Trend alert: Cartela Pastel

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Mesmo com a invasão das cores vibrantes nas ruas e passarelas, é incrível como a paleta pastel permanece em destaque. O segredo para incorporá-la sem exagerar na doçura é fugir de looks femininos e românticos e apostar na alfaiataria ou combinações mais modernas. Quanto mais oversized, melhor – vale, por exemplo, usar mais de uma peça ampla. Brinque sem medo com tons azuis, rosinhas, amarelos e lilases e no match improvável entre eles. Para o meu look aqui em Londres, apostei no maxi coat Joseph e na jogger pants Alexander Wang na mesma tonalidade de azul com a blusa rosa de gola alta de cashmere. Veja como a combinação é delicada, mas marcante ao mesmo tempo. O contraste entre tons suaves e modelagens over é a equação ideal para um look urbano e fashionista na medida.

Nas coleções internacionais, do mint green ao amarelinho, passando pelos tie dye mais leves, uma série de inspirações para vários estilos. Na Tibi, o full blue surgiu no macacão soltinho e sem muitas intervenções de detalhes – exceto a amarração no cós, que forma um franzido discreto. Já no desfile de Marc Jacobs, o rosa foi protagonista do vestido que mistura características românticas – como as mangas bufantes longas, a flor na cintura, os babados na gola e o movimento sutil do modelo. Com um ar esportivo e moderno, Stella McCartney trouxe tons pastel com aparência lavada no tie dye. O verde menta apareceu em um look que traz transparência e shape mais justo. Enquanto isso na Escada, o amarelo pastel deu nova vida ao trench coat e à calça de alfaiataria.



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Trend alert: Azul noite

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Blue, blue, blue. A mais recente temporada de Alta Costura trouxe uma infinidade de criações deslumbrantes com uma das minhas cores preferidas. O azul noite, que varia entre um tom royal e o escuro, deu o ar das graças em coleções estreladas. Na maioria dos casos, as tonalidades surgiram em visuais monocromáticos, com mistura de texturas e sobreposições inesperadas – e muito elegantes. Começando pelo combo cool da Givenchy, trazendo o paletó cropped ao lado do vestido de renda todo bordado. Aqui, a estilista Clare Waight Keller brincou com a alfaiataria adaptada e a leveza dos longos esvoaçantes. Já Jean Paul Gaultier apresentou um conjunto de tailoring com detalhes modernos. Há um trabalho de seda com tiras, que formam plissados e franjas tanto no blazer quanto na calça. No mood, apostei no vestido Barbara Bela, composto por veludo, bold flowers e transparências, para um cocktail especial.

Com seu olhar luxuoso e poderoso, Elie Saab desfilou uma proposta que, com certeza, vai marcar os red carpets. O match decote princesa + fenda é infalível para as produções noturnas – e já dá para imaginar algumas atrizes vestindo a peça. A Zuhair Murad investiu nas assimetrias, com direito a bordados ricos, manga de um lado e pernas à vista! Já o sotaque italiano de Giorgio Armani ecoou nos looks da Armani Privé, trazendo um casaco com aplicação de franjas superfininhas. Detalhe: o estilista é fã absoluto das combinações de azul escuro – que está sempre presente nas suas coleções.



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Spring 19 Couture: Valentino, Giambattista Valli e Jean Paul Gaultier

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Ah, a temporada de Alta Costura. Sempre um encanto sem fim. Cada apresentação é um verdadeiro sonho, com suas peças preciosas e shows que seguem à risca toda a proposta luxuosa e elegante da coleção. Diferente dos desfiles de Prêt-à-Porter, a Haute Couture é limitada e apenas algumas poderosas grifes podem participar. Um dos requisitos? O desenvolvimento das roupas são 100% manual, com direito a bordados, aplicações e cortes impecáveis.

E na lista não poderia faltar Pierpaolo Piccioli – e suas criações surpreendentes. O estilista italiano é conhecido pela sensibilidade e forma de impactar com suas peças-desejo. Não só as roupas, mas os acessórios no geral também são destaque nas suas passarelas. Desta vez, ele deu foco além das roupas. Com um casting diverso, Piccioli trouxe diferentes gerações de modelos negras (entre Naomi Campbell e Ugbad Abdi) para vestir uma série de looks repletos de flores. Sejam eles em sobreposições, texturas, tonalidades, babados, volumes, camadas de saias, bordados, nos acessórios ou até na maquiagem (com cílios hipnotizantes), a versão da delicadeza e romantismo veio com uma leveza e elegância única.

Já Giambattista Valli seguiu apresentando o seu savoir faire, com suas silhuetas alongadas, sofisticadas, luxuosas e modernas. Na passarela, uma divisão de momentos opostos. A primeira parte destacava vestidos curtos e justos com detalhes volumosos nas mangas ou bordados que cobriam jaqueta e minissaia. Por outro lado, o estilista também investiu nos longos, alguns com modelagens soltas e retas, outros ricos em bordados, plumas na barra ou em camadas generosas de tule.

O clima náutico sempre fez rodeou Jean Paul Gaultier. O estilista-marinheiro mostrou listras e a cartela navy (com foco no marinho) de um jeito icônico e adaptando muito deste universo casual-chic para o luxo. E há referências das stripes tanto nas texturas das blusas peplum feitas com franzidos quanto nos vestidos assimétricos estampados, com linhas bold em black and white, e ombros/mangas com dose extra de volume. Já o azul cobriu o macacão metálico, também com cintura em evidência, em uma composição full blue – incluindo meias, sandálias e colar. Um jeito diferente de explorar o clima marítimo.

 

 



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Trend hits: Pink and Yellow

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Pink ou amarelo? Na dúvida, os dois! A temporada de Couture trouxe bons exemplos para provar que a dupla pode ser uma combinação poderosa. Se antes era comum escolher uma delas para cobrir acessórios em looks mais sóbrios, hoje a moda vem mostrando uma série de referências para entrar completamente no mix and match das cores vibrantes. De um lado, o rosa, com toda sua estética romântica e cheia de feminilidade. Do outro, o tom solar, que dá uma injeção de energia ao visual sem muito esforço.

Das opções mais claras às saturadas, vale acompanhar o mood de algumas das grifes que levaram suas propostas para as passarelas. Enquanto Ronald van Der Kemp elegeu o rosé como protagonista da cena e o amarelo vibrante para a camisa, Schiaparelli inverteu e deixou o sweet pink para as mangas bufantes amplas. Na ala dos contrastes impactantes, Alexis Mabille investiu em um modelo com ar oitentista, com direito à cintura marcada e maxi babado no decote. Por um caminho mais cool, Piepaolo Piccioli misturou as tonalidades mostarda e rosa em uma composição cool e superelegante para a coleção da Valentino.

Já entre as produções monocromáticas, as cores ganharam opções de fazer as fashionistas suspirarem. O rosa, por sua vez, surgiu como quase saído de um conto de fadas. Elie Saab brincou com transparências e bordados luxuosos para seu vestido dos sonhos. A italiana Alberta Ferretti apostou na combinação da cartela rosada na sobreposição de diferentes materiais – sendo um deles estruturado e outro super leve e delicado. Na apresentação do mago dos vestidos-desejo Giambattista Valli, o rosa aparece em camadas de tule sem interferência de outros materiais.

