e empresas, paralisando a economia. Uma política completamente autoritária de tomar depósitos bancários e cadernetas de poupança. A medida chocou o Brasil inteiro, dos mais ricos aos mais pobres.

Após um feriado bancário de três dias, os bancos não tinham dinheiro suficiente para os saques que os brasileiros precisavam fazer. Collor também aumentou a tributação, cortou servidores e subsídios. Em 1990 houve contração na economia de 4,3%. A inflação chegou a 1.620% em apenas 12 meses. O plano de Collor não salvou a economia brasileira e apenas irritou o povo, e em 1991 foi substituído por uma segunda versão. Também não deu certo, e em 29 de dezembro de 1992, Fernando Collor renunciou a presidência da República, horas antes de ser condenado por crime de responsabilidade.

O que realmente ajudou a economia brasileira foi o Plano Real, lançado em 1994 durante o governo de Itamar Franco. Com participação de grandes economistas como Pérsio Arida e Gustavo Franco, o Real foi a moeda que fez a dignidade econômica retornar ao Brasil. Fernando Henrique Cardoso, mais conhecido como FHC, era o ministro da Fazenda do presidente Itamar quando a moeda foi lançada, fato que lhe deu popularidade, e ele se tornou presidente no ano seguinte.

Porém, em 1995, uma fraca e curta recessão se instalou no Brasil, com duração de dois semestres e a queda acumulada de 2,8%, causada pela Crise Tequila do México, que levou a fuga de capitais e encarecimento do crédito. Quando a economia global estava se recuperando, ela se tornou mais favorável aos produtos brasileiros, o que foi bom para a economia do país.

Com o colapso financeiro dos Tigres Asiáticos e quebra dos bancos de investimento americanos do fim dos anos 90, o dólar subiu e o Brasil mudou a política monetária de cambial fixo para flutuante. De 1998 a 1999, contabilizando 5 trimestres, a queda acumulada na economia brasileira foi de 1,6%. Mas a alta do Dólar teve uma vantagem para o Brasil: as exportações foram impulsionadas pelo ciclo de expansão mundial pós-crise, e o Brasil obteve boas receitas já que o Dólar estava valorizado e era essa a moeda recebida pelas exportações.

Outra recessão fraca se estruturou no Brasil durante o governo FHC. Em 2001, com 3 trimestres, impulsionada pelo contágio da crise da Argentina, pelos atentados terroristas nos Estados Unidos e o racionamento de energia. O fim do racionamento e a melhora no setor internacional impulsionaram as exportações, ajudando o Brasil a sair da recessão.

Quando Lula da Silva se tornou presidente do Brasil, em 2003, ele deu continuidade às políticas instituídas com o Plano Real, o que teve grande importância para a economia brasileira. Lula tinha uma equipe econômica surpreendentemente conservadora e ortodoxa para um presidente de esquerda – que, aliás, foi o que permitiu que ele assim governasse: o maior líder sindical do Brasil chegou ao cargo mais alto de poder, a esquerda não exerceria pressão contra essas políticas através dos sindicatos, e o mercado reagiu positivamente à equipe de Lula, que tinha nomes como o economista respeitado Marcos Lisboa, e Henrique Meirelles, banqueiro de consagrada carreira internacional.

Mas uma recessão perpassou o país em 2003, com queda acumulada de 1,3% e duração de 2 trimestres. A pequena recessão foi causada pelas expectativas da eleição de Lula, que fez o Dólar chegar a R$4,00 para o Brasil. Quando a economia global se tornou favorável, absorvendo manufaturados e produtos agrícolas brasileiros, as coisas melhoraram através das exportações.

Mas este não foi o último obstáculo na economia para Lula. A pior crise global desde 1929, a Crise do Subprime ou Crise de 2008, provocada pela explosão de uma bolha imobiliária na economia americana, trouxe consequências também para o Brasil, por cerca de 2 trimestres. O presidente disse aos brasileiros que por aqui a crise seria só “uma marolinha”. Mas aliado aos problemas econômicos já existentes no país, a queda acumulada chegou a 6,2%.

A recessão de 2009 foi curta porque o governo não impôs uma política de preços ou de proibição de demissões, permitindo que os preços no atacado pudessem cair. Os preços das matérias-primas agrícolas e industriais no atacado apresentaram uma negativa variação mensal entre dezembro de 2008 e o mês de agosto de 2009, e houve deflação de 1,71% no Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M).

