Para melhor compreender a arte babilônica é preciso remontar à origem dessa antiga civilização.
A cidade da Babilônia teve sua origem após a decadência do Império Acádio, que foi a primeira tentativa de unificação da Mesopotâmia sob a liderança do rei Sargão I, estabelecendo sua capital em Akkad. No Império Acádio, o poder estava centralizado na figura do rei, tornando-o divinizado. O sucesso de Sargão I estava relacionado com sua postura de não destruir a cultura dos povos dominados e pela utilização do arco e flecha no exército. No entanto, após a morte de Sargão, os povos dominados iniciaram várias revoltas. De 2050 a 1950 a.C., surgiu uma nova dinastia na cidade de Ur, reunificando a Mesopotâmia.
A partir de 1900 a.C., vários estados iniciaram uma intensa luta entre si, culminando no rei Hamurabi (1792-1750 a.C.), que foi responsável por um rígido código de leis escritas (o Código de Hamurabi) baseado na pena do talião: "olho por olho, dente por dente". O texto foi preservado numa estela de basalto, onde sentado num trono, o deus Shamash, ligado ao sol e à justiça entrega a Hamurabi a legislação que se encontra logo abaixo, registrada em escrita cuneiforme e é tida como um dos primeiros códigos jurídicos escritos.
É importante observar o destaque da escrita como uma técnica ligada à administração (registro dos impostos coletados ou dos grãos armazenados) e ao registro da história dos reis, das tradições religiosas. Além disso, observações de eventos astronômicos e da marcação do tempo no calendário.
Os sucessores de Hamurabi enfrentaram a invasão de vários povos asiáticos, como em 1137 a.C., os hititas. A Babilônia só recuperou a independência com Nabucodonosor, mas, logo após sua morte, o império foi invadido pelos assírios.
A produção artística era derivada principalmente de encomendas realizadas pelo poder político (o rei e sua corte) e do poder religiosos (os sacerdotes e seus templos) e os artífices ou artesãos estavam envolvidos na produção de esculturas, pinturas, objetos em metal, madeira e pedrarias.
Naquele contexto, os artistas não assinavam suas obras, pois não existiam ainda os conceitos de autoria e obra de arte: os trabalhos eram resultado da ação coletiva das pessoas que trabalhavam nas oficinas e realizavam diferentes etapas da produção, geralmente, sob a supervisão de um mestre (indivíduo mais experiente) que passava os conhecimentos aos novatos.
Destaca-se a representação figurativa, presente em relevos nas paredes de palácios e templos, hoje em ruínas e parte destas imagens esculpidas estão dispersas entre museus europeus, bem como as esculturas também presentes nestes acervos.
A porta de Ishtar (hoje presente no Pergamon Museum de Berlim), datada do reinado de Nabucodonosor II (604-562 a.C.) era uma das oito portas da cidade da Babilônia é um exemplo de sofisticação da arquitetura e da decoração com a técnica da cerâmica vitrificada, a faiança colorida. Este rei ainda possivelmente foi o responsável pela construção dos conhecidos Jardins Suspensos da Babilônia – terraços elevados, irrigados pelas águas do Rio Eufrates. Outra construção característica deste povo são os zigurates, templos edificados no alto de uma torre de tijolos. O acesso se dá por meio de uma rampa, que aparenta pisos cada vez menores.
A escultura pode ser encontrada em materiais simples como a terracota (policromada ou não) ou materiais mais duros como o granito, arenito e basalto, usado por exemplo, no adorno dos palácios reais (estátuas dos governantes) e templos (representações dos sacerdotes e deuses).No âmbito da metalurgia, os babilônios desenvolveram uma ampla produção de objetos rituais, armas e joias (feitas em ouro e prata, além de pedras preciosas).
Fontes:
ROAF, Michael. Mesopotâmia. Grandes civilizações do Passado. Folio Editora, 2006.
KRIWACZEK, Paul. Babilônia: a Mesopotâmia e o nascimento da civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2018.
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