Metas de inflação

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As metas de inflação são a medida onde o Estado se compromete a fazer o possível para manter a inflação na economia nacional próxima de um número definido, com variáveis aceitáveis para mais e para menos também estabelecidas. Por exemplo, em 2018 a meta de inflação no Brasil era de 4,5%, valor que o governo entende que seria positivo para a subida dos preços. A mínima, ou seja, o piso, foi de 3%, e a máxima, também chamada de teto, era de 6%.

No Brasil, as metas de inflação são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento juntamente com o presidente do Banco Central (BC). O controle da inflação supõe estabelecer uma maior segurança para o mercado do país, assim como estabilizar a atividade econômica em níveis sustentáveis.

O sistema de metas de inflação visa manter a credibilidade do Banco Central para prometer ao mercado que a inflação não será vítima de pressões políticas dos governantes. Desde 1994 a hiperinflação tenta ser controlada no Brasil através do Plano Real. Em 1999, após uma crise de desvalorização do Real, o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso mudou a política econômica criando novas artimanhas para controlar os preços; adotando o Tripé Macroeconômico que incluía a política de câmbio flutuante, metas físicas e, por fim, metas de inflação.

Para que o regime de metas de inflação funcione efetivamente, é necessário que o Banco Central possua certa autonomia para pensar no controle de preços, pois para atingir as metas ele precisa manipular o aumento das taxas de juros, o que pode trazer efeitos indesejados ao crescimento econômico. O país adota o regime por pensar que a inflação pode causar danos à economia no médio prazo, e que para controlá-la é aceitável frear a atividade econômica no curto prazo.

A inflação de preços destrói o poder de compra da moeda. Foto: Marko Aliaksandr / Shutterstock.com

A política monetária é o instrumento principal para que as metas de inflação sejam alcançadas. Para o planejamento da política monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, faz reuniões periodicamente para pensar e repensar se reduz ou mantém os juros básicos da economia, a taxa Selic. Selic é uma sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, e é a principal ferramenta da política monetária utilizada pelo BC para controlar a inflação, e influencia todas as taxas de juros do país, como a de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Para o PhD em Economia Frank Hollenbeck, apesar de serem extremamente populares nas economias mundiais, as metas de inflação não deveriam ser uma atribuição do Banco Central, pois quando este manipula as taxas de juros para atingir o valor de inflação estabelecido, acaba distorcendo todos os preços individuais e interferindo em toda a alocação de recursos e na produção de bens e serviços. Um avanço para a estabilidade monetária poderia vir com a abolição do Banco Central e o retorno à moeda-mercadoria, a qual não pode ser manipulada por burocratas.

Em uma economia de Livre Mercado, grandes alterações relativas de preços seriam extremamente comuns, os preços subiriam e desceriam de acordo com a oferta e demanda, preferência de consumidores, assim também como de quanto os compradores estariam dispostos a pagar por um produto ou serviço (como no mercado de luxo, por exemplo), entre outros fatores. A política de metas de inflação só é aplicada em uma economia de Capitalismo de Estado, onde os agentes econômicos tornam-se passíveis às decisões de burocratas, governantes e do Banco Central.

REFERÊNCIAS:

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Taxa Selic. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

CASTRO, José Roberto. O que é o tripé macroeconômico. Ele ainda existe no Brasil?. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/07/O-que-%C3%A9-o-trip%C3%A9-macroecon%C3%B4mico.-Ele-ainda-existe-no-Brasil>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

CASTRO, José Roberto. Qual é o histórico da meta de inflação no Brasil e o que significa o sua redução. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/06/30/Qual-o-hist%C3%B3rico-da-meta-de-infla%C3%A7%C3%A3o-no-Brasil-e-o-que-significa-sua-redu%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

DIRETO DA BOLSA. O que é meta de inflação?. 2013. (5m06s). Disponível em: <https://youtu.be/jrL8DJn3O0k>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

GERBELLI, Luiz Guilherme; TREVIZAN, Karina. Por que o Brasil tem meta de inflação e como ela funciona?. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

HOLLENBECK, Frank. Não faz sentido um Banco Central ter metas de inflação. Disponível em: < https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1801>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

MUELLER, Antony. Políticas de metas de inflação são a causa dos problemas, e não a solução. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1218>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

SHOSTAK, Frank. O problema com o sistema de metas de inflação. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=900>. Acesso em 28 de fevereiro de 2019.

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Reservas fracionárias

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O sistema de reservas fracionárias é executado quando o banco faz um empréstimo ou operação financeira em um valor superior aos depósitos que possui em caixa. Desta forma, o banco pode emprestar ou investir um dinheiro que ele não possui no momento.

Em outras palavras, o banco empresta o que não tem. Ele cria um dinheiro em cima do depósito de alguém, que é possível porque o banco é obrigado a manter apenas parte do dinheiro depositado pelo cliente em seu caixa; ele usa o montante restante para outros fins, como empréstimos e investimentos. Essa operação pode se repetir várias vezes em cima do mesmo depósito, porque em cada nova transação apenas uma fração do valor total é obrigatoriamente mantida no banco, podendo fazer outra operação com o restante novamente.

Por exemplo, você deposita R$ 20 mil, o banco guarda 10% e usa os outros 90%, que são R$ 18 mil de excedente, como desejar, provavelmente para emprestar à outra pessoa. Ao depositar os R$18.000 na conta do tomador do empréstimo, ele pode guardar novamente apenas 10% do valor, e emprestar os outros 90% para outra pessoa, isto é, R$ 16.200,00. Com os R$ 20.000 iniciais o banco criou dinheiro. E o processo pode se repetir mais vezes.

O dinheiro depositado pelos correntistas pode ser emprestado múltiplas vezes à outras pessoas e empresas, sob o sistema de reservas fracionárias. Foto: Africa Studio / Shutterstock.com

Através das reservas fracionárias, o banco gera um problema de propriedade, pois empresta o dinheiro da conta-corrente do cliente enquanto este continua tendo acesso a ele. É como se dois indivíduos possuíssem o mesmo bem. O tomador do empréstimo e o correntista se tornam donos do mesmo dinheiro.

A prática das reservas fracionárias é muito antiga. Entretanto, ela se intensificou a partir do século XX com o auxílio dos bancos centrais e do respaldo da legislação de países em todo o mundo, as quais estabelecem a porcentagens dos depósitos que os bancos devem manter armazenadas. No Brasil é de 28% de cada depósito, sendo o mínimo de 11%, variando de acordo com o banco.

Apesar de atualmente forneceram outros serviços, os bancos nasceram para suprir a demanda do serviço de custódia dos bens monetários. A prática de custódia requer um contrato de depósito entre o banco e o depositante, o qual deixa seu dinheiro para que o banco o armazene, e os restitua quando o depositante desejar.

Como o dinheiro é um bem fungível, isto é, pode ser fisicamente substituído na mesma espécie, qualidade e quantidade, não é obrigatório que o banco restitua exatamente as mesmas notas ao cliente, basta devolver na quantidade equivalente em qualidade e gênero. Por exemplo, João deposita R$ 1000,00 em um banco comercial qualquer. Quando João quiser a restituição do seu dinheiro, o banco não precisa lhe devolver exatamente as mesmas notas, basta devolver a mesma quantidade de dinheiro na mesma moeda, isto é, R$ 1000,00 mesmo em notas diferentes.

Com o tempo, o certificado de depósito deu lugar ao bilhete de banco, que ao ser apresentado pelo portador no caixa do banco era suficiente para resgatar o dinheiro. Posteriormente, esses bilhetes começaram a circular com se fossem o próprio dinheiro. Ao perceberam que os clientes preferiam usar os bilhetes ao invés de resgatar o dinheiro (devido a praticidade e manuseio), as instituições bancárias passaram a emitir bilhetes sem o lastro do dinheiro material. O banco afirmava a validade de bilhetes que comprovavam a existência de dinheiro em seu caixa que não existia de fato. Assim se iniciava o sistema bancário de reservas fracionárias.