Muitas demissões ocorreram na época, a taxa de desemprego atingiu os 9%, mas isso ajudou na recuperação financeira das empresas, que tiveram assim mais possibilidades de fazerem investimentos e novas contratações depois.

Mas com a quebra do sistema bancário a níveis mundiais os bancos comerciais brasileiros se tornaram mais cautelosos na concessão de crédito. O crédito na economia brasileira passou então a ser concedido em sua maior parte pelos bancos estatais, com juros quase sempre abaixo da taxa SELIC. Foi uma reviravolta. O uso dos bancos públicos como Caixa, Banco do Brasil e BNDES para tal propósito foi a volta da política monetária desenvolvimentista para ao Brasil, sendo esse envolvimento dos bancos públicos o mais importante pilar da “Nova Matriz Econômica.” O incentivo via expansão artificial do crédito concedido pelos bancos públicos gerou efeitos aparentemente benéficos no curto prazo, mas cobrou seu preço depois.

Os bancos privados se tornaram cada vez mais cautelosos em conceder crédito, pois viram que a inadimplência, os calotes e o número de pessoas com histórico ruim de crédito só crescia, enquanto os bancos públicos concediam mais e mais crédito sem se preocuparem com calotes, jogando mais e mais dinheiro na economia, fazendo os preços subirem cada vez mais, especialmente desde o segundo mandato de Lula.

Como resultado, outra recessão ficou oficialmente reconhecida no Brasil, de 2014 a 2016, nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, provocada pela expansão do crédito (especialmente o direcionado aos “setores estratégicos”), e com fatores aliados como fim dos ciclos das commodities e a crise política. A economia brasileira voltou a crescer a partir de 2017, mas ainda não se recuperou completamente.

REFERÊNCIAS:

IORIO, Ubiratan Jorge. Ação, tempo e conhecimento: A Escola Austríaca de Economia. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises, 1ª edição, 2011. 234p.

LIMA, Luiz Augusto. De “Fiscal do Sarney” a prateleiras vazias: 7 fatos sobre o Plano Cruzado. Disponível em: <https://www.vix.com/pt/bbr/ciencia/4149/de-fiscal-do-sarney-a-prateleiras-vazias-7-fatos-sobre-o-plano-cruzado>. Acesso em 14 de abril de 2019.

O Globo. As recessões brasileiras nas últimas quatro décadas. Disponível em: < https://infograficos.oglobo.globo.com/economia/as-recessoes-brasileiras-nas-ultimas-quatro-decadas.html>. Acesso em 14 de abril de 2019.

ROQUE, Leandro. O que houve com a economia brasileira?. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1943&ac=178218>. Acesso em 14 de abril de 2019.

ROQUE, Leandro. Tendências da economia brasileira - números e gráficos. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1347>. Acesso em 14 de abril de 2019.

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Arritmia cardíaca

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A contração do músculo cardíaco acontece através de estímulos elétricos gerados por células especiais chamadas marca-passo, localizadas no nó sinoauricular do coração. Em situações cotidianas essas células podem ser estimuladas por hormônios, como a adrenalina, causando uma alteração do ritmo normal de batimentos cardíacos. Essas flutuações são chamadas arritmias cardíacas, e podem ocorrer normalmente, sendo reversíveis, ou de modo patológico, tendo que ser rapidamente tratadas.

Quando o batimento do coração se torna irregular, batendo mais devagar do que o normal esperado para um adulto saudável (no repouso, em média 70 batimentos por minuto), chama-se bradicardia. O oposto, quando o batimento ocorre de maneira acelerada, é nomeado taquicardia. Algumas ações podem causar essas alterações momentaneamente, como atividades físicas, estresse e outras emoções, uso de drogas, tabagismo e álcool e também o consumo excessivo de café ou outras bebidas estimulantes. Nestes casos a flutuação no batimento deve passar em pouco tempo.

No entanto, existem quadros no qual a arritmia cardíaca é um indício ou sintoma de algo mais grave. Pacientes diabéticos podem apresentar arritmias, bem como pessoas com hipertireoidismo (disfunção da glândula tireoide). A arritmia também pode estar relacionada a problemas diretamente relacionados ao coração e ao sistema circulatório, como ataque cardíaco, insuficiência do coração ou doenças congênitas que afetem a morfologia cardíaca (como no caso do sopro) e a hipertensão sanguínea. Existe ainda um tipo muito especifico de arritmia conhecida como fibrilação atrial, na qual a contração dos ventrículos deixa de ocorrer em sincronia com os átrios, podendo causar desmaios e dores fortes no peito.

