O Papiloma vírus Humano (HPV) é um vírus que pertence a uma grande família, denominada Papillomaviridae. São vírus pequenos, que possuem DNA como material genético. Até o momento foram classificados mais de 100 tipos de HPV, que são separados em dois grandes grupos, de acordo com sua capacidade de inserção ao genoma do hospedeiro, sendo eles os de baixo risco e os de alto risco.
Tratam-se de vírus epiteliotrópicos, ou seja, que possuem afinidade por infectar peles e mucosas. A principal forma de infecção pelo HPV é sexualmente transmissível e eles são responsáveis pela ocorrência de verrugas genitais, uma das DSTs mais comuns no mundo.
Os HPVs de baixo risco são os mais comuns e estão associados às verrugas genitais e lesões benignas, que geralmente são assintomáticas e frequentemente combatidos pelo sistema imunológico. Nesses casos, o genoma do vírus encontra-se em forma epissomal, ou seja, não integrado ao DNA do hospedeiro. Em sua maioria, o próprio sistema imunológico elimina o vírus do corpo.
Já os HPVs de alto risco, principalmente os tipos 16 e 18, possuem a capacidade de integrar-se ao genoma do hospedeiro e com isso promovem a transcrição de seus oncogenes. Assim, o HPV é responsável por cerca de 100% dos tumores de colo do útero e associa-se também a tumores em outras regiões como vagina, vulva, períneo, pênis e de orofaringe.
Diagnostico
Atualmente o diagnóstico do HPV é realizado por exames clínicos e laboratoriais. As lesões clínicas são identificadas por meio de exame clínico e dermatológico, onde as verrugas são identificadas. Já em casos onde a lesão não é visível a olho nu, ou seja, é subclínica, o exame mais comum é o Papanicolau, que é um exame ginecológico preventivo, indicado para mulheres anualmente, para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero.
Apenas com a realização anual do Papanicolau é possível identificar células anormais no revestimento do colo do útero. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus em si, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras. Também são indicados outros exames complementares, como a colposcopia, peniscopia e anuscopia.
Existem exames de biologia molecular, que são extremamente sensíveis e eficazes, como a captura Híbrida, que consegue identificar a presença de um grupo de HPV de alto risco, incluindo os tipos 16 e 18 que são os principais responsáveis pelo desenvolvimento do câncer, antes da manifestação de qualquer sintoma. A técnica detecta a presença do DNA do vírus e assim confirma a infecção e a PCR (reação em cadeia de polimerase) por meio de métodos de biologia molecular com alta sensibilidade, detecta a presença do genoma dos HPV em células, tecidos e fluidos corporais. Essa técnica é a mais eficiente, pois consegue identificar basicamente todos os tipos de HPV. São exames baseados em identificar a presença do DNA do vírus no organismo, por isso, são mais precisos, com maior eficácia, e identificam o vírus antes de qualquer lesão surgir, mas não são ofertados em grande escala, pois o custo é maior, então o Papanicolau é a principal opção no sistema único de saúde.
Tratamento
O tratamento para HPV depende do tipo de lesão. Em casos de lesões clínicas, as verrugas são eliminadas, via cauterização, cirurgia ou ácido, tudo de acordo com a indicação do profissional.
Atualmente, a vacina contra o HPV é a medida de prevenção mais eficaz contra o vírus. Ela é indicada para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos, além de imunossuprimidos. O uso de preservativos também é um aliado na prevenção do HPV.
Quando as lesões percussoras do câncer de colo do útero são identificadas, a chance de desenvolvimento é mínima, ou seja, é possível prevenir quase 100 % dos casos de câncer de colo de útero. Vale ressaltar que mesmo em casos onde a mulher não tem mais vida sexual ativa, ainda é necessário a realização do exame preventivo.
Fontes:
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hpv.
Instituto do HPV. http://inct.cnpq.br/web/inct-hpv
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