Para a família amarela, a Maison Rabih Kayrouz optou pela combinação de peças minimalistas e modernas, com cortes bem acabados e sofisticação na medida. Entre as marcas que desfilaram seus looks dentro do conceito de mescla de materiais texturizados está a Givenchy de Clare Waight Keller, que desfilou um modelo em linha A impecável, com um trabalho minucioso de composição de relevos e transparências, e Alexis Mabille, que reuniu detalhes, como aplicações de rendas, cinto e laços fininhos próximos à gola.

 



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Trend hits: Animal Print

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Sinônimo absoluto de glamour e elegância, o animal print deixou de ser uma tendência temporal e, hoje, é considerado um item clássico do guarda-roupa feminino – assim como o “pretinho básico”.  Sucesso entre as divas do cinema da década de 1950, como Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, e nos anos 1980, as padronagens inspiradas na pele dos animais surgem na estética tradicional e em um mix de cores inusitado. O segredo é sempre inovar! Nas passarelas, ele vem mostrando sua versatilidade e todo o seu lado moderno, graças às interpretações cheias de frescor e personalidade feitas pelos diretores criativos.

Nas passarelas internacionais, as estampas dominaram as coleções em propostas, quase, full animal print. Para o seu Verão 2018, a estilista Donatella Versace fez uma homenagem ao seu irmão Gianni e trouxe a estética vibrante para visuais super cool. A top Kaia Gerber surgiu a bordo de um conjunto bicolor, com substituição do clássico fundo terroso para o amarelo impactante. Já na Rochas, a produção conta com sobreposição de estampa leopardo em diferentes combinações no casaco e vestido.

A ideia de composição all printed seguiu na Richard Quinn, que apresentou duas variações de tamanho das mesmas manchas no mesmo casaco – no centro da peça, os desenhos eram menores e maiores nas laterais. Na Kenzo, o python foi o protagonista do look superestampado, em encontro com a gola e calça xadrez. Repare como o animal print é democrático e forma boa composição com outros padrões. Para o Inverno 2019 da Versace, um tom mais divertido e jovem trouxe a peças de cores fortes e detalhes clássicos urbanos, como os bottons aplicados no casaco de oncinha e desenhados no vestido.

Entre formas tradicionais e novas, o que vale é sempre escolher o tipo que combina com você!



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Haute Couture: Dior Spring 19

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Quando falamos de Semana de Alta Costura, automaticamente, falamos de um mundo dos sonhos. Um universo que permite uma série de fantasias e que nos surpreende. Incrivelmente, toda temporada segue esse script. Cada vez mais encantadora e cheia de motivos para nos fazer suspirar. Basta ver até onde os diretores criativos levam os seus shows, que mostram a roupa, como foco principal, em cenários de precisar de algum belisco.

Desta vez, a responsável pela magia, quase literal, foi Maria Grazia Chiuri na apresentação da Dior. Ela, desde sua primeira estação na maison francesa, investiu em temas fortes, que trouxessem a mulher como protagonista não só da passarela, mas da cena em si. Ao chegar no Musée Rodin, já era esperado um espetáculo sensível. A entrada do desfile já entregava um picadeiro elegante, com lâmpadas penduradas em fios e um ambiente super aconchegante. Tanto a atmosfera quanto a coleção partiam da inspiração principal de Maria Grazia – a foto ”Dovima e os elefantes” clicada em um circo por Richard Avedon para Christian Dior em 1955. Antes mesmo das roupas ganharem os holofotes, um time de acrobatas de circo de Londres fez uma abertura com mulheres nos ombros de outras, trazendo o simbolismo de força e união feminina – ”que estamos juntas e tudo vai dar certo”.

Já no que diz respeito às peças, um encanto sem fim. O tom mágico da vestimenta do circo mostrou seu espaço em roupas que lembravam as fantasias dos palhaços, mas feitas em organza, com destaque para transparência em pontos estratégicos, aplicações, franzidos e volumes. Saias bordadas ou incrustradas de paetês opacos são encurtadas como tutus que remetem aos códigos das acrobatas, domadoras e amazonas. Além dos pontos justos e curtos, há calças amplas e muito leves, estreitando no calcanhar, que também podem se tornar macacões suntuosos. Os shorts surgem com camisas brancas decoradas com
babados ou fitas, que trazem a sensação de terem sido gastas com o tempo. Corsets em couro, listras de marinheiro e jaquetas pretas inspiradas na do domador de leões também surgem com sofisticação e uma pitada de modernidade.

Entre os desejos absolutos (e que deixaram as fashionistas vidradas) estão os vestidos longos cobertos por plissados. Repare na leveza e nos ”desfiados” propositais com visual de franjas nos decotes. Fiquei maravilhada com os acabamentos tão bem feitos e que mostram um caminho tão fresco para a Alta Costura. As tonalidades também transmitem um romantismo e uma delicadeza que vai em encontro com toda simbologia que Maria Grazia buscou no seu espetáculo. E nos marcou completamente!

 



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Haute Couture: Dior Spring 19

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A Semana de Alta Costura começou! E estar aqui em Paris novamente é uma delícia. Ainda mais para acompanhar de perto os desfiles mais concorridos e deslumbrantes. Entre eles está a label francesa que mais vem se destacando nos últimos tempos, por ser desejável, acompanhar as mudanças comportamentais da sociedade e, claro, manter o seu DNA cada vez mais forte. Acompanhe ao vivo o desfile às 11:30h.

 



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Pré-Fall 19: Dior, Chloé, Schiaparelli e Stella McCartney

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A temporada de Pre-Fall 2019 segue firme e cheia de gás. É incrível como as coleções ”entre estações” estão cada vez mais fortes e ganhando atenção das grifes e fashionistas. No post anterior, mostrei quatro marcas que trouxeram propostas que, de certa forma, acredito que vão impactar (positivamente!) no guarda-roupa dos próximos seis meses. Mas não são somente aquelas apresentações que chamaram a minha atenção. Quem me conhece, sabe que faltaram algumas das minhas grifes preferidas na seleção. Dior? Stella McCartney? Estão aqui, com seus visuais deslumbrantes e que reinventam os códigos de feminilidade.

Para começar, Maria Grazia Chiuri sempre surpreende. Desta vez, a diretora criativa da Dior apresentou uma série de peças inspirada no trabalho da artista ucraniana Sonia Delaunay. Na ficha histórica pintora há uma colaboração especial para a maison. Durante o período de Marc Bohan na casa, ela desenvolveu um vestido com detalhes artesanais para a cantora francesa Françoise Hardy. Para a o Pre-Fall, as criações trazem detalhes baseados nesta atmosfera e mostram um contraste moderno e urbano para a mulher de 2019. Os casacos surgem monocromáticos ou com padronagens em visuais com calça de alfaiataria ou jeans. As bomber jackets em verde militar encontram saias de renda de seda transparente. Na minha lista de produções-desejo estão os tricôs e saias mídi de lã com desenhos geométricos ou tingimento com efeito degradê. Outro ponto cool é a marcação da silhueta, com cintos finos que sobrepõem saias e jaquetas.

Ao primeiro olhar, Natasha Ramsay-Levi passeou livremente pelos anos 70 e 80, trazendo uma pitada de glam herdada deste período. Sobreposições, combinações de tricôs texturizados, fendas estratégicas e modelagens soltas e despretenciosas guiaram as peças marcantes e transformadoras. Há um quê do período eduardiano em camisas turtle neck com gola foulard. Repare também nos prints florais, com aparência British vintage.