Com mais bilhetes de banco em circulação do que dinheiro, o dinheiro depositado nos bancos seria insuficiente caso todos os clientes resolvessem restituir seus depósitos ao mesmo tempo. Por isso, quando a confiança no banco cai, acontece a corrida bancária, quando os clientes vão em massa restituir o seu dinheiro. Um exemplo disso aconteceu em 2007 com o banco britânico Northern Rock na Crise do Subprime.

Referências:

BERNARDES, Elifázio. Como o dinheiro é criado? – Reserva fracionada. Disponível em: <https://guimeleducacaofinanceira.com.br/como-o-dinheiro-e-criado-reserva-fracionada/>. Acesso em 01 de março de 2019.

FRAUDE. Explicando a grande recessão. Produção: Amagifilms. Direção:Juan Jose Mercado. Espanha: 2012. (68min). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8J7r_czAqfM>. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

POLLEIT, Thorsten. Sobre a natureza fraudulenta do sistema bancário de reservas fracionárias. Disponível em: <http://rothbardbrasil.com/sobre-a-natureza-fraudulenta-do-sistema-bancario-de-reservas-fracionarias/>. Acesso em 16 de fevereiro de 2019.

REIS, Tiago. O Que É Reserva Fracionária E Como Esse Sistema Atua Na Expansão Da Base Monetária. Disponível em: <https://www.sunoresearch.com.br/artigos/reserva-fracionaria/>. Acesso em 16 de fevereiro de 2019.

ROTHBARD, Murray N. O sistema bancário de reservas fracionárias. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=311>. Acesso em 16 de fevereiro de 2019.

SHEDLOK, Mike Mishi. O problema com o sistema bancário de reservas fracionárias. Disponível em: <https://rothbardbrasil.com/o-problema-com-o-sistema-bancario-de-reservas-fracionarias/>. Acesso em 16 de fevereiro de 2019.

ULRICH, Fernando. Bitcoin: a moeda na era digital. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises, 1ª edição, 2014, 78-81p.

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Bolha econômica

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Uma bolha econômica, bolha financeira ou bolha de mercado ocorre quando determinados ativos são comercializados em ampla escala a preços acima de seus valores reais, e posteriormente acontece o estouro, preços caem drasticamente e os investidores têm prejuízos. Ou seja, quando “cai na moda” investir em ativos que estão com um valor de mercado acima do seu valor intrínseco (ou seja, o valor "verdadeiro"), cujos investidores esperam obter lucros potentes. Isso costuma acontecer graças a uma alta demanda por esses ativos, a qual pode ser resultado de esperanças distorcidas sobre sua lucratividade futura.

Ilustração: Dandesign86 / Shutterstock.com

Quando um ativo, imóveis, moeda ou outro bem tem seu preço valorizado e ganha fama de um bom investimento, e a valorização torna-se conhecida, muitos investidores se interessam em adquiri-los; e quando essa demanda se torna constante, os preços sobem ainda mais, se distanciando do seu valor real para cima, isto é, passando a ser mais caros do que deveriam ser em condições normais.

Em praticamente todas as bolhas modernas é comum a presença de dívidas, alavancagens (multiplicação da rentabilidade através de endividamento), e uso de colaterais, que são garantias em caso de calotes. As bolhas ainda são típicas de ocorrer em economias onde as taxas de juros são artificialmente reduzidas pelos bancos centrais, fator que torna investimentos vistos com maus olhos passarem a ser bem encarados pelos investidores, especialmente quando a expansão do crédito se direciona para um setor específico do mercado.

Foi o que ocorreu na Crise de 2008. A redução artificial dos juros para promover a expansão do crédito orquestrada pelo Banco Central Americano, que direcionou a economia para o setor imobiliário, atraiu uma gama de investidores para os títulos lastreados em hipotecas, que são investimentos feitos em cima de empréstimos, e no caso da bolha imobiliária americana, empréstimos para aqueles que não tinham condições de pagar. Quando os tomadores de empréstimos passaram a dar calotes após o aumento das taxas de juros, o valor líquido dos títulos hipotecários despencou e os investidores quebraram.

Mas as bolhas econômicas não são um produto da economia pós-moderna. Elas acorrem há muito tempo, e a primeira que se tem registro ocorreu no século XVII na Holanda. Foi a Bolha das Tulipas, ou Mania das Tulipas. Naquela época, as tulipas eram raras e só os mais ricos as tinham como decoração em suas casas. Ter tulipas era o símbolo do alto status. Mas estas flores só eram fornecidas pelos produtores em épocas determinadas do ano, não eram disponibilizadas em todo o tempo.

Os comerciantes começaram a vender um “vale tulipas”, título que dava direito à flor na época da colheita. Esses títulos eram comercializados amplamente na entressafra, e sua constante valorização atraiu pessoas que não queriam tulipas, estavam interessadas apenas em adquirir os títulos e revenderem mais caros para obterem lucros, de modo que os preços subiram tanto por causa da alta demanda que os compradores foram diminuindo. Quando ficou cada vez mais difícil vender os títulos de tulipas, os preços despencaram, porque os investidores queriam sair do negócio. E assim estourou a Mania das Tulipas.

Referências:

CASTRO, José Roberto. O que é uma bolha econômica e como ela se forma na economia. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/12/12/O-que-%C3%A9-uma-bolha.-E-como-ela-se-forma-na-economia>. Acesso em 01 de março de 2019.

EKULAND, Andrei. “É bolha! É um esquema Ponzi! Não tem lastro!” - Quais dessas acusações cabem ao Bitcoin?. Disponível: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2821>. Acesso em 01 de março de 2019.

Market Business News. What Is An Economic Bubble? Definition And Causes. Disponível em: <https://marketbusinessnews.com/financial-glossary/economic-bubble/>. Acesso em 01 de março de 2019.

ROQUE, Leandro. Como ocorreu a crise financeira americana. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1696>. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

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Crise econômica global de 2008

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A Crise econômica global de 2008, ou Crise do Subprime, foi a maior do sistema financeiro pós-moderno. Especificamente do Capitalismo de Estado. Resultou de intervenções governamentais na economia que se prolongaram por anos, impulsionando a sustentação de uma bolha imobiliária que só se tornou mundialmente reconhecida desde agosto de 2007.

A sustentação da bolha imobiliária

Foto: Norman Chan / Shutterstock.com

Após o estoura da bolha econômica das empresas de tecnologia nos anos 2000, o Banco Central Estadunidense, Federal Reserve System (FED), injetou mais dinheiro no sistema bancário objetivando reduzir as taxas de juros cobradas pelos bancos, para salvar empresas à beira da falência, manter o desemprego em baixa e evitar recessão. A medida intensificou-se após os ataques terroristas do 11 de setembro de 2001.

A taxa básica de juros caiu de 6,5% para 1%, ficando assim até 2004. Isso expandiu o crédito dos bancos, aumentando as ofertas de empréstimos. De 2000 para 2008, o crédito aumentou 100%, de US$ 3,5 para US$ 7 trilhões. Dos US$ 3,5 trilhões a mais na economia americana, US$ 2 trilhões foram parar no setor imobiliário, sustentando uma bolha econômica.

O aumento dos preços dos imóveis foi de aproximadamente 10% ao ano. O setor imobiliário passou a ser fértil para a especulação. Tornou-se comum que uma pessoa fizesse um empréstimo para comprar uma casa e cerca de um ano depois a revendesse por um valor maior, entregando a hipoteca ao novo comprador.

Outras pessoas utilizavam suas casas como caixa eletrônico: para conseguir empréstimos e comprar bens, usavam a casa como garantia quando seu preço valorizava. A legislação de políticas afirmativas de inclusão social obrigava os credores a emprestarem dinheiro para pessoas de rendas modestas, que raramente conseguiriam empréstimo. Os empréstimos para pessoas que tinham poucas condições de pagar chamam-se “empréstimos subprime”. As ações afirmativas para empréstimos já existiam antes da primeira década dos anos 2000, mas foram intensificadas na bolha imobiliária do período.