Pessoas sofrendo com arritmias podem sentir falta de ar, suadouros, dores na região peitoral, fraqueza e tontura. Contudo, esse descompasso dos batimentos cardíacos pode ser assintomático, sendo detectado somente por um médico através de exames específicos como o eletrocardiograma ou o monitoramento cardíaco feito por equipamentos em longos períodos de tempo. Uma vez detectada, a arritmia é tratada de acordo com sua origem. Caso o diagnóstico seja relacionado a um problema cardíaco legítimo, existem uma série de medicamentos que podem ser utilizados para restabelecer a regularidade dos batimentos cardíacos, chamados antiarrítmicos. Em casos extremos, em que procedimentos cirúrgicos são necessários, pode-se implantar um marca-passo artificial que passará a excitar as células do músculo cardíaco com uma corrente elétrica de baixa intensidade.

Marcapasso comum e nano-marcapasso. Ilustração: ellepigrafica / Shutterstock.com

Após um ataque cardíaco ou em quadros de fibrilação atrial e taquicardias, pode ser necessário a utilização da técnica de cardioversão, seja ela elétrica sincronizada ou química. No primeiro caso utiliza-se um desfibrilador para restaurar a normalidade do ritmo cardíaco com um choque elétrico de grande intensidade e curta duração. A cardioversão química tem o mesmo objetivo, alcançado através de substâncias químicas especificas (como a adenosina) que causam um bloqueio temporário da condução de corrente elétrica entre átrios e ventrículos, reiniciando o ciclo de batimentos cardíacos.

No Brasil são registrados mais de 2 milhões de casos de arritmia por ano, acometendo crianças, adultos e especialmente idosos (acima de 60 anos). Cardiologistas recomendam que para minimizar as chances de desenvolver este problema as pessoas devem optar por dietas balanceadas com baixos teores de gordura, manter uma rotina de exercícios físicos constantes, evitar o consumo excessivo de café, não fumar e buscar atividades relaxantes que auxiliem a reduzir o nível de estresse.

Referências:

Kerber, R. E. (1996). Transthoracic cardioversion of atrial fibrillation and flutter: standard techniques and new advances. The American journal of cardiology78(8), 22-26.

Luciano, P. M., Tozetto, D. J. O., Schimidt, A., & Pazin Filho, A. (2011). Atendimento de arritmia cardíaca em emergência de hospital universitário terciário. Rev Bras Cardiol24(4), 225-32.

Members, E. C. C. C., Jaffe, A. S., Atkins, J. M., Field, J. M., Francis, C. K., Gibson, R. S., ... & Passamani, E. R. (1991). Recommended guidelines for in-hospital cardiac monitoring of adults for detection of arrhythmia. Journal of the American College of Cardiology18(6), 1431-1433.

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Hemácias

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As hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos ou eritrócitos, são as células presentes no sangue dos vertebrados responsáveis por transportar oxigênio para todos os tecidos corporais. Elas se movem através dos vasos da corrente sanguínea e podem ser quantificadas através de um eritrograma, parte especifica do hemograma que informa o tamanho e quantidade das células da série vermelha do sangue. Elas foram descritas pela primeira vez em 1658 pelo biólogo Jan Swammerdam, graças a criação dos primeiros microscópios óticos.

Eritrócitos (hemácias, ou ainda, glóbulos vermelhos. Ilustração: Phonlamai Photo / Shutterstock.com

A função de transporte gasoso das hemácias ocorre graças a presença, em seu citoplasma, de uma molécula chamada hemoglobina. Esta proteína, em humanos, é formada por 4 subunidades formadas por uma cadeia proteica associada a um grupo heme, que possui ferro em sua estrutura. É devido a isso que o sangue possui a coloração vermelha. As hemácias não possuem núcleo nem DNA em seu interior.