Se é cor que você precisa, a Schiaparelli investiu forte no color blocking. E uma das minhas combinações preferidas ganha espaço e proporções especiais. Vermelho e rosa fazem match perfeito em itens altamente sofisticados e contemporâneos, como o macacão com franzidos, e no vestido com estampa de várias estátuas em um mix de efeitos e assimetrias. O pink também dá o ar das graças na t-shirt bicolor em look com calça de alfaiataria verde. 

Stella, Stella, Stella! Obviamente não poderia faltar ela e sua maestria de nos fazer suspirar. Imagine que o seu Pre-Fall teve uma parcela grande de uma ocasião familiar especial. A designer foi com seu pai, Paul McCartney, assistir à versão para relançamento do longa Yellow Submarine. A partir desta experiência, com olhos atentos, Stella fez uma interpretação do figurino do filme, com doses do arquivo pessoal dos pais, trazendo uma mistura de modernidade, romantismo e, claro, o utilitarismo dos uniformes britânicos – usados por Paul. Há desde vestidos leves, assimétricos, com trabalho plissado, aos conjuntos de alfaiataria em pink ultra-vibrante, passando pelas capas de lã xadrez com recortes para os braços, que deixam detalhes em evidência, como as mangas fofas.

E a moda não para de nos encantar! Após tantas coleções maravilhosas é hora de nos encantar com apresentações dos sonhos. Next stop?  Alta costura!



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Pré-Fall 19: Burberry, Tibi, Max Mara e Victoria Beckham

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Foi dada a largada para a temporada de Pré-Fall 2019! As coleções vêm cheias de peças marcantes e tonalidades clássicas dos dias frios, com detalhes mais discretos, mas de forma repaginada. O trabalho surpreendente ficou por conta da combinação de texturas, materiais e na escolha das estampas certas. Desta vez, o destaque vai para as calças, que surgem em diversos shapes – entre alfaiataria mais sequinha, pantalona ou com ar esportivo.

Na sua segunda criação estação para a Burberry, Riccardo Tisci confirmou o que estávamos esperando. A modernidade que o designer apresentou no Verão 2019, felizmente, permanece intacto – e super desejável. Os códigos tradicionais ganharam nova cara. Entre o mais famoso está o padrão TB, que remete às iniciais do fundador da grife Thomas Burberry e, nos últimos meses, estampa fachadas de lojas mundo afora. Para o Pre-Fall, o motivo aparece em combinação bicolor em ponchos acolchoados como ponto de cor em visuais monocromáticos. Outro ponto importante é o trench coat. Tisci parece se divertir quando dá novas propostas de materiais, cores e maneiras de criar looks com a peça. Adorei a versão em couro preto com a alfaiataria nude/terrosa. E, falando em tailoring, os conjuntos também ganham espaço com composições claras e detalhes elegantes. Repare na aplicação das tiras em couro tanto no blazer quanto na calça.

A monocromia foi a palavra de ordem para a temporada da Tibi e Max Mara. Mas, mesmo com suas produções no mesmo tom da cabeça aos pés, há um toque de cor contrastante em alguns looks, como o combo amarelo + bordô e o clássico necessário black and white. No geral, a coleção tem uma leveza generosa, seja na modelagem dos tradicionais maxicoats da label italiana com manga curta ou na assimetria dos casacos da marca norte-americana. 

Ela sempre surpreende! Victoria Beckham não deixa passar uma estação sem deixar as fashionistas com desejo. A estilista elegeu uma cartela que brinca com contrastes inteligentes e sofisticados. Há peças neon-cítricas e padronagens vibrantes, mas a conexão entre a coleção está nos neutros acinzentados, terrosos/nude e, claro, na dupla p&b. Diferente das outras labels, Victoria optou apenas por sapatos de salto alto nos pés. Há desde open boots a scarpins coloridos.

E  vem mais novidades por aí!

 



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Must Read: três livros inspiradores

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O período de final-início de ano é perfeito para ficar um pouco offline e escolher um livro bom para ler.Dentro do ritmo frenético que vivemos é necessário dar aquela pausa para recarregar as energias e acalmar a mente. Afinal, recebemos uma enxurrada de informação e é preciso dar um reset. Nas minhas últimas viagens, aproveitei para pesquisar e ler algumas publicações.

Aqui, selecionei três publicações que mais gostei de ler nos últimos tempos. E que são as minhas dicas para quem está nesta busca por boas leituras.

O primeiro da lista é uma obra indispensável para a atualidade. Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre foi um casal que impactou muito o pensamento moderno e, sem dúvida, ambos eram brilhantes, corajosos e a frente do seu tempo. Escrito pela biógrafa Hazel Rowley, ”Tête-à-Tête” mostra a relação intensa e turbulenta os dois, além da coragem e força que tinham na época, com seu estilo de vida e ideias inovadoras. Em outras palavras, deu para entender muito bem como eles eram ”gente como a gente”.

Em uma das minhas viagens para Londres, encontrei o “12 Regras para a vida”, escrito pelo psicólogo canadense Jordan Peterson. Como o título já entrega, o best seller traz os doze princípios profundos e práticos de como viver de forma leve e conectada com si mesmo. Inclusive, ele propõe uma busca por significados e dá algumas dicas que vale pensar a respeito. Uma delas? “Organize a sua casa antes de criticar o mundo”.

”Consciência Quântica” é uma publicação para ler com atenção e calma. É interessantíssimo e, por isso, a dedicação é redobrada. Confesso que tive um pouco de dificuldade, mas li em duas partes e foi ótimo. A história é sobre um físico indiano Amit Goswami, um dos principais líderes espirituais da atualidade, que se dedicou, há pouco mais de duas décadas, para difundir uma nova visão de mundo. Na realidade, é como se a física quântica fosse uma chave para a compreensão de nossa existência. O livro apresenta os princípios baseados nesta ciência para explicar pensamentos, sentimentos e intuições. Tudo aquilo que nos acompanha a vida toda. É um título maravilhoso!

Formas deliciosas de alimentar a mente de boas energias e palavras sábias. Os quatro livros são daqueles que a gente começa e, sem ver o tempo passar, já acaba.

E você, já leu algum deles?



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Relações intraespecíficas desarmônicas

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Os organismos estão constantemente interagindo entre si, seja de forma positiva ou negativa, a fim de obterem vantagens determinantes para o aumento de seu fitness, reprodução e sobrevivência. Interações positivas são chamadas de interações harmônicas, e trazem vantagem para ao menos um dos indivíduos envolvidos. Já as interações desarmônicas são interações negativas e apresentam desvantagem para ao menos um dos indivíduos envolvidos. Nesse tipo de interação, muitas vezes um dos indivíduos apresenta vantagem às custas do outro, obtendo recursos necessários para a reprodução e sobrevivência como parceiros reprodutivos, recursos e território. Podem acontecer entre indivíduos da mesma espécie (relações intraespecíficas), ou entre indivíduos de diferentes espécies (relações interespecíficas). Quando interações negativas acontecem entre indivíduos da mesma espécie são chamadas de relações intraespecíficas desarmônicas, e podem ser divididas em canibalismo e competição.

Canibalismo

Um tipo de interação desarmônica que pode ser observada principalmente entre indivíduos de diferentes espécies, mas também entre indivíduos da mesma espécie é a predação, definida como o consumo de um organismo por outro. Quando o consumo se da entre indivíduos da mesma espécie, a predação leva o nome de canibalismo. Fêmeas da aranha viúva-negra pertencentes ao gênero Latrodectus se alimentam do macho após a cópula, necessitando desse recurso energético para desenvolver sua prole. O mesmo acontece entre indivíduos de louva-a-deus pertencentes a família Mantoideae e a classe Insecta, onde machos servem de alimento após a cópula.