No século XX, o Congresso americano criou duas empresas nominalmente privadas, que tinham os desejos do governo federal como sua prioridade: A Federal National Mortgage Association, mais conhecida como Fannie Mae; e a Federal Home Loan Mortgage Corporation, conhecida como Freddie Mac. As atividades dessas empresas foram expandidas no período da bolha; e elas atuavam no mercado imobiliário não fazendo empréstimos, mas comprando-os dos bancos garantindo liquidez ao mercado hipotecário.

Quando um americano se dirigia ao banco comercial em busca de empréstimo para comprar um imóvel, o banco criava dinheiro eletrônico (através do sistema de reservas fracionárias), acrescentando dígitos à conta do tomador do empréstimo. Fazendo um empréstimo, o banco gera um ativo e um passivo: o ativo é o valor do empréstimo e o passivo é o dinheiro do empréstimo concedido.

A cada empréstimo, há um crescimento do valor do ativo do banco, assim como do passivo. O FED estabelece um limite para o crescimento dos ativos: é preciso manter uma proporção máxima entre o valor do patrimônio líquido do banco e o do ativo. O banco não pode conceder empréstimos desenfreadamente, para não atingir esse limite determinado rapidamente. Graças às ações do FED, os bancos tinham mais dinheiro para emprestar, tendo como empecilho essa regra de proporção.

Fannie Mae e Freddie Mac compravam dos bancos comerciais esses empréstimos concedidos para os compradores de imóveis (títulos hipotecários), para que os bancos pudessem emprestar mais sem estourarem o limite permitido, pois cada título hipotecário vendido saía do livro contábil; e ele recebia uma quantia maior que a emprestada, obtendo lucros.

Os tomadores de empréstimos agora deviam suas hipotecas para Fannie Mae e Freddie Mac. Se eles dessem calote, elas teriam prejuízos: os títulos hipotecários seriam remarcados para um valor zero e o patrimônio líquido de ambas seria severamente afetado. Elas também venderam suas carteiras de empréstimos para outros investidores. Esses empréstimos imobiliários revendidos ficaram conhecidos como “títulos lastreados em hipotecas (mortgage-backed securities)”.

Porém, geralmente, elas mantinham esses títulos em suas carteiras: em setembro de 2008 detinham metade das hipotecas americanas e quase 75% das hipotecas recém-concedidas. Além disso, Fannie e Freddie garantiam as hipotecas que vendiam no mercado secundário por usufruírem de uma linha especial de crédito junto ao Tesouro Americano. Teoricamente, quem comprasse um título lastreado em hipoteca de Fannie ou Freddie estaria segurado pelo Governo Americano.

Quando Fannie Mae e Freddie Mac empacotavam seus ativos para revender aos grandes conglomerados financeiros e bancos de investidores de todo o mundo (processo conhecido como securitização), agências de classificação de risco como a Moody's, Fitch e Standard & Poor's corroboravam impressão de segurança.

O problema da securitização é que os investidores compravam ativos bons e ruins misturados num só pacote, o que se conhece por Collaterized Debt Obligation (CDO). Traduzindo: Obrigação de Dívida Colateralizada. Eles compravam esses pacotes porque as agências de classificação de risco davam classificação máxima (AAA) para eles, apesar de que calotes nos ativos contaminados traria sérias consequências econômicas às instituições que os adquirissem.

As agências eram extremamente reguladas pela Securities and Exchange Commission (SEC), agência federal estadunidense responsável pela aplicação das leis de títulos federais e a regulação do setor de valores imobiliários, a qual mantinha o seu cartel na área. Para o economista Leandro Roque, as agências de classificação de risco não queriam criar turbulência política indispondo-se com o governo rebaixando publicamente a qualidade dos títulos hipotecários, pois a medida impopular poderia arriscar seu cartel e prejudicar seus lucros.

O estouro da bolha

Em meados de 2004, quando a economia americana parecia estar recuperada da recessão de 2001, o FED reduziu as injeções de dinheiro no sistema bancário, elevando as taxas de juros. A taxa básica de juros foi de 1% para 5,25%. No setor imobiliário, o impacto foi um crescimento de 71% nos juros das hipotecas com taxas ajustáveis, que saíram da mínima de 3,5% no começo de 2004 para 6% em meados de 2006; enquanto as hipotecas convencionais sofreram aumento de quase 27%, indo de 5,5% para 7%. O resultado foi a diminuição da demanda por imóveis e crescimento do número de calotes.

Os imóveis começaram a desvalorizar em meados de 2006, porque a oferta alta estava em desarmonia com a demanda que só caía. Perceber que os preços não iriam mais subir espantou os especuladores, que pararam de pagar suas hipotecas, abandonando os imóveis sem nada perder, já que não precisaram dar entrada para adquiri-los. Outros deixaram de pagar porque não conseguiam arcar com os novos juros, tornando-se inadimplentes. De 2005 até o final de 2008, os calotes cresceram de US$ 20 bilhões para US$ 170 bilhões, aumento de 750% em apenas 4 anos.

Os calotes deram sérios prejuízos aos bancos de investimento que tinham comprado os títulos lastreados em hipotecas: o valor dos ativos caiu para zero, tendo crescimento em passivos e cada vez menos lucros, com brutal redução de patrimônio líquido. Eles pararam de conceder novos empréstimos, inclusive no mercado interbancário.

Em nove de agosto de 2007, o banco francês BNP Paribas fez o anúncio da suspensão dos saques de dois volumosos fundos de investimentos lastreados em hipotecas, afetando o banco britânico Northern Rock, que dependia destes para sua liquidez. O Northern Rock tomava empréstimos no mercado financeiro internacional para conceder hipotecas e depois revendê-las para outros bancos de investimento, prática comum entre os grandes bancos da época.

Quando a demanda por títulos lastreados em hipotecas caiu, as receitas do Northen Rock desabaram, ele se tornou insolvente, e pediu um empréstimo de 3 bilhões de libras para o Banco Central da Inglaterra. Um informante de dentro do Banco da Inglaterra contou sobre a operação para a BBC no dia 13 de setembro, e a notícia se espalhou tão rápido que na manhã seguinte houve a maior corrida bancária desde 1930, com inúmeros correntistas sacando seu dinheiro do Northern Rock. O Governo Britânico se comprometeu a garantir todos os depósitos do banco, e em 17 de fevereiro de 2008 ele foi nacionalizado.

Em março de 2008, foi a vez do banco de investimentos Bear Stearns se tornar insolvente, e o Tesouro Americano tratou de sua aquisição pelo JP Morgan. Fannie Mae e Freddie Mac foram completamente nacionalizadas no dia sete de setembro. Uma semana depois, o FED organizou a aquisição do Merryl Linch pelo Bank of America. O Lehman Brothers anunciou sua falência em 15 de setembro.

A seguradora AIG, que emitia seguros contra calotes de hipotecas, anunciou no dia 16 que estava sem dinheiro, devido o disparo do número de calotes. Até o fim de 2008, o FED emprestou US$ 125 bilhões para a AIG, obtendo 80% da empresa. O presidente George Bush afirmou que colocaria US$ 700 bilhões dos pagadores de imposto em risco para comprar ativos tóxicos que estavam presos no sistema financeiro. Já o Congresso americano aprovou o maior resgate financeiro da história, de US$ 100 bilhões.

A crise não atingiu somente os investidores do setor imobiliário, mas toda a economia. Empresas automobilísticas entraram em situação crítica, e em novembro de 2008 seus CEOs foram à Washington pedir empréstimo alegando que sem isso haveria um holocausto de empregos. Bush concedeu milhões de dólares à General Motors e à Chrysler, do dinheiro do pacote inicialmente destinado à salvação do setor financeiro. Em dezembro daquele ano, a taxa de juros baixou novamente, para quase 0%. Em 2009, o presidente Barack Obama aprovou um pacote de estímulos de US$ 787 bilhões para incentivar a economia.

