O biólogo Edward Wilson popularizou um termo importantíssimo para a restauração da relação homem-natureza: a biofilia. O termo é a junção de dois radicais bios= vida e phillia = atração. Esse termo foi cunhado pelo psicanalista Erich Fromm, para descrever a atração que seres humanos sentem pela vida. O que Edward Wilson fez foi dar uma abordagem evolutiva para o termo, para justificar a relação de proximidade inata que nós, seres humanos, temos com a natureza.
Geralmente, nas férias, feriados ou fins de semana, quais os locais mais procurados para as pessoas relaxarem? Praias, fazendas, montanhas. Já parou para pensar nisso e no porquê de ser assim? É simples, porquê sempre nos sentimos mais relaxados em casa, e como a nossa espécie é pertencente à natureza, é ela que nos faz ter a sensação de relaxamento e satisfação, é ela que nos acalma. Nesse contexto, a educação ambiental tem como um dos principais objetivos enaltecer a biofilia e restaurar a relação homem-natureza.
A relação da natureza com a humanidade é muito antiga, e isso principalmente porque nós, humanos, somos parte da natureza. Desde a pré-história, os humanos gostam de retratar essa relação, principalmente através das famosas pinturas rupestres, onde o cotidiano desses humanos era relatado de modo a demonstrar como eles utilizavam e enxergavam a natureza.
Por muitos anos, os elementos naturais foram considerados apenas itens para serem utilizados quando e como quisermos, até que durante a Primeira Revolução Industrial essa preocupação se acentuou. Com o avanço da tecnologia e dos meios de produção, a poluição começou a atingir níveis nunca antes vistos e vários seres começaram a sofrer com isso. Um dos casos mais famosos é o da mariposa Biston betularia, que em estado natural possui coloração branca, mas que em cidades muito populosas e industriais da época, começou a apresentar a coloração escura, quase preta, devido aos altos índices de poluentes das áreas que deixavam as árvores onde ocorriam escuras.
Educação ambiental na prática
Provavelmente, quando você lê ou ouve a expressão “educação ambiental”, a primeira coisa que vem à sua cabeça são grupos de pessoas abraçando árvores e reciclagem, estou certo? No entanto, é muito mais do que isso e muito mais simples do que imaginamos.
Pela definição legal a educação ambiental são “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”, sendo assim, o estabelecimento da educação ambiental exige a participação da comunidade, fortalecendo que não deve ser restritas à profissionais e/ou salas de aula.
A educação ambiental é extremamente importante, mas não podemos pensá-la apenas como uma disciplina ou como algo só para profissionais, como biólogos. Educação ambiental pode e deve ser exercida diariamente, como por exemplo ao você não jogar lixo na rua, ao você não utilizar copos descartáveis, ao você ensinar as pessoas que não se deve lavar calçadas. Um bom exercício é praticar os cinco R’s da educação ambiental:
Os cinco R's da Educação Ambiental
- Reduzir: reduzir o consumismo desnecessário
- Reutilizar: não quer mais usar uma roupa? Doe. Esvaziou um pote ou vidro de algum alimento? Reutilize.
- Repense: pense antes de utilizar e/ou comprar um produto. Pense antes de jogar algo for a.
- Reciclar: tem coleta seletiva na sua cidade? Separe seu lixo. Você pode até ganhar um dinheiro extra vendendo para cooperativas.
- Recusar: você precisa mesmo utilizar tantas sacolas? Recuse. Você tem o seu próprio copo? Recuse os descartáveis.
Educação ambiental é mais que uma disciplina, é como você interpreta e cuida da natureza. Exercite práticas que sejam mais saudáveis para a natureza e acredite, serão mais saudáveis para você também.
Referências:
Carvalho, I. C. M. & Steil, C. A. (2009). O Habitus Ecológico e a Educação da Percepção: fundamentos antropológicos para a educação ambiental. Educação & realidade, 34(3), 81-94.
Jacobi, P. R. (2003). Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de pesquisa, (118), 189-205.
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