Competição intraespecífica

A competição é uma das interações mais estudadas por cientistas, e pode ser observada tanto entre indivíduos de diferentes espécies, conhecida como competição interespecífica, como também entre indivíduos da mesma espécie, chamada de competição intraespecífica. A competição entre indivíduos da mesma espécie normalmente é regulada pela quantidade de recursos disponível no ecossistema, como recursos alimentares, parceiros reprodutivos, abrigos e territórios por exemplo. A quantidade máxima de indivíduos de uma população (organismos da mesma espécie em um mesmo local) que podem sobreviver e se reproduzir com uma determinada quantidade de recursos sem que seja necessário competirem é chamada de capacidade de suporte (k), e é responsável por regular o tamanho das populações.

Quando o número de indivíduos ultrapassa a capacidade de suporte, os recursos se tornam limitantes e os membros da população passam a competir entre si. Por exemplo, a competição por recursos alimentares e território acontece entre indivíduos de diferentes espécies de beija-flor, e a competição por fêmeas é observada em quase todas as espécies de aves, onde machos apresentam ornamentos e cores radiantes para atração de parceiras reprodutivas.

Mamíferos podem competir fisicamente, como leões que disputam entre si pelo acesso a fêmeas para reprodução e também pelo controle do grupo. Na Mata Atlântica, os saguis do gênero Callithrix apresentam vocalização territorial emitida de acordo com a presença de outros indivíduos na vizinhança, e há disputa entre bandos por território, abrigo e recurso. Diferentes espécies de anfíbios anuros formam coros em corpos d’água parados, onde os machos vocalizam para atração de fêmeas e defesa de territórios, e competem entre si muitas vezes pela oportunidade de acasalamento.

Leia também:

Referências Bibliográficas

[1] Begon, M.; Townsend, C. R. & Harper, J. L. Ecology: from individuals to ecosystems. 4 ed. Reino Unido: Editora Blackwell Publishing Ltd, 759p., 2006.

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Relações intraespecíficas harmônicas

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Diversas interações ecológicas determinam o fitness e a sobrevivência dos organismos no ecossistema, e podem ser observadas entre indivíduos de diferentes espécies (interações interespecíficas) ou entre indivíduos da mesma espécie (interações intraespecíficas). Essas relações podem ser classificadas como desarmônicas ou harmônicas. As interações harmônicas são interações positivas, apresentando vantagem para os indivíduos envolvidos, aumentando seu fitness e até mesmo influenciando diretamente sua sobrevivência e reprodução. Quando esse tipo de interação acontece entre indivíduos da mesma espécie, temos relações intraespecíficas harmônicas divididas em colônia e sociedade.

Colônias

Em interações ecológicas intraespecíficas positivas os organismos trabalham em prol da sobrevivência e sucesso reprodutivo, desempenhando funções de forma cooperativa. Assim, as colônias são formadas por diversos indivíduos da mesma espécie altamente especializados, conectados fisicamente e desempenhando diferentes funções. Podem ser classificadas como isomorfas ou heteromorfas, de acordo com a morfologia dos indivíduos que a compõem.

Um exemplo de colônia heteromorfa é a caravela-portuguesa (Physalia physalis) pertence ao filo Cnidaria, formada por quatro diferentes tipos de zooides ou pólipos. Nela, cada pólipo apresenta morfologia própria e consequentemente desempenha uma função específica: locomoção, defesa, alimentação e reprodução. Por exemplo, o pólipo relacionado a locomoção é chamado de pneumatóforo, formando uma bolsa flutuadora que é empurrada pelos ventos.

Caravela. Foto: Broadbelt / Shutterstock.com

Já colônias isomorfas são compostas por indivíduos com menor grau de especialização, apresentando função e morfologia semelhantes. Um exemplo são os recifes de corais, onde cada coral é composto por pólipos capazes de secretar calcário (carbonato de cálcio), formando um exoesqueleto rígido, que pode ser compartilhado por milhares de indivíduos.

Recifes de corais. Foto: Andrey_Kuzmin / Shutterstock.com

Sociedade

A sociedade é formada por um grupo de indivíduos da mesma espécie que cooperam entre si afim de aumentar o fitness e a sobrevivência, e apresenta um alto grau de hierarquia e divisão de tarefas. Sociedades ecológicas podem ser divididas em heteromorfas e isomorfas. As sociedades de formigas, abelhas e cupins são consideradas heteromorfas, de modo que os indivíduos apresentam diferentes morfologias dependendo da função que exercem dentro do grupo.

Cupinzeiros gigantes, construídos pelas sociedades de cupins. Foto: Adwo / Shutterstock.com

Por exemplo, uma colônia de cupins é constituída por um casal reprodutor também conhecido como casal real. São o rei e a rainha da colônia, e únicos reprodutores, que dão origem aos cupins alados, cuja função é fundar novas colônias onde se tornarão também reis e rainhas. Existem ainda os cupins estéreis, que podem ser operários responsáveis pela construção e manutenção de tuneis e coleta de alimentos, soldados com função de defesa do cupinzeiro, ou ainda imaturos. Todos eles apresentam morfologias distintas e próprias para exercerem suas funções.

Já as sociedades isomorfas apresentam indivíduos com morfotipo semelhante independente da sua função, como sociedades de primatas e suricatos por exemplo. O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie ameaçada de extinção na Mata Atlântica, forma grupos de aproximadamente cinco indivíduos compostos por uma fêmea reprodutiva, um ou dois machos adultos e seus filhotes, e são reprodutores cooperativos. A hierarquia social presente no grupo explica a monopolização da cópula pelo macho dominante, porém a alimentação e cuidado dos filhotes é dividida entre todos os membros. Os suricatos (Suricata suricatta) também são mamíferos eussociais, vivendo em grupos de até quarenta indivíduos em túneis construídos no subsolo. A cooperação entre os indivíduos inclui revezamento afim de manter a vigilância do grupo e alertar contra possíveis predadores.

Leia também:

Referências Bibliográficas

[1] Ensino de Ciências. Relações Intraespecíficas. Disponível em: http://bit.ly/2jGN2c8

[2] Cupins. Biologia Geral. Disponível em: http://bit.ly/2swh19O

[3] Ecologia e Comportamento. Associação Mico-leão-dourado. Disponível em: http://bit.ly/1dOctKs

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Relações interespecíficas desarmônicas

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Algumas relações ecológicas podem ser observadas entre indivíduos de diferentes espécies (interações interespecíficas) ou entre indivíduos da mesma espécie (interações intraespecíficas), e são responsáveis por determinar seu fitness, sobrevivência e sucesso reprodutivo no ecossistema. Essas relações podem ser harmônicas, apresentando vantagem para os indivíduos envolvidos, ou desarmônicas, trazendo desvantagem para ao menos um dos indivíduos envolvidos. Quando uma interação negativa acontece entre indivíduos de diferentes espécies temos as relações interespecíficas desarmônicas, que podem ser divididas em competição, predação e parasitismo.

Competição interespecífica

Uma das relações ecológicas mais estudadas por cientistas é a competição, e pode ser observada entre indivíduos de diferentes espécies conhecida como competição interespecífica. A competição interespecífica acontece principalmente por conta de recursos limitados no ecossistema, como alimento, água e território. Nesse caso as espécies envolvidas costumam apresentar as mesmas preferências, ou necessidades ambientais, também conhecidas como nicho ecológico. A grande sobreposição de nicho entre diferentes espécies desencadeia a competição por recursos, uma vez que suas preferências são semelhantes. Assim, a competição interespecífica pode contribuir para que os competidores se adequem a nova disponibilidade de recursos, e até mesmo para a exclusão de um deles.