REFERÊNCIAS:

FRAUDE. Explicando a grande recessão. Produção: Amagifilms. Direção:Juan Jose Mercado. Espanha: 2012. (68min). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8J7r_czAqfM>. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

OVERDOSE – A próxima crise financeira. Produção: Henrik Devell. Direção: Martin Borgs. Roteiro: Johan Norberg e Martin Borgs. Música: Adam Nordén. 2010. (47min). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kIgJpB_Jqig&t=30s>. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

ROQUE, Leandro. Como ocorreu a crise financeira americana. Disponível em: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1696>. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

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O outono 2019 da Twenty Four Seven

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O QG F*hits, no Shopping Cidade Jardim, chegou ao fim e dá uma saudade daqueles dias deliciosos e ricos em inspirações. Afinal, é em uma atmosfera que reúne marcas e pessoas criativas e dispostas a compartilhar suas experiências e ideias para tornar a moda cada vez mais interessante. E, baseada nisso, lembrei de um exemplo especial. A marca Twenty Four Seven, fundada por Raphael Sahyoun, apresentou a sua coleção de Outono 2019 com uma história incrível. Tudo começou com a vontade de estender o prazer que foi assistir a série da Netflix “Tempo Entre Costuras” (adaptação do livro escrito por María Dueñas) e trazer a estética para o seu guarda-roupa prático, descomplicado e com charme para as mulheres de ritmo urbano. Pense em shapes perfeitos em tecidos naturais como linho, viscose e seda e a influência do utilitário com amarrações e fendas super femininas e aspectos rústicos desconstruídos, que remetem aos ares marroquinos. 

As estampas e cartela de cores trazem opções naturais, blushes & tan, azuis e tons solares, que se juntam e criam possibilidades múltiplas dentro da coleção. Gosto das composições monocromáticas, que exploram detalhes, sejam viés pontuais ou até o uso de um acessório contrastante, como o cinto no look terroso.

Uma série de peças perfeitas para a mulher moderna, forte e que busca informação de moda – e muita elegância. É exatamente para este tipo de consumidora, que não tem idade, mas tem atitude sofisticada e simplicidade nas suas ações.



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Deslocamento de caráter

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As espécies podem estabelecer entre si diferentes interações ecológicas, moldadas não só pelos indivíduos envolvidos, mas também pelo ambiente, recursos e necessidades. Essas interações são responsáveis por determinar o fitness, a sobrevivência e a reprodução dos organismos. Uma das relações ecológicas mais estudadas é a competição, e pode ser observada entre indivíduos de diferentes espécies conhecida como competição interespecífica. A competição interespecífica pode acontecer principalmente por conta da quantidade limitada de recursos como alimento, água e abrigo no ecossistema. Em alguns casos as espécies envolvidas podem apresentar as mesmas preferências, ou necessidades ambientais, também conhecidas como nicho ecológico.

O nicho ecológico é definido como o conjunto de variáveis relacionadas a sobrevivência e manutenção de uma espécie. Essas variáveis podem refletir preferências ambientais, alimentares ou reprodutivas por exemplo, e costumam ser chamadas de nicho fundamental quando não são restringidas pela ocorrência e competição com espécies semelhantes. Assim, a partir do momento que a espécie A apresenta determinadas características em seu nicho fundamental, muito similares as características do nicho fundamental da espécie B, pode ser observada competição interespecífica entre elas. Essa competição reduz o nicho fundamental das espécies, fazendo com que elas utilizem apenas as características menos sobrepostas, ou mais abundantes no ambiente. Esse é o nicho realizado, ou nicho efetivo, definido como o nicho fundamental limitado ou expandido pela ocorrência de outra espécie.

A grande sobreposição de nicho entre diferentes espécies desencadeia a competição por recursos, uma vez que suas preferências são semelhantes. Assim, a competição interespecífica pode contribuir para que os competidores se adequem a nova disponibilidade de recursos, e até mesmo para a exclusão de um deles. Uma das estratégias adotada pelas espécies é o deslocamento de caracteres, que consiste em mudanças morfológicas, fisiológicas e comportamentais entre espécies relacionadas, ou próximas geograficamente. O deslocamento de caráter explicaria a maior diferença encontrada entre indivíduos de populações simpátricas quando comparados com indivíduos da mesma espécie de populações alopátricas.

Experimentos naturais

O deslocamento de caráter é observado no estudo realizado por Simberloff e colaboradores (2000) com mangustos na Índia. Na região ocidental, o pequeno mangusto da Índia (Herpestes javanicus) coexiste com outras duas espécies de mangusto de tamanho maior, porém do mesmo gênero (H. edwardsii e H. smithii). Na região oriental da Índia o pequeno mangusto ocorre sozinho, sem a presença das espécies competidoras do mesmo gênero. O estudo examinou a variação do tamanho do dente canino superior dos indivíduos das três espécies, e constatou que quando a espécie H. javanicus ocorre com as duas espécies de mangusto de maior tamanho, ela apresenta menores tamanhos de dente. O deslocamento de caráter contribuiu para que, quando em simpatria, o pequeno mangusto da Índia ataque presas menores e apresente menor sobreposição em relação a preferência alimentar com as espécies de tamanhos maiores, que teriam preferências por presas maiores.

Outro exemplo é observado em populações de espinhelas da espécie Gasterosteus aculeatus que ocorrem em lagos de água doce no Canadá. Em alguns lagos é observada apenas uma forma da espécie, enquanto em outros lagos é possível observar duas formas diferentes de G. aculeatus. Quando as duas formas ocorrem juntas, uma delas apresenta preferência por plânctons de áreas abertas e possui longos filtradores de brânquias. A segunda forma apresenta filtradores de brânquias mais curtos e consome presas maiores localizadas no sedimento ou vegetação. Contudo, quando uma das formas acontece sozinha em um lago ela apresenta as duas preferências alimentares e um padrão morfológico intermediário. Isso demonstra que o deslocamento do caráter contribui para a coocorrência das espécies no mesmo ambiente, diminuindo a competição entre elas.

Referências Bibliográficas

[1] Begon, M.; Townsend, C. R. & Harper, J. L. Ecology: from individuals to ecosystems. 4 ed. Reino Unido: Editora Blackwell Publishing Ltd, 759p., 2006.

[2] Interações entre populações. Disponível em: http://eco.ib.usp.br/populacoes_interacoes_print.htm

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Resíduo industrial

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Existem diferentes tipos de resíduos sólidos produzidos por atividades humanas, como resíduos industriais, urbanos e de serviço de saúde por exemplo. Seu manejo e descarte incorreto gera preocupações em relação aos efeitos sobre a saúde e meio ambiente. Assim, a classificação dos resíduos é feita de diferentes maneiras, de modo que uma delas é quanto a sua origem. Uma das categorias é o resíduo industrial, resultado de processos de produção das indústrias pertencentes a diferentes ramos como metalúrgico, químico, petroquímico, mineração, papelaria e indústria alimentícia por exemplo. O lixo gerado pelos diferentes ramos da indústria é extremamente diversificado, e pode ser composto por lodo, cinzas, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, borracha, metal e vidro. Muitas vezes esse resíduo pode apresentar alto grau de periculosidade, principalmente aquele proveniente de indústrias químicas, petroquímicas, de mineração e metalúrgica, devendo ser tratado de forma diferenciada a fim de minimizar o impacto ambiental e também os riscos à saúde humana.

Classificação e manejo

Os resíduos de origem industrial são classificados pela Norma 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de acordo com a reação que produzem quando em contato com o solo. Assim, podem ser de Classe 1 (perigosos - contaminantes e tóxicos), Classe 2 (não-inertes - possivelmente contaminantes) e Classe 3 (inertes - não contaminantes). O principal problema relacionado aos resíduos industrias é a contaminação ambiental e até mesmo danos à saúde humana e animal, uma vez que o gerenciamento, transporte, tratamento e destinação final desses resíduos é de responsabilidade da empresa. O descarte incorreto dos resíduos industriais se tornou uma prática recorrente, como resíduos sólidos amontoados em aterros ou despejados a céu aberto, produtos líquidos despejados nos oceanos e até mesmo gases lançados diretamente na atmosfera.

