Micologia é uma área da ciência responsável por estudar os fungos; termo de origem grega, onde mykes significa fungo, ou cogumelo e logos, estudo. Especialistas que estudam estes organismos são os micologistas, ou micólogos. Um dos primeiros registros foi feito pelo botânico italiano Pier Antonio Micheli, que publicou Nova Plantarum Genera (de 1729).
Os estudos com fungos são feitos em diferentes áreas da ciência, mas a principal inclui trabalhos investigativos, cujo objetivo é encontrar e divulgar a grande diversidade de espécies para o mundo. Para que estudos aplicados aconteçam é necessário que se saiba qual a origem e como se apresenta este organismo. Portanto, as áreas da ciência que possibilitam isso são a Sistemática e a Filogenia, que se utiliza da taxonomia (do grego, taxis que significa ordem, arranjo e nomos, que significa lei), cujo objetivo é conhecer o maior número de características a respeito dos organismos, que demonstrem suas afinidades naturais. Este conhecimento abrange estudos genéticos, morfológicos, anatômicos, bioquímicos, embriológicos, etc.
Os fungos são organismos eucariontes, ou seja, providos de núcleo celular, onde se encontram o material genético, DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico), uma das características que os inclui no domínio Eukarya. Os fungos são formados por células conhecidas como hifas, cujo conjunto forma o micélio. A partir do micélio ocorre diferenciação celular que originará estruturas de reprodução sexuada, ou assexuada. Dentre as quais estão cogumelos e orelhas de pau (estruturas sexuadas), tipos de basidiomas e conidiomas típicos (estruturas assexuadas), que formam mofos e bolores. Estas estruturas eram antigamente mencionadas como corpos de frutificação. Contudo, os fungos podem se apresentar como leveduras, ou seja, uma única célula que se forma de acordo com mudanças ambientais. Além de possuírem grande aplicabilidade industrial, ou como patógenos em potencial.
Um dos maiores seres vivos registrados no mundo pertence ao basidiomiceto, Armillaria ostoyae que coloniza 890 hectares de solo da floresta Malheur, nos Estados Unidos; o equivalente a 47 estádios do Maracanã. Acredita-se que este fungo esteja neste solo há pelo menos 2.400 anos e para ter certeza de que é um único organismo, os cientistas coletaram diversas amostras de DNA por toda a extensão do fungo e obtiveram como resultado a mesma constituição molecular. Uma das justificativas para este fenômeno está relacionada com a interação que o fungo mantém com as árvores da floresta, primeiro extraindo nutrientes das raízes e depois dos caules. As árvores adoecem e morrem com o tempo, mas abrem espaço para o desenvolvimento de outras árvores e, assim, este convívio permanece por anos.
Os fungos são heterótrofos e se nutrem por absorção através da liberação de enzimas que auxiliam na degradação de matéria orgânica e também inorgânica. Assim, favorecendo sua colonização em diferentes ambientes seja na água, solo ou ar. Além de habitarem regiões com temperaturas acima de 100ºC, ou abaixo de zero. Além disso, produzem inúmeras substâncias conhecidas como metabólitos secundários que são utilizados em diversos setores industriais, como alimentício, farmacêutico, bebidas, têxteis, etc.
Estima-se que diversidade atinja 1,5 milhões de espécies e superestima-se até 5,1 milhões, mas apenas 97.861 estão registradas para o reino Fungi. E, atualmente, distribuem-se nos filos: Ascomycota, Basidiomycota, Chytridiomycota, Noecallimastigomycota, Blastocladiomycota, Glomeromycota e nos subfilos: Mucoromycotina, Enthomophtoromycotina, Zoopagomycotina e Kickxellomycotina (antigos Zygomycota).
Bibliografia recomendada:
https://www.scientificamerican.com/article/strange-but-true-largest-organism-is-fungus/ (consultado em junho de 2018)
http://tolweb.org/tree/ (consultado em junho de 2018)
Hibbett, D.S. et al. 2007. A higher-level phylogenetic classification of the Fungi. Mycological Research 111: 509-547.
Evert, R.F. & Eichhirn, S.E. 2014. Raven/ Biologia Vegetal. 8ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 856p.
Terçaroli, G.R., Paleari, L.M. & Bagagli, E.2010. O incrível mundo dos fungos. São Paulo, Ed. Unesp, 125p.
Fidalgo, O. & Fidalgo, M.E.P.K. 1967. Dicionário Micológico. Rickia – Série Criptogâmica dos “Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo”. Instituto de Botânica, São Paulo. 232pp.
Bononi, V.L. (org.) 1998. Zigomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos. São Paulo: Instituto de Botânica, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 181p.
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