A imigração italiana no Paraná, assim como nos outros estados da região Sul do Brasil, ocorreu em meio às transformações sociais e econômicas da Europa do século XIX. Especificamente na Itália, a crise econômica paralela ao processo de unificação nacional possibilitou que, durante a década de 1870, milhares de italianos em busca de emprego emigrassem.
Oficialmente, os primeiros italianos chegaram ao Paraná em 1875, embora antes disso tenha sido registrada a presença de alguns imigrantes diluídos entre outros grupos de países distintos, além de ocasionais viajantes, como Giuseppe Banfi, que viajou pelo Paraná pouco depois da emancipação política do estado, ocorrida no início da década de 1850. De origem lombarda-vêneta, de um reino localizado na Península Itálica antes da ocorrência da unificação, os imigrantes italianos iniciais se instalaram nas regiões de Antonina, Paranaguá e Morretes, fundando as colônias Nova Itália e Nova Alexandra.
Entretanto, rapidamente se fizeram sentir problemas iniciais relacionados à insalubridade climática, pragas na lavoura e isolamento, o que ocasionaram alguns remanejamentos para áreas mais amenas, próximas à capital Curitiba. Nesse período, os imigrantes já começavam a ser vistos como importantes para o progresso do Brasil, mediante sua representação como elemento de civilidade. Isso acabava por diminuir o impacto de eventuais casos violentos protagonizados por imigrantes europeus, que em certas ocasiões chegaram a expulsar e assassinar nativos indígenas das terras visadas, ao ser valorizada a imagem do imigrante apenas como trabalhador honesto, além de devoto.
De início, o trabalho era baseado em serviços autônomos como colonos, mas o desenvolvimento da economia cafeeira na região transformou os descendentes de italianos na principal fonte de mão de obra do setor. Isso levou prosperidade para as colônias que se desenvolveram após os remanejamentos para a capital. Poucas décadas depois da imigração inicial, os descendentes italianos já somavam cerca de trinta mil habitantes apenas no Paraná, tendo sido criadas quatorze colônias puramente italianas, além de outras vinte mistas. Elas se organizariam em áreas onde se formariam os bairros atuais de Água Verde, Umbará, Pilarzinho e Santa Felicidade, que é um tradicional centro cultural e gastronômico.
Assim como no estado vizinho de Santa Catarina, a influência italiana seria marcante no Paraná. Hoje, é estimado que aproximadamente 40 % da população do estado descendente de italianos, sendo que apenas uma família é responsável por cerca de 5.000 descendentes. Hábitos alimentares típicos das cidades italianas, como o consumo de vinho, milho, uva, polenta, pão, toucinho, pizza e massas, rapidamente se espalharam pela região sul do Brasil como um todo, além de costumes arquitetônicos, como o uso do modelo do telhado inclinado, e a prática da religião católica, particularmente forte nos estados sulistas do Brasil.
Uma característica específica dos estados do Sul, incluindo Paraná, que os diferencia de outros agrupamentos de descendência italiana no mundo foi o desenvolvimento e utilização de uma variação do dialeto vêneto chamado Talian. Falado por mais de meio milhão de cidadãos brasileiros, o Talian é disseminado diariamente por meio de publicações jornalísticas, rádios, sites e inclusive escolas.
Por meio da lei no 11.687, promulgada em 2 de junho de 2008, foi definido que em 21 de fevereiro o Dia Nacional do Imigrante Italiano passaria a ser comemorado no Brasil.
Leia também:
- Imigração italiana em Santa Catarina
- Imigração italiana no Rio Grande do Sul
- Imigração italiana no Brasil
Bibliografia:
http://www.revistaaskesis.ufscar.br/index.php/askesis/article/viewFile/227/pdf
https://imigracaoitaliana.wordpress.com/migracao-parana/
http://www.curitiba-parana.net/italianos.htm
https://pesquisaitaliana.com.br/talian-o-dialeto-italiano-que-vive-firme-e-forte-no-brasil/
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