O oxigênio proveniente da respiração, nos pulmões, se difunde no sangue através dos capilares sanguíneos dos alvéolos pulmonares. A hemoglobina possui alta afinidade por O2, se ligando rapidamente a esta molécula de maneira reversível. As hemácias possuem uma membrana celular maleável, repleta de lipídios e proteínas, o que as faz suscetíveis a deformações. Essa característica é essencial, uma vez que as hemácias possuem um diâmetro maior que o dos capilares do corpo. Conforme elas se movem na corrente sanguínea o oxigênio é liberado para os tecidos, o que ocorre nos capilares, carregando consigo o gás carbônico que será liberado no pulmão.

As hemácias são constantemente produzidas pela medula óssea dos maiores ossos do corpo. O processo que gera novas hemácias se chama eritropoese e ele dura 7 dias. Neste período, células tronco multipotentes se convertem em glóbulos vermelhos maduros, que tem uma sobrevivência média de 120 dias no sangue. Depois deste período, as hemácias sofrem uma morte celular programada, sinalizando em sua membrana moléculas de morte que são reconhecidas por macrófagos presentes no fígado, baço e linfonodos. A taxa de morte e produção costuma ser constante e similar em indivíduos saudáveis. Nota-se, ainda, que populações vivendo em grandes altitudes possuem uma maior quantidade de hemácias no sangue, uma vez que nestes locais o ar é mais rarefeito, contendo menos moléculas de oxigênio por volume. Essa adaptação pode ocorrer temporariamente em pessoas que morem no nível do mar e que viajem para locais altos.

A anemia é uma doença caracterizada pela redução na quantidade de hemácias ou de hemoglobina, resultando em menor transporte de oxigênio. Ela pode ter causas genéticas ou nutricionais, associada a deficiência de ferro. A Talassemia, por exemplo, é uma condição genética hereditária que resulta na baixa produção de hemoglobina. Algumas doenças parasitarias também afetam os glóbulos vermelhos, como é o caso da malária. Nela, o parasita se desenvolve no interior da hemácia, se alimentando da hemoglobina e causando a ruptura da célula, o que gera graves crises de febre de maneira cíclica.

Nas transfusões de sangue há uma troca de glóbulos vermelhos entre pessoas, podendo estes estarem concentrados ou juntos com o plasma. Antes de uma transfusão, o sangue do doador é testado para doenças virais, como hepatite e HIV, e possui seu tipo determinado (sistema ABO e fator Rh).

Referências:

Steck, T. L. (1974). The organization of proteins in the human red blood cell membrane: a review. The Journal of cell biology62(1), 1.

Storz, J. F., & Moriyama, H. (2008). Mechanisms of hemoglobin adaptation to high altitude hypoxia. High altitude medicine & biology9(2), 148-157.

Weiss, G., & Goodnough, L. T. (2005). Anemia of chronic disease. New England Journal of Medicine352(10), 1011-1023.

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Capilar sanguíneo

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Os capilares sanguíneos são os vasos de menor calibre do sistema circulatório (de 5 a 10 μm). É neles que ocorre a troca gasosa entre o sangue e as células do corpo, bem como a entrega de nutrientes e a captação de excretas do metabolismo. Os capilares são extremamente finos, formados apenas por uma camada de tecido endotelial.

Podemos dividir os capilares em quatro tipos, de acordo com sua localização e forma. Os capilares sanguíneos encontrados nos músculos, retina, testículos e encéfalo são do tipo continuo, assim chamados pois a lâmina basal que revestem o seu endotélio é continua. Os capilares do tipo frenestrados não-diafragmáticos ocorrem nos rins e são muito similares ao tipo anterior, enquanto que os frenestrados diafragmáticos são encontrados no estômago, intestino, porções do baço e do fígado e se diferenciam dos demais por terem poros na membrana responsáveis pela seletividade daquilo que consegue passar entre o sangue e os tecidos corporais. O último tipo de capilar é conhecido como sinusoide, encontrado em partes do baço e do fígado e na medula óssea. Sua lâmina basal endotelial é descontínua e suas células apresentam grandes cavidades entre si, o que permite a passagem de células sanguíneas entre os órgãos que esses capilares irrigam e o sangue, o que é essencial no combate às infecções.

