E foi dada a largada à temporada internacional de Resort 2020. Mas já 2020? Sim, cá estamos nós, desvendando os mistérios do que é essa moda do futuro, rica em cultura, diversidade e tradição – uma combinação que funciona muito bem. Na Dior, Maria Grazia Chiuri bebe da sua fonte inesgotável de referências e, acredite, o que não falta é história para contar nesta marca. Uma das questões é: Por que a maison francesa escolheu Marrakesh para apresentar sua nova coleção?
A resposta tem relação com outro nome que já passou pela grife e que criou um laço fortíssimo com a cidade marroquina. Yves Saint Laurent foi um dos diretores criativos que trouxe esse tempero para as criações nos anos 1960 – sem falar que o estilista era apaixonado por esta região. Desta vez, Maria Grazia foi além da inspiração. Os tecidos predominantes eram toile du jouy, mas em uma versão totalmente produzida como uma estampa de cera na cidade de Abidjan, na Costa do Marfim, por um ateliê chamado Uniwax.
Na passarela, os toile du jouy surgiram em peças de alfaiataria, vestidos, casacos e blusas. Maria Grazia também desejou colaborar com várias artistas, incluindo Grace Wales Bonner e Mickalene Thomas, que, cada uma à sua maneira criativa, revisitou a icônica silhueta New Look. Além desta participação, outro encontro muito especial foi com Outro encontro cultural fortuito, com Sumano – tanto para a cenografia do espetáculo quanto para um dos casacos da coleção – mostrando o trabalho da associação em preservar o savoir-faire ancestral das tecelãs e fabricantes de cerâmica de Marrocos. As almofadas eram cobertas com tecidos artesanais pintados em henna e uma decoração com cerâmica pontuaram a arquitetura excepcional do Palácio El-Badi, que foi construído em 1578.
Todos estes trabalhos manuais e tradicionais encontraram estéticas modernas e um tanto urbanas. Vestidos e jaquetas surgiram cobertas por bordados que formavam camuflados no clássico verde militar ou nas variações de azul, em uma brincadeira cool de sobreposições com saias com ilustrações coloridas ou p&b.
Já nos tão esperados acessórios da estação, o destaque ficou pelo tramado de couro, tanto na icônica Lady Dior quanto nas shopping bags. Repare nas alças e texturas! Ambas criaram uma conexão fortíssima com a temática, mesmo um dos modelos tendo a estrutura all white.
E, claro, a feminilidade permanece com a força de sempre! Cada look tem um elemento que lembra este poder das mulheres. Algo que Maria Grazia faz questão de destacar. Hoje, as peças da coleção se reconectam e a ideia de feminilidade transcende o gênero, como uma reinterpretação da história Dior. Bravo!
Blog da Alice Ferraz http://bit.ly/2JbitrN
Publicado primeiro em Alice Ferraz"
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