Esse fenômeno pode ser visualizado no experimento realizado por Gause em 1934 onde duas espécies de protozoário do gênero Paramecium, cujos nichos ecológicos eram bastante similares, foram cultivadas isoladamente e também na presença uma da outra. As duas espécies atingiam seu número máximo de indivíduos quando cultivadas de maneira isolada, porém ao serem cultivadas no mesmo meio, a espécie Paramecium aurelia apresentou maior taxa de crescimento, consumindo os nutrientes rapidamente e impedindo o crescimento e sobrevivência da espécie Paramecium caudatum. A partir desse experimento Gause propôs o princípio da exclusão competitiva, considerado o extremo da competição entre indivíduos de diferentes espécies.

Predação

A predação é definida como o consumo de um organismo por outro, e pode ser mais facilmente observada entre indivíduos de diferentes espécies, formando uma cadeia trófica e níveis de energia. Assim, predadores de topo como grandes carnívoros consumiriam presas de níveis tróficos inferiores, como herbívoros, que por sua vez consomem plantas. Essa conexão garante uma regulação no tamanho das populações, de forma que o aumento do número de predadores acarreta em diminuição do número de presas. Uma vez que o número de presas diminui, o recurso se torna limitado e o número de predadores também diminui. Assim, a quantidade de presa regula o tamanho da população de predadores e vice-e-versa.

Um tipo especial de predação é a herbivoria, onde herbívoros e onívoros se alimentam de plantas e partes vegetais, obtendo recurso e energia necessário para sua manutenção e sobrevivência. Para a planta a interação é desvantajosa, uma vez que sua área foliar diminui, acarretando em queda na fotossíntese e consequentemente produção de energia.

Guepardo caçando uma cabra-de-leque, exemplo de predatismo (relação interespecífica desarmônica). Foto: Elana Erasmus / Shutterstock.com

Parasitismo

Essa interação acontece apenas entre indivíduos de diferentes espécies e normalmente é necessária para o parasita, que habita, se alimenta e até se reproduz no interior (endoparasitas) ou exterior (ectoparasitas) do indivíduo hospedeiro. Alguns exemplos podem ser encontrados nas relações entre diferentes espécies de carrapatos e mamíferos, e também os vermes que se hospedam no interior do corpo humano como as tênias e lombrigas. Espécies vegetais como o cipó-chumbo também podem parasitar árvores de grande porte, obtendo recurso através de seus vasos condutores. Um caso extremo, onde o final do ciclo reprodutivo de um parasita culmina na morte do seu hospedeiro, é conhecido como parasitoidismo.

Leia também:

Referências Bibliográficas:

[1] Begon, M.; Townsend, C. R. & Harper, J. L. Ecology: from individuals to ecosystems. 4 ed. Reino Unido: Editora Blackwell Publishing Ltd, 759p., 2006.

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Relações interespecíficas harmônicas

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A fim de aumentar o seu fitness, as chances de reprodução e também a sobrevivência, os organismos interagem entre si de diversas formas dentro do ecossistema. As relações ecológicas podem se dar entre indivíduos da mesma espécie (interações intraespecíficas), ou ainda entre indivíduos de espécies diferentes (interações interespecíficas), e podem ser classificadas como desarmônicas ou harmônicas. As interações harmônicas são interações positivas para os indivíduos envolvidos, apresentando vantagem ao aumentar seu fitness e até mesmo influenciando diretamente sua sobrevivência e reprodução. Quando acontece entre indivíduos de diferentes espécies são chamadas de relações interespecíficas harmônicas.

Mutualismo

Talvez a relação interespecífica harmônica mais conhecida seja o mutualismo, definido como a interação entre duas espécies diferentes que se beneficiam mutuamente. Apesar desta ser a definição difundida nos livros, atualmente cientistas têm estudado o mutualismo e o definindo como uma exploração mútua entre diferentes espécies. Existem dois tipos de mutualismo: o obrigatório, também chamado de simbiose, e o facultativo, ou protocooperação.

No mutualismo obrigatório a sobrevivência dos indivíduos depende da interação, uma vez que eles não poderiam sobreviver separados. O termo “simbiose” implica em uma interação física fechada, como é o caso dos líquens, uma associação entre algas e fungos necessária a sobrevivência de ambos. Nessa associação a parte fotobionte, constituída por algas verdes ou cianobactérias capazes de realizar fotossíntese, provê alimento para o micobionte, que em troca garante proteção e umidade necessárias para a sobrevivência da alga. O talo liquênico pode ser composto de diferentes espécies de fotobiontes e micobiontes, sendo comumente chamado de fungos liquenizados.

Líquen. Foto: Randimal / Shutterstock.com

O mutualismo facultativo, ou protocooperação, é uma interação positiva para as duas espécies envolvidas, mas não necessária para a sobrevivência das mesmas. É comum entre animais e plantas por exemplo, principalmente em polinizadores como insetos e beija-flores, que transportam pólen de uma planta para outra, facilitando a fecundação cruzada, e obtendo recurso alimentar como o néctar em troca. Outra interação entre animais e plantas se dá através dos dispersores de sementes. Ao ingerir frutos e sementes, mamíferos e aves obtém o recurso alimentar e dispersam pelo ambiente através das fezes. Nesses casos, as interações podem ser tão específicas que as sementes não são danificadas pelo trato digestivo do dispersor, e ainda necessitam desse processo para facilitar a germinação.

Beija-flor retirando pólen de uma flor. Foto: NowhereLand Photography / Shutterstock.com

Comensalismo

O comensalismo é a interação entre espécies diferentes de modo que uma parte é favorecida pela associação, obtendo recursos por exemplo, enquanto outra não tem benefício ou prejuízo em termos energéticos. Espécies comensais normalmente associam-se proximamente do hospedeiro em busca de restos de alimentos, ou recursos necessários a sobrevivência. É o caso das rêmoras que se utilizam da nadadeira dorsal para se agarrar ao corpo de tubarões e assim se beneficiarem de restos alimentares deixados pelos predadores de topo dos oceanos. O comensalismo também é observado entre urubus, abutres e hienas por exemplo, que buscam alimento nos restos deixados por outros animais.

Um caso específico de comensalismo é o inquilinismo, onde uma espécie busca abrigo, proteção e suporte na espécie hospedeira sem causar, no entanto, danos ou custos energéticos. Um exemplo de inquilinismo pode ser observado na associação entre bromélias ou orquídeas que buscam suporte em árvores de médio e grande porte, atingindo áreas com melhores condições de luminosidade, recurso essencial para fotossíntese. Quando o inquilinismo acontece entre espécies vegetais também pode ser chamado de epifitismo.

Bromélia. Foto: Ricardo de Paula Ferreira / Shutterstock.com

Referências Bibliográficas

[1] Begon, M.; Townsend, C. R. & Harper, J. L. Ecology: from individuals to ecosystems. 4 ed. Reino Unido: Editora Blackwell Publishing Ltd, 759p., 2006.

[2] Lotufo, T. M. C. Interações ecológicas. Disponível em: http://www.io.usp.br/index.php/infraestrutura/museu-oceanografico/29-portugues/publicacoes/series-divulgacao/vida-e-biodiversidade/821-interacoes-ecologicas.

