Popularmente conhecido como derrame, o AVC (acidente vascular cerebral) é uma doença grave associada ao sistema circulatório, responsável pela morte ou incapacitação de milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Quando os vasos sanguíneos que transportam sangue para o cérebro sofrem um bloqueio ou se rompem, o suprimento mínimo de sangue que mantem o funcionamento cerebral é interrompido, causando uma série de problemas que, em muitos casos, resultam em fatalidade.
Apesar da população masculina apresentar em média mais casos de AVC, essa doença acomete ambos os gêneros, em uma ampla faixa etária. Pessoas hipertensas ou diabéticas possuem mais risco de desenvolver essa doença. Além disso, obesidade, tabagismo, colesterol alto, consumo exagerado de álcool, sedentarismo, uso de drogas e histórico familiar de ocorrência de AVC’s são fatores adicionais que chamam atenção para a maior possibilidade de desenvolver um derrame.
Existem dois tipos principais de acidentes vasculares cerebrais: o hemorrágico e o isquêmico. O AVC hemorrágico, mais raro (somente 15% de todos os casos), diz respeito a ocorrência de um sangramento relacionado com o aumento de pressão que reduz o fluxo sanguíneo para a cabeça. Ele pode ocorrer depois de ferimentos, em casos de arritmia, em pacientes hemofílicos, quando há algum quadro de doença cardíaca, após um enfarte do miocárdio ou através de uma vasculite, que é a inflamação dos vasos sanguíneos causada por infecções. O derrame isquêmico pode ocorrer devido a formação de coágulos em artérias (aterotrombótico) ou quando parte do trombo, um embolo, é transportado diretamente do coração (cardioembólico). Existem ainda o AVC isquêmico de outra etiologia (causado pela alteração do processo de coagulação) e o criptogênico, em que a causa não é identificada.
Os sinais de alerta de um AVC são a alteração da capacidade de falar com coerência, confusão mental, formigamento de um lado do corpo, principalmente na face e braços, perda de visão de um dos olhos, tontura e falta de equilíbrio e momentânea dor de cabeça aguda. Quando estes sintomas ocorrem é essencial buscar ajuda médica o mais rápido possível (telefone de emergência 192) pois o quanto antes o paciente receber tratamento menores os riscos de sequelas. Profissionais socorristas desenvolveram a sigla S.A.M.U. para reconhecer a ocorrência de AVC. Assim como o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), essa sigla representa 4 passos rápidos para identificar um derrame: Sorriso, Abraço, Mensagem e Urgência. Os sintomas principais da doença são facilmente identificados pela realização destas 3 tarefas, resultando na urgência em buscar ajuda médica.
Uma vez atendido, a sobrevivência e gravidade das sequelas dependerá do tempo necessário para estabilizar a condição, o que varia de caso a caso. É muito comum que pacientes que sobrevivam a AVC passem a apresentar alguma dificuldade motora ou de fala, reflexo da área específica do cérebro que foi afetada durante o derrame. Em alguns casos ocorre a apraxia, que é a perda da capacidade de realizar tarefas motoras simples que a pessoa sempre fez a vida toda, como escovar os dentes. Pode também ocorrer perda de memória, agnosia visual (incapacidade de reconhecer objetos ou rostos), depressão e, nos casos mais graves, lesões no tronco cerebral que causam o estado vegetativo.
Referências:
Glossário da Saúde. Ministério da Saúde, Governo Federal, Brasil (2019)
Pires, S. L., Gagliardi, R. J., & Gorzoni, M. L. (2004). Estudo das freqüências dos principais fatores de risco para acidente vascular cerebral isquêmico em idosos. Arq neuropsiquiatr, 62(3-B), 844-51.
Wilson, B. (1982). Success and failure in memory training following a cerebral vascular accident. Cortex, 18(4), 581-594.
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