As letras e os fonemas são conceitos distintos. A letra é a representação gráfica do fonema e fonema é a representação do som da fala.
Os fonemas são unidades sonoros capazes de estabelecer uma diferenciação significativa entre um vocábulo e outro e são sinalizados por meio de barras oblíquas. Como por exemplo:
Faro / bola
A diferenciação entre as palavras acima é marcada pelos fonemas /r/ e /l/. Porém, nem todos os sons que ouvimos tem essa distinção. Alguns diferenciam palavras que se identificam. Podemos perceber pela pronúncia da consoante de tua e tia, que têm diferentes pronúncias dependendo da região do Brasil em que elas são faladas. Os cariocas pronunciam diferente dos gaúchos, por exemplo. Os cariocas que emitem o som do T como /tch/. Apesar dessas variantes de pronúncia, o significado delas é o mesmo, independente da natureza individual, regional ou social. Sendo assim, são apresentados dois sons da fala em um só fonema.
Os fonemas classificam-se em vogais, consoantes e semivogais.
Vogais
São fonemas formados a partir da vibração das cordas vocais e alteradas segundo à formação da cavidade bucal, que é necessário estar sempre aberta ou entreaberta para essa passagem de ar. Sendo assim, os sons são produzidos pelo escapamento do ar pela boca e se diferenciam entre si pelo timbre característico. A partir da explicação acima, podemos entender a classificação das vogais por meio dos critérios abaixo:
-
- Zona de articulação: anteriores, médias e posteriores
- Timbre: abertos e fechados
- Ressonância nas cavidades bucal ou nasal: orais e nasais
- Intensidade: tônicas e átonas
Semivogais
Localizadas entre as vogais e consoante, as semivogais que são os fonemas /i/ e /u/. Quando este estão juntos a uma vogal, são formadas as sílabas. Dessa forma, em riso (ri-so) e rio (ri-o) o /i/ é vogal, mas em herói (he-rói) e vário (vá-rio) é semivogal.
Consoantes
São fonemas formados de um fechamento momentâneo ou de um estreitamento do canal bucal que em qualquer de seus pontos, ofereça obstáculo à saída da corrente de ar, que pode ser sonorizada ou não pela vibração das cordas vocais.
Em muitos casos, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x. Exemplos:
Zebra
Casebre
Exato
Letras
Já as letras são sinais gráficos representados pelo fonema, que juntas, de forma ordenada, formam o alfabeto. Na palavra sapo, por exemplo, a letra S representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra casa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se za). Assim como um mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra, a mesma letra pode ser representada por mais de um fonema. A letra X, por exemplo, pode representar:
- o fonema sê: textura
- o fonema zô: êxodo
- o fonema cha: enxada
- o grupo de sons ks: táxi
Além disso, algumas letras não representam fonemas, como o N e o M. Essas letras indicam a nasalização das vogais que vem antes delas. Exemplo: compra e nunca.
Ainda temos a letra H, que quando ela aparece no início da palavra, também, não representa um fonema, já que não a pronunciamos. Exemplo: hipopótamo que tem 10 palavras, porém como não falamos o h, ela possui apenas 9 fonemas – hi / p / o / p / ó / t / a / m / o /.
Referência Bibliográfica:
CUNHA, Celso. Gramática do Português Contemporâneo. Belo Horizonte: Bernardo Álvares S. A., 6a ed.1976. 509p.
LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 27 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. 506p.
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