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Império Romano

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O Império Romano foi o período da história de Roma que se iniciou com nomeação de Otávio Augusto no ano 27 a.C. e termina com o fim do Império Romano do Ocidente em 475 d.C. que marca o fim da Idade Antiga e início o da Idade Média. A palavra Império vem da palavra de generais, do latim Imperator que significa “aqueles que mandam”. Além de ser marcado pelo fim de todo um tempo histórico, o período imperial vai ser marcado por várias mudanças socioculturais como o a população miscigenada, o nascimento do cristianismo, a construção de vários monumentos arquitetônicos e a contínua expansão territorial.

O fim da República em Roma (509 a.C. a 27 a.C.) com a morte do general Júlio César, que teria tentado apaziguar muitas dessas crises se autoproclamando o Ditador Geral, gerou ainda mais crises. No ano 31 a.C Otávio, sobrinho e herdeiro de Júlio César, assumiu o controle e é nomeado o único general, e teve aprovação do senado, que o nomearam de “princeps”, no latim, o “principal”, e por isso Otávio ficou reconhecido com o Príncipe. No ano de 27 a.C Otávio recebe o título de Augusto (do latim “o venerável”). Augusto vai comandar o Império juntamente com os poderes as várias instituições que se mantiveram da República, tais como o senado e o exército. Otávio Augusto iniciou um período na história romana de abundância e relativa paz interna, que duraria cerca de 250 anos, e ficou conhecido como a “Paz Romana” (Pax Romana).

A sucessão dos imperadores romanos não se dava por meio da hereditariedade, assim como no caso dos reis. Os imperadores concentravam todos os poderes, que antes eram desempenhados pelas outras instituições republicanas, estas por sua vez, continuaram existindo com o intuito de auxiliar a centralização do poder. Aos imperadores eram destinados grandes monumentos, pois a sua adoração era semelhante aos deuses, erguiam-se arcos do triunfos e edifícios com as mais variadas homenagens e reverências. O período da paz romana foi marcado por inúmeras transformações, novas conquistas foram estabelecidas, a grande movimentação da cultura e da economia, construções de novos monumentos como foi o Coliseu no ano 79 d.C, por exemplo.

Coliseu (Roma, Itália). Foto: Viacheslav Lopatin / Shutterstock.com

O Império foi herdeiro da expansão territorial vivenciada por Roma nos últimos séculos tendo o seu apogeu no século II d.C. Muitos povos foram incorporados ao Império dando a ele um aspecto multicultural, já que muitos desses eram considerados muitas vezes cidadãos: No oriente médio, os hebreus, os gauleses na França, os bretões na Inglaterra, e na região do mediterrâneo os gregos e os egípcios. Esses povos formavam a novo aspecto em Roma, pois aqueles que não eram incorporados como cidadãos, deviam pagar tributos que rendiam muito ao Estado. Uma das maiores necessidades desse gigantesco território eram as vias de comunicação entre as províncias e o Império, neste caso a manutenção constante das estradas foi crucial para que se mantivesse recebendo os impostos. Além da comunicação era necessário se manter as leis e as ordens, e para isso os romanos mantinham ao longo do seu território postos avançados do exército e muitos acampamentos militares. As presenças militares nesses locais faziam com que Roma marcasse aqueles espaços transmitindo suas leis. Neste momento o Império chegou a ter mais cinquenta milhões de habitantes sob sua proteção, tendo um exército com apenas 390 mil homens, que comparados com o tamanho da população se revelavam poucos. Este dado nos faz perceber que o controle efetivo se dava por meio do cooptação das elites locais das províncias dominadas.

Fórum Romano, o centro da antiga capital do Império. Foto: Artem Avetisyan / Shutterstock.com

As províncias a partir do século I eram dividas em dois tipos: as senatoriais, controladas por membros escolhidos pelo senado, e as imperiais controladas por militares indicados diretamente pelo imperador. As províncias imperiais desempenhavam o papel de pacificar áreas ainda não dominadas e áreas de fronteiras. As províncias tinham um governo centralizado, compostos por conselhos administrados pelas elites romanas que estavam presentes juntamente com os libertos de cada região, geralmente essa administração ficava nas capitais das províncias, o que era um facilitador na arrecadação de impostos e demais despesas na área da manutenção, tais como estradas, aquedutos, que eram desempenhadas pelos escravos. Nos séculos I e II d.C., os imperadores romanos ampliaram a cidadania romana, e muitos provincianos que lutavam no exército ou exerciam cargos importantes aos romanos, adquiriam cidadania romana após concluírem suas atividades.

A maior parte da população romana era composta de pessoas livres, porém na base trabalhadora romana estavam os escravizados que chegavam a contar mais de vários milhões espalhados em todo o Império. Alguns dos libertos passaram a executar funções de funcionários públicos, e chegaram a atingir grandes cargos. Ou conseguiram enriquecer por meio do comércio e foram incorporados à aristocracia romana. É possível perceber que a mobilidade social romana não era tão restrita, e que o direito à cidadania estava cada vez mais ampliado. Vale ressaltar que a maior parte desses ex-escravizados procediam das mais variadas províncias dominadas pelos romanos. Muitas das consequências dessas misturas foram as novas línguas que misturadas ao latim eram chamadas pelos romanos de línguas vulgares, que eram dialetos misturados ao latim que viriam a formar várias línguas que conhecemos até os dias de hoje como o português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno, por exemplo.

Foi no contexto dos grandes domínios imperiais que nasceu Jesus, um judeu humilde que vivia na Palestina e que o pouco que sabemos dele, está nos evangelhos e no novo testamento da Bíblia. Ao pregar suas ideias sobre religião, este homem vai agregar inúmeros seguidores por onde passa, ao ponto de gerar embates com os romanos que o condenaram a crucificação por volta do ano 30. Após a morte deste profeta, muitos fieis passaram a propagar seus ensinamentos ao longo do Império Romano, chegando a cidade de Roma onde logo teve muitos adeptos entre os principalmente plebeus e escravos. Os mais pobres se encantavam principalmente com as promessas da nova religião de redenção dos pecados e vida eterna próspera para aqueles que o seguissem, a esperança de uma vida melhor. No ano de 64 dois seguidores do cristianismo e fundadores da sua Igreja, Pedro e Paulo, foram perseguidos pelos romanos e acabaram morrendo como mártires pela nova religião que já encontrava adeptos entre os mais ricos também.

Por pregar o monoteísmo, o cristianismo acreditava que apenas Deus poderia ser cultuado, e era uma prática do Império romano cultuar os imperadores como deuses. Desta forma, além de pregar a justiça social, a religião ia contra os princípios daqueles que exploravam os mais pobres, os imperadores. No século II, a nova religião já tinha adeptos por toda parte no Império Romano. As mulheres das elites romanas tiveram grande adesão ao cristianismo, principalmente aqueles que eram deixadas de lado pelas religiões tradicionais. Se no primeiro momento acreditavam na redenção e em uma vida melhor no futuro, o que fica para essa geração de cristãos e a salvação e a vida pós a morte, muito seguiam a religião principalmente por essa recompensa.