Os capilares localizados nos pulmões são os responsáveis por permitir que as hemácias liberem o gás carbônico coletado pela circulação sistêmica e carreiem moléculas de oxigênio de volta ao corpo. As hemácias possuem um diâmetro maior do que os próprios capilares sanguíneos, por isso durante sua passagem elas sofrem uma pequena alteração em sua forma para conseguirem fluir através dos capilares. Os capilares do intestino realizam a captação de nutrientes provenientes da digestão, ao mesmo tempo em que alguns tipos de resíduos são removidos do sangue. Os capilares renais também desempenham o papel fundamental de remover do sangue excretas metabólicas do corpo (como o ácido úrico, o ácido lático, a ureia e a creatinina), que serão eliminadas na urina. Por fim, os capilares sistêmicos presente em todos os tecidos, completam este ciclo, sendo os locais de coleta dos resíduos metabólicos e CO2 e liberação de nutrientes e O2.

Os capilares recebem sangue das arteríolas, que são as porções derivadas de artérias com menor calibre, e carreiam sangue nas vênulas, que são veias menores e mais finas. A redução dos calibres dos vasos sanguíneos que se conectam com os capilares é essencial para evitar seu rompimento, uma vez que o sangue flui em artérias e veias em uma pressão e velocidade superior ao tolerado pelas paredes dos capilares. Outra distinção entre esses vasos seria a presença de musculatura lisa, que auxilia no fluxo de sangue em veias e artérias. Os capilares não possuem tecido muscular e nem conectivo ou elástico, o que permite que a taxa de troca de substâncias e gases entre o sangue e os tecidos corporais seja elevada. Deste modo, o sangue flui nos capilares através da pressão exercida pelas arteríolas, as quais são dotadas de musculatura em sua parede.

Referências:

Bruns, R. R., & Palade, G. E. (1968). Studies on blood capillaries: I. General organization of blood capillaries in muscle. The Journal of cell biology37(2), 244-276.

Kossmann, C. E., & Palade, G. E. (1961). Blood capillaries of the heart and other organs. Circulation24(2), 368-384.

Noordergraaf, A. (2012). Circulatory system dynamics (Vol. 1). Elsevier.

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Artéria

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As artérias são vasos sanguíneos de calibre variado localizadas por todo o corpo com a função de transportar o sangue que sai do coração para os órgãos e tecidos. A grande maioria das artérias transporta sangue arterial (rico em oxigênio e nutrientes), com exceção das artérias pulmonares e umbilical, que transportam sangue pobre em oxigênio e repleto de gás carbônico.

Diferentemente das veias, as artérias possuem mais tecido muscular em sua composição e se localizam mais profundamente no corpo, distante da pele. Elas são formadas pela túnica interna (ou íntima) que está em contato com o sangue, a túnica média e a externa. A túnica intima se subdivide em endotélio e lâmina elástica interna (formada por uma grande quantidade de elastina e fibras de colágeno) e é recoberta pela túnica média, formada por musculatura lisa e a lâmina elástica externa. Por fim, a túnica externa (ou adventícia) recobre as artérias, sendo formada por colágeno e tecido elástico composto por fibroblastos. As artérias de maior calibre possuem em sua túnica externa uma rede de pequenos vasos sanguíneos chamada vasa vasorum, responsável pela irrigação de sangue das células que compõe as túnicas arteriais.

Anatomia de uma artéria. Ilustração: stockshoppe / Shutterstock.com

As artérias são subdivididas de acordo com seu calibre. As menores são denominadas arteríolas, responsável por transportar o sangue das artérias para os capilares, local de troca gasosa entre o sangue e as células. A presença das arteríolas é essencial para evitar danos aos capilares e aos tecidos periféricos, uma vez que as artérias de maior calibre são os vasos do sistema circulatório com maior pressão. Deste modo, ao entrar nas arteríolas o fluxo sanguíneo reduz sua velocidade e pressão. As artérias de médio calibre são de tamanho intermediário, possuindo cinco ou mais camadas de células musculares. Seu lúmen pode variar de 0,1 a 10 mm e o fluxo de sangue em seu interior é rápido com alta pressão. Estas artérias são sistêmicas, ocorrendo nas extremidades do corpo, conectando as grandes artérias com as arteríolas. Finalmente, as artérias de grande calibre (diâmetro superior a 10 mm) são as maiores e transportam um grande volume de sangue, contudo, possuem menos tecido muscular em sua composição e mais tecido elástico. O melhor exemplo de artéria de grande calibre é a aorta, a maior e mais importante artéria do corpo humano. Ela se inicia no ventrículo esquerdo do coração e desce até a cavidade abdominal (aorta torácica descendente). Na altura da cintura pélvica ela se subdivide em artérias ilíacas esquerda e direita, reduzindo seu calibre.

