Escoliose

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A escoliose é considerada uma adaptação postural que acontece na coluna vertebral, fazendo com que o eixo da coluna seja lateralizado. Caracteriza-se por apresentar desvio lateral não fisiológico da coluna, tirando-a assim da linha mediana. O alinhamento da coluna vertebral acaba sendo prejudicado, fazendo com que as articulações posteriores acabem sofrendo inclinação lateral e rotação de forma simultânea.

A escoliose estrutural caracteriza-se pela rotação e inclinação do corpo da vértebra, fazendo com que as curvas espinhais acompanhem um padrão de deformidade em rotação. Dependendo da estrutura em que se apresenta, pode apresentar alterações em posicionamentos estruturais das mais diversas formas, como por exemplo: a manifestação da escoliose em região de coluna torácica, resultando em deformidade da caixa torácica, podendo assim comprometer a expansibilidade pulmonar.

Radiografia de uma pessoa com escoliose. Foto: Puwadol Jaturawutthichai / Shutterstock.com

A rotação do corpo da vértebra relaciona-se com a convexidade e a concavidade da curva. Quando a postura é analisada, percebe-se que a musculatura da concavidade se apresentarão sempre em padrão de encurtamento, diferente da musculatura da convexidade, que normalmente encontram-se em padrão de alongamento. Por isso, o nome da escoliose sempre levará em consideração a convexidade que se acrescenta na curvatura escoliótica. Um exemplo que pode ser utilizado é quando se observa a escoliose na região torácica com convexidade à esquerda, fala-se que é uma escoliose torácica esquerda.

A escoliose sempre foi vista como uma condição que apresenta deformidades, apresentando ares de condição permanente. Devido à rotação acompanhada da curvatura escoliótica, e por muito tempo diversos autores julgavam ser adaptações posturais irreversíveis e com pouquíssima possibilidade de diminuição dos ângulos da curvatura. Antigamente, nem se cogitavam as possibilidades de tratamento com recursos da fisioterapia. Antigamente, falava-se apenas no tratamento com a utilização de dispositivos de correção, como o colete de Milwaukee, eletroterapia e exercícios físicos. Porém, atualmente sabe-se da importância da utilização de recursos com grandes resultados dentro das técnicas fisioterapêuticas.

Conforme o indivíduo ganha estatura durante o processo de crescimento, a perda de flexibilidade gradativa faz com que as inclinações e rotações possam ocorrer por diversos motivos, dentre eles a força muscular compensatória, encurtamento de cadeias musculares, longos períodos em uma mesma postura, utilização excessiva de recursos que provoquem a compensação postural, carregar peso de forma inadequada, bem como o crescimento rápido em um curto período de tempo.

Há diferentes tipos de escoliose, onde podem ser citadas as seguintes características:

  • Unilateral com hipertonia de romboide;
  • Unilateral com hipertonia de trapézio;
  • Unilateral com hipertonia em eretor e deltoide posterior;
  • Unilateral com hipertonia em músculos eretores e quadrado lombar;

Quanto aos tipos de escoliose, podem ser citados:

  • Escoliose congênita: adaptação associada à má formação das vértebras da coluna, fusão óssea das vértebras, podendo associar-se à fusão dos ossos da costela durante o desenvolvimento fetal;
  • Escoliose neuromuscular: causada por problemas neurológicos como paralisia cerebral ou musculares, apresentando a fraqueza muscular e tônus compensatório em regiões específicas da coluna, bem como através da manifestação de patologias como distrofia muscular, espinha bífida e poliomielite.
  • Escoliose idiopática: não possui causa conhecida;

Os sintomas caracterizam-se pela balística alterada, movimentos compensatórios, dores intensas, podendo comprometer expansibilidade pulmonar. Porém, as adaptações posturais podem ser melhores visualizadas quando se realizam exames de imagem, onde se avaliam as adaptações estáticas. Durante o processo de avaliação postural, podem ser visualizadas as adaptações posturais dinâmicas e estáticas, facilitando assim para o profissional entender quais serão as melhores intervenções a serem realizadas para o tratamento da patologia.

O tratamento cirúrgico geralmente é sugerido quando há angulação acima de 40º graus. Quando há a possibilidade de realizar o tratamento através da fisioterapia, podem ser escolhidos diversos recursos para a correção postural, podendo variar entre recursos de analgesia, eletroterapia, termoterapia, cinesioterapia, até técnicas mais específicas como pilates, RPG, treinamento funcional, musculação terapêutica, dentre outros recursos que fazem com que a abordagem multidisciplinar seja necessária e mais eficaz quando se trata da particularidade de cada indivíduo.

Bibliografia:

https://www.revistas.usp.br/fpusp/article/view/75631/79177

https://www.sbahq.org/wp-content/uploads/2016/06/ddb2af5b3275971372cdca63a4f569d9-318-Correcao-cirurgica-da-escoliose.pdf

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