Muitos cristãos vão ser perseguidos ao longo do Império entre os séculos I a IV. Nesse momento o cristianismo era considerado ainda uma religião ilegal nos domínios romanos, mesmo assim as autoridades não achavam conveniente se contrapor a força dos cristãos. Somente em 313 que o Imperador Constantino concedeu a liberdade de culto aos cristãos assinando o Édito de Milão. Em seguida o próprio imperador se converte ao cristianismo e passa a adotar essa religião com a principal de todo o Império, inclusive passou a perseguir quem adorasse a outros deuses, muito diferente das liberdades de culto que era uma das grandes características da religião romana. A Igreja e o Estado romano passam a se confundir, e o cristianismo passa a ser a base do Império romano. E muda completamente a civilização romana em menos de quatro séculos.

No início do século IV as invasões dos povos bárbaros eram constantes e ameaçaram o todo território de Roma. Foi o imperador Teodósio, em 395, o primeiro a sugerir que Império Romano fosse dividido em duas partes: a parte Ocidental e a parte Oriental. O ocidente ficaria com a sua sede em Ravena, que posteriormente teria sido realocada em Milão, enquanto o segundo tinha sua capital em Bizâncio.

A nova proposta para tentar salvar o Império Romano não foi eficiente, pois não foi capaz de conter as invasões bárbaras, e o império estava fadado a permanecer nas suas crises financeiras. No século V os povos inimigos de Roma, vindos do norte da Europa, tomaram diversas partes do território. Os visigodos ficaram com a península ibérica, os vândalos anexaram o norte da África, os francos retomaram a Gália e os Anglo-saxões a Bretanha. Roma foi saqueada, e o seu último imperador do Ocidente, Rômulo Augusto, foi deposto do seu cargo no ano de 476, marcando o fim do Império Romano, gerando a sua completa destruição a ruralização da sua população. O Império Romano do Oriente – também conhecido como Bizantino – permaneceu até o ano de 1453.

Dinastias Romanas

Leia abaixo resumos sobre as Dinastias de imperadores romanos:

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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Divisão do Império Romano

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O Império Romano passou por uma severa crise no terceiro século. A partir desse momento a manutenção de seu território e a sustentação do império foram difíceis, e foi preciso pensar em estratégias para a saída da crise. A defesa de um território extenso custava caro aos cofres públicos e demandava atenção do exército romano. As invasões a terras do Império passaram a ser constantes, gerando disputas contra os povos invasores, o que onerava também a administração do Império. Enfrentando uma crise financeira e de defesa do território, o Império Romano precisou pensar em alternativas para sua manutenção e sustentação.

Diocleciano tentou salvar o Império Romano a partir da sua divisão em quatro regiões, que seriam comandadas por quatro imperadores. Era o regime de tetrarquia. Estipuladas quatro capitais, cada uma recebia um imperador e uma coroa próprios, responsáveis por administrar as terras, oferecer segurança, e defender a região. No entanto a tetrarquia também não foi suficiente para solucionar os problemas do Império. Além das constantes disputas entre os próprios imperadores, o sistema custava caro, pois previa a instalação de quatro centros de administração pública com seus funcionários e sua guarda, não resolvendo também a questão financeira. Isso levou a uma nova crise que, somada às invasões bárbaras, ocasionou na divisão do Império Romano.

No início do século IV as invasões bárbaras eram constantes e ameaçavam a integridade do Império Romano. Foi Teodósio, em 395, que propôs a divisão do Império Romano em duas partes: o Ocidental e o Oriental. O primeiro tinha sede em Ravena, que depois foi realocada para Milão, enquanto o segundo tinha sede no Bizâncio.

Império Romano após a divisão criada pelo Imperador Teodósio. Em vermelho, o Império Romano do Ocidente, e em roxo, o Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino). Ilustração: Geuiwogbil / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

No entanto nem essa nova divisão foi eficiente o suficiente para conter as invasões bárbaras, nem para recuperar as finanças do Império. No século V os povos bárbaros, provenientes do norte da Europa, tomaram diversas partes do território romano. Os visigodos tomaram a península ibérica, os vândalos o norte da África, os francos parte da Gália e os Anglo-saxões a Bretanha. Os saques a Roma foram constantes e culminaram na deposição do último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augusto, no ano de 476, marcando o fim do Império Romano como conhecemos na antiguidade. O Império Romano do Oriente – também conhecido como Bizantino – teve uma longa vida e sobreviveu até o ano de 1453.

Neste contexto as invasões bárbaras e os saques a Roma são fundamentais para se compreender o processo que levou à queda do Império Romano do Ocidente. No século V Roma foi saqueada diversas vezes: pelos visigodos em 410, pelos vândalos em 455, e pelos Hérulos em 476. Estes últimos foram responsáveis por uma invasão a um império já enfraquecido. As invasões bárbaras e os saques dão início ao processo de declínio do Império Romano, que se desintegrou em 476, ano que marca não apenas o fim do Império do Ocidente, mas também o período histórico que chamamos usualmente de Idade Antiga. O período de sobrevivência do Império do Oriente, até o ano de 1453, ano de sua queda, é marcado pelo que chamamos de Idade Medieval. Foi também neste período que ocorreu uma difusão e maior adesão ao cristianismo, inicialmente entre os componentes das classes mais pobres da população, mas chegando também às elites romanas.

Bibliografia:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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Império Bizantino

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Durante um longo período o Império Romano agonizou. Invasões bárbaras, saques e má gestão levaram o Império ao colapso. Por outro lado, é neste período também que, na tentativa de minimizar os efeitos da crise e manter o Império, propõe-se a separação do Império em dois: o do Oriente e o do Ocidente. É este contexto que se dá início ao processo de declínio do Império Romano, que se desintegrou em 476, marcando não apenas o fim do Império do Romano do Ocidente, mas também o período histórico que chamamos costumeiramente de Idade Antiga. No entanto, o Império Romano do Oriente sobreviveu (atualmente chamado de Império Bizantino), até o ano de 1453, ano de sua queda. O período situado entre a queda do Império Romano do Ocidente e a queda do Império Romano do Oriente é o que conhecemos por Idade Média. Foi também neste período que ocorreu uma difusão e maior adesão ao cristianismo, inicialmente entre os componentes das classes mais pobres da população, mas chegando também às elites romanas.

Mapa mostra a extensão do Império Bizantino no ano 1025. Ilustração: Cplakidas / Wikimedia Commons / CC-BY 3.0

A palavra medieval carrega consigo um conjunto de representações e estereótipos negativos, usualmente associando o período a uma “idade das trevas”. O termo idade média também pode passar uma interpretação equivocada, parecendo ser o período localizado no meio de acontecimentos importantes. Como se pode perceber, a história da Idade Medieval está diretamente relacionada ao Império Romano e seu declínio, no ocidente e no oriente. O intervalo de tempo entre os dois acontecimentos, de 476 a 1453, também é bastante significativo: são mil anos de experiências partilhadas entre homens e mulheres comuns. Não é possível, portanto, negligenciar os estereotipar este período da História da humanidade. Essa visão que temos sobre a divisão dos períodos da história faz parte de uma visão clássica sobre a própria constituição da história, fomentada pelos estudiosos europeus. Muitas vezes, e em muitos casos, essas divisões temporais fazem pouco sentido em outros países, como o Brasil.