Muitas vezes esses produtos são letais para o meio ambiente, uma vez que muitos não são naturais ou biodegradáveis e constantemente acarretam em grandes tragédias ambientais, provocando até mesmo doenças. As mudanças são lentas em relação à diminuição da poluição causada pelo parque industrial brasileiro, uma vez que indústrias mais antigas são as que apresentam maior potencial poluidor e risco de acidentes ambientais. Assim, para diminuir a quantidade de resíduos gerados pela indústria são necessários altos investimentos em tecnologias, relacionadas por exemplo à despoluição de águas, controle de emissão de poluentes, lançamento de efluentes e deposição irregular de resíduos perigosos. Apesar de elevados, os investimentos podem reverter quadros graves como é observado na cidade de Cubatão, em São Paulo, que através de investimentos em tecnologia e pesquisa vem conseguindo reverter o quadro crítico de poluição.

Apesar do Brasil possuir legislação e normas que buscam tratar os resíduos sólidos, a fiscalização não é efetiva. O tratamento de resíduos gera custos para as empresas, e está atrelado a competitividade no mercado, uma vez que os competidores que não tiverem custos com a reciclagem ou reaproveitamento de resíduos são considerados mais competitivos. Por isso a fiscalização é necessária principalmente em pequenas e médias empresas, evitando que empresas que competem em termos globais sejam as únicas a apresentar políticas sustentáveis, fator avaliado pelos países que comprarão seus produtos no exterior. Existem ainda os empresários que contribuem com políticas sustentáveis por motivos éticos e, principalmente, práticos, uma vez que os resíduos descartados ocupam espaço e desperdiçam matéria-prima que poderia ser reaproveitada.

Leia também:

Referências Bibliográficas

[1] Agenda 21 (Rio 92) – Capítulos 19, 20 e 21. Disponível em: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global.html

[2] Política Nacional de Resíduos Sólidos, 2ª edição. Disponível em: https://fld.com.br/catadores/pdf/politica_residuos_solidos.pdf

[3] Constituição Brasileira, Artigo 225. Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_06.06.2017/art_225_.asp

[4] Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Industriais. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120927_relatorio_residuos_solidos_industriais.pdf

[5] Resolução CONAMA nº 257. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008040356.pdf

[6] Resolução CONAMA nº 258. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008030342.pdf

[7] Resolução CONAMA nº 263. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008030359.pdf

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Entulho

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De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) os resíduos sólidos podem ser classificados quanto a sua origem em resíduos industriais, domiciliares, de limpeza urbana, agrossilvopastoris, de mineração, de serviços de transporte, de serviços de saúde e da construção civil. Os resíduos da construção civil (RCC) são definidos pela resolução número 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente como aqueles gerados em construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluindo os processos anteriores a construção como preparação e escavação do terreno. Esse tipo de resíduo é chamado popularmente de entulho, e pode ser classificado em quatro diferentes categorias de acordo com a natureza do material. Os exemplos vão desde tijolos, blocos de concreto, cerâmicas, madeiras, gesso, fiação, tubulações, plásticos, telhas e vidros até solo e rochas e pavimento asfáltico.

Caçamba cheia de entulho de construção civil. Foto: Peter Horrox / Shutterstock.com

Classificação

A classificação dos resíduos da construção civil em quatro diferentes categorias é estipulada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama Nº 307/2002) da seguinte forma:

  • Classe A: resíduos recicláveis e reutilizáveis na forma de agregados como blocos, tijolos, placas de revestimento, alvenarias, argamassa, telhas, concreto e solo;
  • Classe B: resíduos recicláveis utilizados no próprio canteiro de obras ou encaminhados para centros de reciclagem como restos de papel, papelão, plástico, vidro, metais e madeiras;
  • Classe C: resíduos que não possuem técnicas ou aplicações para reciclagem e reaproveitamento;
  • Classe D: resíduos considerados perigosos, como solventes, amianto presente nas calhas, tintas e óleos. Também se encaixam nessa categoria os resíduos provenientes de construção, reparo ou demolição de ambientes hospitalares e industriais por exemplo.

Reciclagem e legislação

A remoção e destinação correta do entulho é de responsabilidade do gerador, e pode ser fiscalizada e penalizada de acordo com diversas leis e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e também através da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Na cidade de São Paulo, a prefeitura estabeleceu uma lei que permite o descarte de até 50 quilos de entulho por dia através da coleta domiciliar convencional, uma vez que é proibido a deposição dos resíduos em vias públicas. Outra possibilidade para os moradores da cidade é o descarte em Ecopontos, distribuídos ao longo de diferentes regiões e responsáveis por receber até 1 metro cubico de entulho, madeira, grandes objetos e até poda de árvore diariamente.

Em situações onde o volume a ser descartado ultrapassa os valores permitidos por lei, o gerador se torna responsável por contratar o serviço de caçamba, que realiza o transporte e destinação adequada em aterros de resíduos de construção. A empresa de transporte responsável pela caçamba deve ser cadastrada na Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), garantindo assim o descarte final ambientalmente mais adequado. A resolução Nº 307/ 2002 do CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente, ainda prevê que as construtoras devem elaborar programas de gestão de resíduos durante o processo de licenciamento para prosseguirem com obras de construção civil.

Referências Bibliográficas

[1] Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos

[2] Resíduos de Construção Civil (RCC). Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/amlurb/entulho/index.php?p=4627

[3] O que é entulho? Disponível em: https://abrecon.org.br/entulho/o-que-e-entulho/

[4] Como fazer o descarte de entulhos de obra corretamente? Disponível em: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/45/80-destinacao-entulho.html

[5] Entulho. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Entulho&oldid=53260027.

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Logística reversa

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A destinação apropriada dos resíduos sólidos é considerada uma questão de saúde pública, sendo estabelecida por normas e instrumentos propostos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), lei nº 12.305. O tratamento correto dos resíduos sólidos vêm sendo cada vez mais discutido, uma vez que a quantidade de lixo vem crescendo com o aumento da população. Só no Brasil são descartadas 240 mil toneladas de lixo diariamente, muitas vezes de maneira inadequada, contribuindo para poluição ambiental, incluindo reservatórios de água, rios e áreas florestadas, proliferação de animais e insetos vetores de doenças, produção de gases nocivos, além de desperdício de materiais potencialmente reutilizáveis.

Um dos regulamentos presentes na PNRS é o decreto nº 7.404, que estipula uma responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa. Isso significa que as obrigações pela reciclagem e reutilização de produtos é coletiva, e cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes retirarem ou receberem produtos ou embalagens que não são mais utilizadas pelos consumidores. Assim, a definição estipulada pela PNRS e difundida pelo Ministério do Meio Ambiente aponta a logística reversa como um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

Esse regulamento torna a reciclagem e destinação correta de embalagens de produtos consumidos uma obrigação das indústrias produtoras. Alguns produtos já apresentavam a necessidade de participarem do processo de logística reversa apesar das coletas seletivas e do serviço de limpeza disponibilizado pelos órgãos públicos, por serem considerados perigosos para o meio ambiente. Assim, indústrias, empresas produtoras, comerciantes, importadores e distribuidores de produtos como pilhas, baterias, equipamentos eletrônicos e peças, óleos lubrificantes, pneus, lâmpadas fluorescentes e agrotóxicos já possuem um sistema de logística reversa.

Logística reversa e reciclagem

Grande parte dos produtos disponíveis para consumo são comercializados em embalagens, que precisam ser descartadas e recicladas após sua utilização. Essa responsabilidade passou a ser de indústrias produtoras, e a comunicação entre os consumidores e as indústrias é facilitada por comerciantes, estabelecimentos, empresas e o setor de varejo de um modo geral. Assim, cabe ao varejo captar e devolver para as indústrias as embalagens pós consumo. Para que isso aconteça é necessário que o consumidor esteja atento com suas obrigações, realizando corretamente o descarte das embalagens adquiridas por ele. Além disso é obrigação da administração municipal garantir serviços de coleta seletiva e destinação correta de resíduos sólidos, tanto recicláveis como não recicláveis.

Após o sucesso das etapas anteriores, as indústrias são responsáveis por pagar os serviços oferecidos por cooperativas de catadores, previamente capacitadas para receber diferentes resíduos coletados seletivamente. Por fim, as embalagens as embalagens destinadas às cooperativas de catadores são encaminhadas para os centros de reciclagem, onde são processadas e transformadas em novos produtos. Para que esse processo contribua com o meio ambiente e também com a saúde da população de um modo geral, é importante enfatizar a responsabilidade do consumidor no ciclo da reciclagem, que contribui com o descarte correto em postos de coleta próximos.