As artérias, em especial as arteríolas, são essenciais na manutenção da pressão sanguínea. Ao se contraírem ou relaxarem, estimuladas por hormônios, elas regulam a pressão arterial. Existem doenças graves, como a hipertensão, que são caracterizadas pelo aumento da pressão no interior das artérias, podendo causar ataques cardíacos e AVC (acidente vascular cerebral). Por isso, existem maneiras de monitorar a pressão arterial constantemente através de aparelhos eletrônicos. Estes informam a pressão sistólica (quando há contração muscular no coração) e a diastólica (quando o coração está em repouso), cujos valores normais devem estar próximos a 120 e 80 mmHg (ou, popularmente, 12 por 8).

Referências:

Brandão, A. A., Rodrigues, C. I. S., Consolim-Colombo, F., Plavnik, F. L., Malachias, M. V. B., & Kohlmann Junior, O. (2010). VI diretrizes brasileiras de hipertensão. Arq Bras Cardiol95(1), 1-51.

Fattini, C. A., & Dangelo, J. G. (2007). Anatomia humana sistêmica e segmentar. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar.

Sobotta, J. (2006). Atlas de anatomia humana (Vol. 2). Ed. Médica Panamericana.

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Veia

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As veias são vasos sanguíneos de calibre variado localizadas por todo o corpo com a função de retornar o sangue proveniente dos órgãos e tecidos para o coração. A grande maioria das veias transporta sangue venoso, sem oxigênio e repleto de dióxido de carbono, com exceção das veias pulmonares e umbilical, que transportam sangue rico em oxigênio. Cerca de 3 dos 5 litros totais de sangue de um adulto ficam contidos nas veias.

Diferentemente das artérias, as veias possuem menos tecido muscular em sua composição e se localizam mais proximamente da pele. Elas são compostas por tecido endotelial revestido por musculatura lisa com uma camada externa de tecido conjuntivo chamado de tunica adventitia. A grande maioria das veias do corpo possuem válvulas em seu lúmen que previnem o refluxo de sangue.

Anatomia de uma veia. Ilustração: stockshoppe / Shutterstock.com

As veias podem ser classificadas de diferentes modos dependendo de sua localização e calibre. As veias superficiais são aquelas que ficam próximas a superfície da pele e se conectam com as vênulas (veias de menor calibre) e essas com os capilares, que efetivamente realizam as trocas gasosas com as células do corpo. As veias profundas se conectam a artérias e ficam localizadas no interior do corpo, distante da superfície. As veias perfuradoras drenam o sangue da superfície para as veias profundas, ocorrendo em abundância nos membros inferiores e nos pés. As varizes são veias dilatadas devido a um aumento de pressão e com circulação ineficiente que marcam a pele, ocorrendo mais comumente nas pernas pois o fluxo de sangue retornando para o tronco ocorre contra a gravidade, o que causa um desgaste maior das válvulas que impedem o refluxo de sangue.

Comparação entre veias normais e veias varicosas. O mal funcionamento das válvulas causa o aparecimento de varizes. Ilustração: VikiVector / Shutterstock.com

Existe ainda um conjunto especial de veias chamadas cardíacas, responsáveis por drenar o sangue venoso dos músculos que compõem o coração e lança-lo no átrio direito. Todos esses tipos de veias são o conjunto sistêmico de veias, que carreia sempre sangue pobre em oxigênio. As veias pulmonares são as únicas que transportam sangue oxigenado ou arterial após a troca gasosa que ocorre no pulmão.

As duas veias de maior calibre do corpo são as veias cava inferior e a superior. A veia cava superior drena o sangue que circulou na cabeça e braços, enquanto que a inferior traz o sangue das pernas e cavidade abdominal, e ambas lançam o sangue venoso no interior do átrio direito. A veia cava inferior recebe sangue venoso de um complexo sistema de veias, composto pelas veias hepáticas, veias renais e suprarrenal e veias ilíacas.

O movimento de sangue no interior das veias é auxiliado pela contração de músculos adjacentes a elas e também pelo movimento do diafragma durante a respiração. O corpo possui mecanismos estimulados por hormônios para intensificar os batimentos cardíacos e induzir o retorno do sangue periférico para o coração. Atividades que exijam ficar de pé ou sentado por muitas horas podem reduzir o volume de sangue venoso que retorna ao coração, causando uma diminuição da oxigenação sistêmica que, em alguns casos, pode causar desmaios, tontura e fraqueza.