Assim, ainda que a queda do Império Romano do Ocidente tenha sido fatal para eles, a sobrevivência do Império Romano do Oriente foi expressiva. Isso se deu porque havia outra configuração e outros jogos políticos no oriente, diferentes das despesas e necessidades do Império Romano do Ocidente. O povo do oriente enfrentou poucas ameaças de bárbaros, passando a viver um período de estabilidade e prosperidade. Formado na tentativa de salvar o Império Romano do Ocidente, em plena divisão do Império Romano no século IV, o Império Romano do Oriente manteve a continuidade da cultura romana cristã e boa parte da cultura grega. Tendo a capital localizada em Bizâncio, que mais tarde teria sido batizada de Constantinopla, a cidade de Constantino, esta cidade protagonizou inúmeros encontros entre povos e culturas. Entre os povos que ali se encontravam estavam os gregos, os egípcios, os sírios, os semitas e os eslavos. Um dos pontos principais eram as rotas comerciais que por ali passavam trazendo produtos dos mais variados tipos, tais como ouro, marfim, trigo, mel, pimenta, porcelanas, canela entre outros. Por volta do ano 1000 a cidade chegou a ter uma população de quase 1 milhão de habitantes e chegou a ser a cidade mais rica de toda a Europa. Nos dias de hoje ocupa o território de Constantinopla a cidade de Istambul, na Turquia.

Estátua do Imperador Constantino I, o primeiro imperador bizantino. Foto: Angelina Dimitrova / Shutterstock.com

A cidade repleta de edificações majestosas, como a Basílica de Santa Sofia, era cercada por uma muralha dupla que desempenhava muito bem o papel de proteção para aqueles que ali viviam. O cristianismo ali teve grande aceitação, e a cidade foi palco de atrações religiosas, como as relíquias que os cristãos da época acreditavam ter pertencido aos protagonistas da religião, tais como o sangue sagrado, os cravos da coroa de cristo e até mesmo as suas sandálias estavam na cidade para a apreciação dos devotos.

Trecho da muralha que protegia Constantinopla, restaurada. Foto: Viacheslav Lopatin / Shutterstock.com

Religião e governo

Representados como santos, os imperadores bizantinos tinham o poder sobre o Estado, o exército e a Igreja, e eram tratados com os próprios representantes de Deus na Terra. Como haviam várias culturas que compunham o Estado havia necessidade de se respeitar as várias nacionalidades e para isso era necessário um modelo administrativo bem estabelecido. Desta forma escolheram a religião para dar unidade, pois acreditavam ser Deus aquele que dava unidade divina, e ao imperador caberia dar a unidade terrestre. Um dos imperadores de maior sucesso foi Justiniano, que governo o Império Bizantino ao longo do século VI ao lado de Teodora, sua esposa que era muito atuante na política. Como medidas de Teodora, ocorreram as recuperações de territórios antes ocupados pelos povos bárbaros, a construção de estradas e a retomada do comércio no mar Mediterrâneo. O território bizantino neste período retomou boa parte do Império Romano do Ocidente, dominando a península Itálica, o norte da África, o sul da península Ibérica, além do seu território no oriente. A expansão territorial foi um dos principais objetivos do governo de Justiniano. O marco desse período foi a construção da basílica de Santa Sofia e o Código Justiniano, que ampliou novas leis baseadas no antigo direito romano substituindo o latim pelo grego como língua oficial.

Sociedade no Império Bizantino

Os bizantinos eram divididos socialmente em grandes proprietários de terras, altos funcionários públicos, comerciantes, artesãos e um pequeno grupo de escravizados. Havia ainda camponeses que cultivavam plantações no interior e pagavam tributos ao Estado em forma de produtos. No século IX, era comum ver em Constantinopla a sua população tendo como entretenimento os teatros, hipódromos, onde ocorriam os espetáculos mais populares entre os bizantinos, as corridas de cavalos. Os mais ricos e as camadas médias valorizavam a educação, e boa parte dessa parte da população eram alfabetizados, inclusive as mulheres. As mulheres se dedicavam a cosmetologia e a tecelagem. Como vimos acima, haviam imperatrizes como Teodora que participavam da política em destaque, no século VIII outra imperatriz atuante no mundo da política foi Irene.

Arte bizantina

Os mosaicos, obras de arte que já eram conhecidos pelos gregos e pelos romanos, fizeram parte do cotidiano das igrejas bizantinas. As obras geralmente retratavam para os fiéis as histórias da bíblia e tinham funções de ensinar a religião. Vale ressaltar que a maior parte da população não era alfabetizada como abordamos anteriormente, e os aprendizados deveriam ser feitos por meio de imagens, passando de forma facilitada a doutrina cristã. Nos mosaicos os ensinamentos eram contados de forma objetiva e o mais simples possível.

Mosaico da Virgem Maria na Basílica de Santa Sofia, Istambul. Foto: Vlada Photo / Shutterstock.com

Cisma do Oriente: divisão da Igreja Católica

A religião cristã em Constantinopla seguia os moldes do Império Romano do Ocidente. Ao longo do tempo tendo os imperadores o controle da religião, passaram se efetivar várias mudanças. Os patriarcas da Igreja, líderes religiosos, eram nomeados diretamente pelo Imperador. Na hierarquia clerical, abaixo dos patriarcas se encontravam aproximadamente seiscentos bispos e arcebispos que controlavam milhares de padres e párocos. As missas antes rezadas em latim, passam a ser celebradas em grego, os padres começam a adotar barbas e tiveram autorização para contraírem o matrimônio. Essas diferenças geraram desentendimentos entre os chefes de cada Igreja o Patriarca e o Papa levando a uma ruptura em definitivo no ano de 1054, fato que ficou conhecido como A cisma do Oriente. A separação entre as igrejas fez com que os bizantinos adotassem uma liturgia própria, não tendo mais relações com a Igreja Católica, e assim passaram a se chamar de Igreja Ortodoxa. Uma das principais diferenças entre as religiões católicas e bizantinas é a adoração de imagens, que na Igreja Ortodoxa passou a ser proibida, pois eram acusados de idolatria. Segundo a interpretação bíblica dos ortodoxos o culto às imagens era condenado pelas escrituras sagradas. Essa discussão dividia a sociedade bizantina desde o século VIII, quando o imperador proibiu esta prática, porém ocorreram diversas revoltas da população, muitas delas tinham como incitadores os próprios monges que eram contrários a ordem do imperador. A questão iconoclasta, como ficou conhecida durou até meados do século IX, quando o culto as imagens foram liberadas, exceto as estátuas e esculturas.

Queda de Constantinopla e o fim do Império Bizantino

A localização de Constantinopla, próximo à Ásia Menor, fez com que a cidade fosse alvo de tentativas de conquistas e de ameaças frequentes. Diversos foram os povos que tentaram invadir Constantinopla, assim como fizeram com Roma no século V. Esses constantes ataques e ameaças foram responsáveis pelo enfraquecimento da defesa de Constantinopla e pela diminuição gradativa de seu território. Disputando o poder, Mehmed II, do império otomano, avançou sobre Constantinopla, que, já fragilizada não conseguiu se sustentar. Os símbolos aqui são importantes para marcar o fim do Império Romano do Oriente: no dia em que Constantinopla foi tomada pelos otomanos, a principal referência do cristianismo na região, a Basílica de Hagia Sofia, sofreu duros ataques, sendo transformada em uma mesquita imediatamente. Em 1453 o Império Romano do Oriente chegava ao fim, dando início a novos tempos.

Como foi possível conhecer a história do Império Bizantino é de fundamental importância para que se compreenda as marcas deixadas pela queda dos dois impérios, com aproximadamente mil anos de distância entre os dois acontecimentos.

Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

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Classificação climática de Köppen-Geiger

" A Classificação climática tem como intuito agrupar os diferentes segmentos do planeta associando-os de acordo com os índices climátic...