Indústria de transformação é um termo utilizado para classificar os sistemas de produção que transformam um elemento em outro, uma matéria-prima em um bem, diferenciando-se do setor de produção agrícola e indústria extrativa de vegetal ou mineral. Inclui todos os momentos da produção industrial. Abrange por exemplo as indústrias que transformam aço em máquinas e ferramentas, a produção agroindustrial que transforma cana em açúcar, a fabricação de bens de consumo como automóveis e roupas.
Assim, empresas que possuem atividades de transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes para obtenção de novos produtos fazem parte da indústria de transformação. As substâncias, materiais e componentes usados na indústria de transformação são oriundos de produção agrícola, mineração, pesca, extração florestal e etc. Envolve tanto produtos em seu estado final como produtos que servem de base para a obtenção de outros produtos por outra empresa. Por exemplo, a celulose é a matéria-prima da indústria que a transformará em papel, enquanto o papel pode ser usado por outra empresa para a produção de cadernos, agendas ou livros.
Apesar de ser comum tratar de indústria de transformação com relação a empresas que produzem em massa, em grandes fábricas e plantas industriais utilizando máquinas movidas a energia motriz e outros equipamentos que permitem uma economia de escala a nível corporativo, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), as atividades artesanais e manuais mesmo feitas em domicílio, venda direta ao consumidor de produtos de produção própria e etc., também podem estar inclusas na descrição, quando transformam um elemento em um produto novo.
A indústria de transformação está registrada na seção C do CNAE, que faz a seguinte divisão de atividades incluídas:
- fabricação de produtos alimentícios;
- fabricação de bebidas;
- fabricação de produtos do fumo;
- fabricação de produtos têxteis;
- confecção de artigos do vestuário e acessórios;
- preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados;
- fabricação de produtos de madeira;
- fabricação de celulose, papel e produtos de papel;
- impressão e reprodução de gravações;
- fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis;
- fabricação de produtos químicos;
- fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos;
- fabricação de produtos de borracha e de material plástico;
- fabricação de produtos de minerais não-metálicos;
- metalurgia;
- fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos;
- fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos;
- fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos;
- fabricação de máquinas e equipamentos;
- fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias;
- fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores;
- fabricação de móveis;
- fabricação de produtos diversos;
- manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (quando realizada por unidades especializadas).
Em 1952, a participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrava 11,4%, enquanto em 1985 subiu para 21,8%. Desde 1986 houve perda expressiva de participação da indústria na produção agregada do Brasil, sendo um processo de desindustrialização. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a participação da indústria de transformação no PIB declinou cerca de 10 pontos percentuais, chegando a 11,8% em 2017, quase a mesma proporção que em 1952. Já no primeiro trimestre de 2018 houve crescimento de 4,0% na indústria de transformação em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo dados divulgados pelo O Globo em abril de 2019, a indústria de transformação brasileira é a nona maior do mundo, com participação de 1,8% no PIB industrial global, e está na 30ª colocação entre as maiores exportadoras de manufaturados, conforme informações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
REFERÊNCIAS:
E-Business Consultoria. Panorama da indústria de transformação brasileira 2018. Disponível em: <https://www.ebusinessconsultoria.com.br/infonews/panorama-da-industria-de-transformacao-brasileira->. Acesso em 09 de abril de 2019.
Estadão Conteúdo. Indústria de transformação cresce 4,0% no 1º tri ante 1º tri de 2017, diz IBGE. Disponível em: <https://istoe.com.br/industria-de-transformacao-cresce-40-no-1o-tri-ante-1o-tri-de-2017-diz-ibge/>. Acesso em 09 de abril de 2019.
CIESP; FIESP. Panorama da indústria de transformação brasileira. Disponível em: <http://az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/07/panorama-da-industria_10a-edicao.pdf>. Acesso em 09 de abril de 2019.
IBGE. Comissão Nacional de Classificação: C Indústrias de Transformação. Disponível em: <https://cnae.ibge.gov.br/?view=secao&tipo=cnae&secao=C&versao_classe=7.0.0&versao_subclasse=9.1.0>. Acesso em 09 de abril de 2019.
O Globo. É hora de agir para reconstruir a indústria. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/opiniao/e-hora-de-agir-para-reconstruir-industria-23576982>. Acesso em 09 de abril de 2019.
SANDRONI, Paulo (org). Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Editora Best Seller, 1ª edição, 1999, 300p.
SEABRA, Luciana. O que é indústria de transformação. Disponível em: <https://economiaclara.wordpress.com/2010/09/09/transformacao/>. Acesso em 09 de abril de 2019.
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