Leia mais:

Referências:

Callam, M. J. (1994). Epidemiology of varicose veins. British journal of surgery81(2), 167-173.

Fattini, C. A., & Dangelo, J. G. (2007). Anatomia humana sistêmica e segmentar. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar.

Sobotta, J. (2006). Atlas de anatomia humana (Vol. 2). Ed. Médica Panamericana.

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Coração

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O coração é o órgão central do sistema circulatório dos animais vertebrados. Ele apresenta tamanho, formato e anatomia distintos dentre as classes de animais, porém a sua função é a mesma: bombear o sangue através dos vasos sanguíneas por todo o corpo. Deste modo, todas as células são capazes de absorver oxigênio e nutrientes circulantes ao mesmo tempo em que liberam suas excretas metabólicas.

O coração de peixes, anfíbios e répteis não-crocodilianos diferem dos demais vertebrados por apresentarem um número menor de câmaras. Peixes possuem um coração simples com apenas um átrio e um ventrículo. Anfíbios possuem 3 câmaras cardíacas, com um ventrículo e dois átrios. Nestes animais ocorre mistura parcial de sangue venoso e arterial. Os repteis não-crocodilianos diferem dos anfíbios por apresentarem uma divisão incompleta do ventrículo, o que reduz a mistura sanguínea.

Aves, crocodilianos, seres humanos e os demais mamíferos apresentam um coração dividido em 4 cavidades: os átrios esquerdo e direito e os ventrículos esquerdo e direito. Deste modo, não há mistura entre os sangues venoso e arterial. O sangue rico em oxigênio proveniente das veias pulmonares (sangue arterial) entra no átrio esquerdo, passando para o ventrículo esquerdo e finalmente saindo do coração pelo arco aórtico, sendo bombeado para os demais órgãos e tecidos do corpo. O sangue sem oxigênio, chamado de sangue venoso, retorna ao coração pelo átrio direito, passando pelo ventrículo direito, sendo então enviado ao pulmão pelas artérias pulmonares para ser novamente oxigenado.

Anatomia do coração humano. Ilustração: BlueRingMedia / Shutterstock.com

Em um coração saudável, o sangue flui somente em uma direção graças a presença de válvulas cardíacas que impedem o refluxo de sangue entre as cavidades. O sopro cardíaco pode ser causado por uma ineficiência de alguma dessas válvulas em se fechar completamente, causando o retorno de sangue. O sopro geralmente não é uma condição grave, mas pode indicar insuficiência cardíaca e deve ser acompanhado por um médico.

O ritmo cardíaco é determinado por um conjunto especial de células chamadas nó sinoatrial, conhecidas como marca-passo. Estas células são responsáveis por gerar um impulso elétrico que estimula a contração da musculatura cardíaca de modo regular e contínuo. Em um adulto saudável no repouso espera-se que ocorram por volta de 70 batimentos cardíacos por minuto. Atividades físicas e emoções podem afetar o ritmo cardíaco de maneira temporária. Já algumas doenças, como a bradicardia, alteram o ritmo de batimento cardíaco podendo trazer consequências graves. Nestes casos existe a possibilidade de se utilizar um marca-passo artificial que, através de uma corrente elétrica de baixa intensidade, estimula o coração a manter um ritmo saudável de contração.

Doenças do coração são a maior causa de mortes no mundo todo. Só no Brasil, a média de mortes relacionadas a doenças cardíacas ultrapassou 380 mil em 2017. Grande parte destas mortes ocorrem de modo súbito, ou seja, sem sintomas prévios, o que dificulta sua prevenção. Pessoas obesas, diabéticos, fumantes ou pessoas com alta pressão arterial e alto colesterol formam o grupo de risco cardíaco. De maneira geral, atividades físicas regulares e boa nutrição auxiliam a manter o coração saudável.

Referências:

Cardiômetro (2015), Sociedade Brasileira de Cardiologia, Rio de Janeiro. Acesso em 05 de abril de 2019.

Noble, D. (2002). Modeling the heart--from genes to cells to the whole organ. Science295(5560), 1678-1682.

Rowlatt, U. (1990). Comparative anatomy of the heart of mammals. Zoological journal of the Linnean Society98(1), 73-110.

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