Referências Bibliográficas

[1] Logística Reversa. Disponível em: http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/logistica-reversa

[2] Logística Inversa. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica_inversa

[3] O que é logística reversa. Disponível em: https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28020-o-que-e-logistica-reversa/

[4] Logística Reversa. Disponível em: http://www.recicleiros.org.br/logistica-reversa

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Plot twist

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A tradução para o termo plot twist, ao pé da letra, é reviravolta no enredo. O áudio visual nacional utiliza também a expressão ponto de virada, ou seja, aqueles momentos decisivos que acabam mudando o percurso da história, trazendo novos componentes ou atribuindo significados diferentes aos originais, que já são de conhecimento do público/leitor.

Quando a narrativa mostra outra faceta do personagem e o leitor/público percebe que a real identidade não tem a ver com a impressão inicial acontece o plot twist. Muitos seriados e filmes lançam mão deste recurso principalmente em seus finais porque isso causa um impacto, o inesperado é sempre bem-vindo e atua fortemente como marca de criatividade do autor.

Com a termologia do plot twist surge o conceito de spoiler e este acontece quando aquele é revelado antecipadamente. Para muitos, o spoiler prejudica a interpretação porque a ideia da reviravolta é justamente contrariar, na maioria das vezes, toda uma lógica narrativa que o autor provoca no leitor/público. O conhecimento antecipado da reviravolta na trama, em quase todos os casos, compromete a revelação e pode tornar a sequência narrativa desinteressante.

Pensando em despistar o leitor/público alguns autores usam como artifício a criação de um falso protagonista que é apresentado no início da trama como o personagem principal, mas logo em seguida ele é retirado do enredo, comumente sendo morto. Essa categoria de plot twist recebe o nome de John Red.

Outro tipo de plot twist bastante usado é o chamado final surpresa, aquele que obriga ao leitor recordar o passo a passo da história para descobrir em quais momentos da narração deixou passar informações sobre os personagens e suas ações e como aquela revelação final faz sentido ao se juntar os retalhos da narrativa.

Em inúmeras produções, principalmente nas séries, o plot twist não acontece só no final da história, mas vai acontecendo de várias formas e o público precisa estar atento a elas: quebra da linearidade da narração; continuação inesperada de um aspecto da narrativa - personagem, ação ou história; plot fixo em um episódio específico ou permanente, aparecendo em todos os episódios; reviravolta; mudança de percurso e elemento inesperado ou surpreendente.

Por ser um gênero contemporâneo, o plot twist tem sido usado com frequência na elaboração narrativa do universo dos games. Jogos como Resident Evil, Silent Hill, Dead Space prendem a atenção do público porque além do fator diversão, que é a proposta principal de todo jogo, os jogares anseiam saber qual o desfecho dos personagens e suas ações.

O conceito é novo, mas a conceituação de plot twist permeia as produções artísticas desde a sua origem. Afinal, é praticamente unanimidade entre o público que as narrativas que oferecem revelações, surpresas ou reviravoltas criativas ganham muitos fãs.

Referências:

O que é plot twist?. Disponível em: <http://www.yazigi.com.br/noticias/ingles/o-que-e-plot-twist>. Acesso em: 06 mar. 2019.

Plot Twist. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Plot_twist>. Acesso em: 06 mar. 2019.

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Coprocessamento

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Existem diferentes tipos de resíduos sólidos produzidos por segmentos e atividades humanas, como resíduos industriais, urbanos e de serviço de saúde por exemplo. Para cada categoria de resíduo solido, como os resíduos industriais, existem alternativas de manejo e descarte adequadas, visando minimizar danos ao meio ambiente e também a saúde humana e animal. Assim, a prática do coprocessamento de resíduos surgiu para suprir a demanda por tratamentos de resíduos gerados pela indústria de cimento, e tem se expandido devido à crescente necessidade de uma alternativa ambiental e socialmente mais adequada.

O coprocessamento é uma alternativa sustentável para a destinação de resíduos de fornos de cimento a partir do reaproveitamento da energia contida nesses materiais e/ou substituição da matéria-prima pelas indústrias. Sua operação é regulamentada e licenciada por órgãos ambientais competentes, já que representa uma integração segura do material descartado com o processo de fabricação do cimento, podendo ser aplicada tanto a resíduos de matérias-primas, como combustível, inorgânicos ou orgânicos. Esse processo evita a liberação de substâncias perigosas, como aquelas contendo metais pesados, compostos organoclorados com cadeias vinílicas ou aromáticas.

A blendagem

O processo anterior ao coprocessamento é chamado de blendagem, e consiste na preparação de resíduos sólidos, líquidos e pastosos em equipamentos de alta tecnologia, com o propósito de se obter o produto final chamado Blend. Esse produto é enviado para fábricas de cimentos onde é introduzido em fornos de fabricação, como forma de substituição energética ou incorporação à matéria-prima. A queima desse material não emite gases poluentes, e eventuais substâncias perigosas são encapsuladas no cimento de forma totalmente segura, minimizando a poluição ambiental.

O processo

Os resíduos são processados nos fornos rotativos, necessitando de condições específicas como alta temperatura, ambiente alcalino, atmosfera oxidante, ótima mistura de gases e produtos, além de tempo de residência suficiente para a destruição de resíduos perigosos. Alguns resíduos não podem passar por este processo, como os resíduos organoclorados, organofosforados, domiciliares, pesticidas, radioativos, hospitalares e explosivos por exemplo.

O coprocessamento no mundo

Há cerca de uma década a coincineração, ou o coprocessamento de resíduos em fornos de unidades cimenteiras é praticada extensivamente e de forma segura em doze países da união Europeia, nos Estados Unidos, no Japão e na Suíça, utilizando os resíduos pré-tratados como combustível alternativo. Já no Brasil foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), que trouxe uma responsabilidade compartilhada sobre a destinação e disposição final dos resíduos sólidos de um modo geral. O poder público passou a ser responsabilizado pela destinação do resíduo doméstico, enquanto cada um dos geradores de resíduos passou a ser responsável pelo tratamento, disposição ou destinação final de seus resíduos de maneira adequada.

A prática também se mostra vantajosa, uma vez que indústria de cimento economiza significativamente com o coprocessamento, assim como qualquer outro segmento que o utilize. Isso acontece uma vez que o uso de resíduos como matéria-prima e/ou combustível faz com que os gastos com esses fatores diminuam. Outra vantagem é a diminuição da emissão de particulados, óxido de enxofre e óxido de nitrogênio para a atmosfera, tornando os produtos sustentáveis, e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais não renováveis como combustíveis por exemplo.

Referências bibliográficas

[1] O que é coprocessamento? Disponível em: http://coprocessamento.org.br/o-que-e-coprocessamento.

[2] Coprocessamento. Disponível em: http://www.ccst.inpe.br/entenda-o-conceito-de-coprocessamento-e-suas-vantagens-ambientais/.

[3] Aspectos do coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/esa/v16n1/a03v16n1.

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Confinamento permanente

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A destinação dos resíduos sólidos gerados por diferentes setores e atividades humanas é considerada uma questão de saúde pública, e causa preocupação tanto ao governo como à população de um modo geral. O destino dos resíduos está relacionado com o tipo de material que os constituem, já que em alguns casos os componentes podem ser considerados perigosos, sendo necessário uma destinação adequada diferente daquela dada aos resíduos comuns. Assim, os métodos de tratamento são variados e também dependem da composição do resíduo: aterros sanitários e industriais, incineradores, compostagem, biogaseificação e confinamento permanente. Os aterros são considerados a solução mais prática e barata para o descarte de resíduos urbanos (aterros sanitários) e industriais (aterros industriais), diferente dos incineradores que reduzem o lixo a cinzas, mas são considerados poluidores por gerarem, durante o processo de queima, dioxinas e gases estufa. Já o confinamento permanente é utilizado para materiais altamente tóxicos, considerados perigosos, e que não se decompõem, como resíduos nucleares e hospitalares.

