A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, criada em 20 de julho de 1897, no Rio de Janeiro, pelos escritores Afonso Celso, Graça Aranha, Inglês de Sousa, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Ruy Barbosa e Visconde de Taunay.
A ABL ao ser fundada foi inspirada na Academia Francesa de Letras, de 1635, que também leva 40 membros representativos, a roupa em farda e o símbolo cujo logo também menciona algo sobre imortalidade: “Ad immortalittaen” (Rumo à imortalidade). A diferença entre elas é que a Academia Francesa aceita escritores de outros países, enquanto no Brasil, são recebidos somente escritores brasileiros.
Os 40 membros que compõe as cadeiras são eleitos por maioria absoluta e voto secreto, e sucedidos apenas com a morte de algum acadêmico. O novo representante então toma posse em sessão solene, e é recebido pelos demais com os trajes de fardões verdes e galões dourados da Academia.
As mulheres passaram a participar da instituição somente a partir de 1976. A primeira mulher a ingressar foi Rachel de Queiroz, reconhecida pela sua atuação como tradutora, escritora, cronista prolífica e jornalista.
Todos os membros da ABL podem concorrer à presidência, que ocorre anualmente no mês de dezembro.
Podem se candidatar à Academia brasileiros natos, com obras publicadas de reconhecido valor cultural. A ABL possui uma importância significativa na sociedade, sendo que ela cria vocabulários e dicionários da Língua Portuguesa; estuda e avalia mudanças gramaticais ou ortográficas; publica obras inéditas ou antologias de escritores nacionais; além de distribuir prêmios literários.
Os prêmios literários são entregues desde 1909, nas categorias de ficção (romance, teatro e conto), poesia, ensaio, crítica e história literária e literatura infantil.
A sede da ABL é localizada no Rio de Janeiro, em um edifício doado pelo governo francês em 1923. O prédio é uma réplica do Petit Trianon (um palácio construído na França no século XVIII pelo Rei Luis XV) e erguida pelo arquiteto Anges-Jacques Gabriel. As instalações encontram-se tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, desde 1987.
Apesar da representatividade e da significância da ABL na área da literatura brasileira, a mesma também já foi alvo de muitas críticas como por exemplo não ter aberto para importantes escritores como Lima Barreto, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Gilberto Freire, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, Érico Veríssimo, Mário Quintana, entre outros. Outra questão levantada também como exemplo, foi o fato de a Academia ter recebido como membros políticos como Getúlio Vargas, José Sarney, Aurélio de Lira Tavares, Lauro Muller, Fernando Henrique Cardoso e o médico cirurgião plástico Ivo Pitanguy.
O mérito dos patronos já foi e ainda é bastante debatido. Muitas pessoas influentes na sociedade estiveram presentes mesmo com suas atividades ou produções não sendo voltadas à literatura e ao principal propósito dela.
A Academia oferece ao público visita guiada, bibliotecas, acervos, coleções, relatórios de atividades, sistema online com informativos sobre notícias e programações culturais, entre outros.
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