Lixo tóxico e hospitalar

O lixo tóxico é resultante do processo de queima do combustível nuclear, gerando material radioativo. Por conta do elevado risco de contaminação, esse resíduo é considerado perigoso à saúde da população e ao meio ambiente, e deve ser enterrado em local próprio e inacessível. Esse tratamento dado ao lixo altamente tóxico é chamado confinamento permanente, e se resume a abordagens como a construção de túneis escavados por grandes profundidades, chegando a quilômetros abaixo do solo.

Já o lixo hospitalar ou resíduo hospitalar, é o nome dado aos resíduos provenientes de ações médicas desenvolvidas em unidades de prestação de cuidados de saúde, em atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e investigação, possuindo classificações de acordo com seu grau de contaminação. O grupo B, ou químicos, são os resíduos que apresentam substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independentemente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade ou toxicidade. São exemplos de resíduos pertences ao grupo B os medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X. Outro grupo de lixo hospitalar é o grupo C de rejeitos radioativos, composto por materiais que apresentam radioatividade em carga acima do padrão, e que não possam ser reutilizados como os exames de medicina nuclear por exemplo. Neste grupo estaria a bomba de Césio 137, cujo lacre foi violado por dois jovens catadores de papel acarretando na tragédia de Goiânia em 1987.

Alternativas

Atualmente tem surgido o problema relacionado a destinação dos resíduos sólidos, já que os aterros estão ficando cada vez mais raros, dada a dificuldade de se aprovarem áreas para o despejo de lixo. Assim, os locais existentes estão cada vez maiores e mais distantes. Algumas opções foram levantadas como enterrar o lixo nuclear no fundo do mar, prática que se deu entre 1946 a 1993, e então banida por meio de tratados internacionais. Nos anos 1970, a Alemanha começou a converter duas minas de sal antigas em locais de armazenamento de lixo nuclear. Na época um estudo previu que o fluxo da mina aumentaria com o passar do tempo, levando a um vazamento incontrolável e implicando diretamente em contaminação pelo conteúdo nuclear.

Referências bibliográficas

[1] HORTA, S. D. P. A Importância da Coleta Seletiva. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-coleta-seletiva/28224/.

[2] Lixo tóxico. Disponível em: http://meioambiente.culturamix.com/lixo/lixo-toxico-o-que-e-e-como-evitar.

[3] Lixo hospitalar. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/3237-lixo-hospitalar.

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Aterro industrial

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS; lei n° 12.305/10) contribui com abordagens e instrumentos necessários para o manejo correto dos resíduos sólidos, sejam eles industriais, domiciliares, agrossilvopastoris, ou de mineração por exemplo. Dessa forma a PNRS contribui para minimizar problemas sociais, econômicos e ambientais decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos, uma vez que a destinação incorreta desses resíduos é considerada uma questão de saúde pública. Um dos tipos de resíduos caracterizados pela PNRS são os resíduos industriais, definidos como aqueles gerados nos processos produtivos e instalações industriais.

Existem diferentes formas de gerir e descartar corretamente a alta diversidade de resíduos gerados pelos diferentes setores de produção e consumo. Algumas delas consistem na construção de aterros, definidos como locais apropriados para descarte de material industrial (aterros industriais) e também aqueles gerados por atividades humanas básicas (aterros sanitários). Os aterros são baseados em técnicas de soterramento de resíduos, facilitando assim sua decomposição e absorção pelo ambiente. Aterros industriais, portanto, são aqueles destinados a receber os resíduos industriais, e podem ser classificados quanto a periculosidade do material a ser descartado em duas classes:

  • Classe I: resíduos de alta periculosidade devido características como reatividade, toxicidade, patogenicidade e inflamabilidade por exemplo;
  • Classe II: resíduos de baixa periculosidade, podendo ser classificados como não inertes (tipo A), ou inertes (tipo B).

Especificações

A fim de comportar materiais de maior periculosidade quando comparados aos materiais residenciais e comerciais descartados em aterros sanitários, os aterros industriais apresentam características próprias como impermeabilização, canaletas para coleta de chorume, sistema de drenagem de águas e tratamento para a emissão de gases. Contribuindo para menores impactos ambientais, os aterros industriais ainda contam com a supervisão de técnicos e profissionais habilitados na área para manterem seu funcionamento.

Assim, os aterros industriais apresentam três diferentes setores. No setor de preparação é feita a impermeabilização e o nivelamento do terreno, bem como o sistema de drenagem para captação do chorume. No setor de execução os resíduos industriais são separados em duas classes (classe I: perigosos e classe II: não perigosos), e depositados no aterro. No último setor, chamado de setor concluído, a disposição máxima do aterro é atingida, e então ele é reflorestado. Ao longo de todas as fases existe supervisão de profissionais adequados, garantindo a destinação e separação correta dos resíduos, bem como cuidados com o chorume, reservatórios de água superficiais e queima de gases.

Para que o processo aconteça corretamente, os aterros industriais são compostos por um sistema de dupla impermeabilização. A impermeabilização inferior consiste em uma camada de argila sobreposta à uma manta sintética, feita de material resistente aos resíduos depositados no aterro. Já a impermeabilização superior é composta pelo próprio solo do local, facilitando o reflorestamento, além de uma camada de argila e manta sintética semelhante à camada inferior. Além disso, aterros de resíduos industriais caracterizados como perigosos devem ser alocados em regiões naturalmente impermeáveis, que apresentem solo argiloso e lençol freático relativamente profundo, evitando contaminações de grandes proporções.

Referências Bibliográficas:

[1] Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos.

[2] Entenda a diferença entre aterros sanitários e industriais. Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/entenda-a-diferenca-entre-aterros-sanitarios-e-industriais/.

[3] Política Nacional de Resíduos Sólidos, 2ª edição. Disponível em: https://fld.com.br/catadores/pdf/politica_residuos_solidos.pdf.

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Destino do lixo no Brasil

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O tratamento e destinação correta dos resíduos sólidos é considerada uma questão de saúde pública, envolvendo tanto membros e agências do governo como a própria população, já que o acúmulo de lixo prejudica não só o meio ambiente, mas também toda a sociedade. O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, mostra que a maior parte da população brasileira está concentrada em áreas urbanas. Assim, a quantidade de resíduos vem crescendo com o aumento da população, acarretando diretamente no aumento do volume de lixo produzido nos centros urbanos.

Diariamente são descartadas 240 mil toneladas de lixo no Brasil, das quais mais de 70% tem como destino aterros sanitários. A maior parte dos 30% de resíduos restante também não é destinada de forma correta, sendo descartada em terrenos abertos e até mesmo córregos, rios e áreas florestais próximas de centros urbanos. Assim, o destino impróprio do lixo do Brasil acarreta em poluição ambiental, incluindo reservatórios de água, rios e áreas florestadas, proliferação de animais e insetos vetores de doenças, produção de gases nocivos, além de desperdício de materiais potencialmente reutilizáveis. Por esses motivos novas alternativas para a destinação do lixo no país se tornam cada vez mais necessárias, e vem sendo elaboradas não só pelo poder público, mas também por ambientalistas e profissionais da área, além da própria população.

Alternativas para o destino do lixo

O descarte de resíduos sólidos acontece mais comumente em áreas expostas lixões e terrenos baldios. Essa prática é amplamente difundida por apresentar baixo custo quando comparada a outras alternativas, mas acarreta em uma série de problemas ambientais como o aumento de gases do efeito estufa a partir da combustão espontânea do material exposto e poluição de reservatórios de água e até mesmo lençol freático pelo contato com o chorume. Além disso, locais de descarte de lixo são ambientes favoráveis para proliferação de vetores de doenças, e também contaminação de pessoas que buscam nessas áreas materiais recicláveis como fonte de renda.

Algumas alternativas vêm crescendo no mundo dadas as consequências da destinação incorreta do lixo, como a coleta seletiva, os aterros sanitários e industriais, as incineradoras, a logística reversa e as usinas de compostagem. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRR) prevê a extinção dos lixões, redução do volume de lixo gerado, ampliando assim a reciclagem e coleta seletiva contanto com a inclusão de catadores. Além disso, o material que não puder ser reaproveitado deverá ter como destino aterros sanitários preparados, apresentando uma manta impermeável que impede a contaminação do solo pelo chorume.

A reciclagem através da coleta seletiva, logística reversa e usinas de compostagem são as alternativas que mais contribuem com a preservação do meio ambiente. Materiais como papel, vidro, plástico e metal podem ser destinados por meio da coleta seletiva, que além de minimizar a produção e acúmulo de lixo, é responsável por empregar e incluir socialmente os catadores. Além disso, alguns estabelecimentos vêm apresentando alternativas como a logística reversa, que consiste no retorno de embalagens e produtos para o fabricante após o consumo. Materiais orgânicos como restos de alimento também podem ser reaproveitados por usinas de compostagem, e posteriormente utilizados como fertilizantes pela agricultura.

Referências Bibliográficas

[1] Langanke, R. Destino do lixo. Disponível em: http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/lixo_destino.htm

[2] Mesmo com política de resíduos, 41,6% do lixo tem destino inadequado. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/07/mesmo-com-politica-de-residuos-416-do-lixo-tem-destino-inadequado.html

[3] Conheça o destino do lixo no Brasil e sua relação com a produção e descarte - Dinâmica Ambiental. Disponível em: https://www.dinamicambiental.com.br/blog/meio-ambiente/conheca-destino-lixo-brasil-relacao-producao-descarte/

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Comfy Style: o aerolook perfeito

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Viajar confortável é o segredo para começar qualquer aventura – seja ela uma fashion week ou não. Diferente do passado, quando a aparência estava acima de qualquer bem estar (sim, a moda já foi essa), entrar um avião com peças de modelagens ideais para ficar horas sentada, com estrutura e tecidos maleáveis e ainda assim estar elegante. Entre as marcas que estão fazendo sucesso com seus comfy looks está a brasileiríssima Viviane Furrier. A designer aposta em criar produtos em knitwear, malha e tecido plano que combinem informação de moda e dêem aquela leveza aos visuais urbanos. Durante a última temporada de desfiles na Europa, investi em um total look cinza mescla por baixo do maxi coat preto com detalhes em amarelo. Repare em como é possível brincar com elementos de diversos universos em uma mesma proposta e ainda dar aquele toque de sofisticação na medida.

Na lista de outras misturas que ficam bem para o aerolook contemporâneo, há blusas com shape soltinho, calças de pernas amplas, cardigãs e regatas, que podem ser neutras ou terem aquela pitada de cor para acender o look.

Definitivamente, se teve algo que mudou nos últimos tempos, foi o conceito de ”roupa para viajar”. Não há nada mais fashionista que estar bem com a escolha das roupas certas para cada ocasião – e estar confortável não é só dentro do avião, mas em vários momentos do dia a dia.



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Narrador-protagonista

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O narrador protagonista narra uma história do ponto de vista de quem é o personagem principal. Todas as ações narrativas giram em torno dele e, portanto, trata-se de uma produção notadamente subjetiva. Ao ser o ponto central da narração, esse tipo de narrador tem conhecimento privilegiado de toda a história e articula as informações do jeito que lhe convém.

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas e em Dom Casmurro, o escritor Machado de Assis adota o estilo de narrador protagonista. Tanto Brás Cubas quanto Bentinho, os respectivos narradores, tentam manipular inclusive o que leitor pensa sobre os demais personagens, afinal, a voz dos dois narradores imprimem também juízo de valor e opiniões particulares e subjetivas sobre todas as ações narrativas.

Comumente os narradores protagonistas criam uma espécie de autobiografia ficcional. Essa categoria de narrador consegue obter autonomia em todas as partes estruturais da narrativa. A sua voz tem o poder de julgar e criticar os fatos narrados; o tempo narrado não diz respeito à linearidade da cronologia; o tempo possível é aquele que coincide com a ação narrativa, ou seja, o momento em que criação literária acontece.

Por esse motivo, o narrador protagonista investe no movimento pendular entre passado e presente, havendo espaço também para algumas projeções de futuro. O tecido narrativo é o espelhamento da memória do narrador, com suas lembranças muitas vezes imprecisas e labirínticas, mas que ainda assim não podem ser questionadas já que mesmo apresentando uma visão parcial e limitada da história, não há quem faça um contraponto ao narrador, logo, o ponto de vista dele é o único ao qual o leitor tem acesso.

O processo de articulação da narração pelo narrador é denominado foco narrativo. Se o foco narrativo recai sobre o ponto de vista do narrador personagem é evidente que a narrativa em primeira pessoa confere ao texto um caráter confessional, o que aproxima o leitor da obra e o pacto de leitura se dá, primeiramente, num diálogo direto com o narrador.

Como toda categorização apresenta suas exceções, é necessário observar o narrador personagem Riobaldo, do livro Grande Sertão: Veredas. O narrador criado por Guimarães Rosa, embora seja autodiegético, ou seja, narra a própria história, é um caso à parte na literatura brasileira. Riobaldo narra a história dele de uma forma que, pela articulação primorosa da linguagem literária do escritor, parece que ele mesmo - narrador - descobre a verdade à medida em que vai narrando. Tanto é, que a cada descoberta o discurso do narrador e de surpresa e espanto, o mesmo efeito e a mesma proporção que causa no leitor.

Leia também:

Tipos de narradores

Referência:

SEIDEL, Verônica Franciele. A atuação do narrador protagonista em Dom Casmurro. Revista Linguasagem, v.22, n.1, 2015. Disponível em <http://www.linguasagem.ufscar.br/index.php/linguasagem/article/view/28>. Acesso em 02 mar. 2019.

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Narrador-testemunha

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O narrador testemunha é um dos personagens inseridos na história, mas ele não é o principal. Esta categoria de narrador analisa tudo o que acontece e conta a história em primeira pessoa. Ele vivencia os fatos, mas como não é o protagonista, sua narrativa apresenta uma visão secundária.

O termo testemunha designa aquele que assiste algo, ou seja, que tem a capacidade de dar o seu testemunho em forma de depoimento. A tarefa do narrador é dar o seu testemunho dos fatos e ações que vê, sendo eles verídicos ou modificados pela voz narrativa a fim de que o leitor acredite no seu depoimento.

Assim como o narrador protagonista, a narradora testemunha narra os acontecimentos partindo do seu ponto vista restrito, individual e parcial porque ele não sabe o que ocorre na intimidade das personagens, quais são os seus pensamentos, sentimentos e emoções. O máximo de informação privilegiada que ele consegue ter se dá pelo acesso às correspondências ou aos documentos íntimos, isso permite ao narrador estabelecer deduções ou levantar possibilidades que justifiquem coisas que acontecem na trama.

Ainda que não atue como personagem principal da narrativa, a testemunha faz parte da história ao vivenciar e poder observar de perto todas as ações que acontecem em cada cena no decorrer do enredo. Depois de presenciar os acontecimentos o narrar dá o seu depoimento sobre o que foi visto, ouvido e percebido.

Uma das características primordiais do narrador testemunha é manifestar o seu parecer sobre como o leitor deve se posicionar em cada parte da história, devendo se distanciar em alguns pontos da narração e se aproximar da matéria narrada em outros pontos. Esse movimento duplo de distanciamento e aproximação a que o narrador conduz o leitor é mais um artifício de narrativas homodiegéticas, isto é, narrada por um dos personagens, mas não o protagonista.

A testemunha tenta mostrar que sua postura é imparcial e impessoal, mas a sua narração é permeada pela subjetividade na escolha das informações a serem contadas já que o uso do foco narrativo em primeira pessoa permite ao leitor duvidar se o relato desse tipo de narrador está completamente livre das interferências pessoais.

No que se refere ao tempo narrado, ele é muito mais cronológico pois a preocupação do narrador é contar como os fatos sucedem evento após evento e, portanto, o tempo psicológico é pouco contemplado ou nem abordado porque a testemunha, muitas vezes, só tem acesso ao seu estado de espírito não podendo relatar a temporalidade psicológica que rege os demais personagens.

Leia também:

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Classificação climática de Köppen-Geiger

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