O Grupo dos 8, ou popularmente falando, o G-8, é um fórum que reúne oito países (Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão e Rússia) e tem como objetivo debater assuntos relevantes relacionados à estabilidade econômica global.
Juntos, esses países reúnem quase 70% da riqueza mundial, e são os principais acionistas dos grandes organismos financeiros do planeta, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Há também a colaboração da União Europeia na realização de discussões econômicas.
A criação do G-8
A criação deste grupo se deu em 1975, quando o então presidente da França, Giscard d’Estaing, convidou os chefes de Estados dos países mais desenvolvidos do planeta para uma reunião.
Essa primeira reunião contou com governantes de seis países: Alemanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália e Japão. Na ocasião a pauta principal foi a crise do petróleo no mundo e seus impactos que assolavam a economia mundial.
Em 1976, uma nova reunião deste grupo foi realizada, contando agora com a participação do Canadá, dando origem a denominação de G-7. A partir daí, ficou definido que as reuniões ocorreriam anualmente.
A composição do G-7 com esses países durou até 1998, quando a Rússia passou a ser membro do grupo.
Contrariando o que se pensa, o G-8 não reúne as oito maiores economias mundiais, já que exclui a China, que atualmente tem o segundo maior PIB do mundo.
A Rússia no G-8
Apesar de não ter uma economia tão desenvolvida como os demais membros, a entrada da Rússia se deve ao grande poderio bélico existente em território russo e por ser a grande herdeira do poder que a União Soviética tinha nos anos anteriores. Sua adição foi uma forma de apaziguar as tensões geopolíticas que marcaram os anos da Guerra Fria, no período pós-guerra.
No entanto, em 2014, a Rússia foi afastada do grupo por conta da Crise da Ucrânia e pela anexação da península da Crimeia. Segundo os países-membros da corporação, a nação russa violou a soberania nacional ucraniana, ato considerado como desrespeitoso aos interesses e normas geopolíticas do grupo.
O funcionamento do G-8
O G-8, apesar de sua grande importância no cenário internacional, não se constitui como uma organização com estatuto, critérios de admissão e poder legítimo para colocar suas decisões em prática. Os líderes de cada país participante podem definir algumas metas e políticas, todavia não podem efetivá-las sem o consenso do Banco Mundial e do FMI.
Atualmente, o G-8 tem muitos desafios a discutir no que vem acontecendo no mundo e que constituem como intermináveis pautas em suas reuniões. Entre as principais, podemos citar as mudanças climáticas, com o aumento do efeito estufa que pode ocasionar no aquecimento global e a proliferação de armas nucleares capazes de destruir toda a vida humana do planeta.
Outros assuntos como as doenças infecciosas, a insegurança alimentar no mundo, os conflitos gerados por disputa de petróleo e a expansão do terrorismo são vistos como outros problemas aptos a colocar em risco a paz mundial no planeta.
Crítica ao G-8
Com a explosão da globalização que trouxe o aumento da desigualdade de renda entre os países, o G-8 é alvo de duras críticas e manifestações por não ser um grupo que representa a realidade global, em que continentes como a América do Sul e Central, Oceania e África não são representados por nenhum país.
Desse modo, os críticos afirmam que o grupo, por ser tão seleto, contribui para sua hegemonia e não para o desenvolvimento da economia internacional, impondo uma agenda que aprofunda a globalização neoliberal acentuando as desigualdades mundiais.
Muitos países consideram os membros do G-8 como principais responsáveis dos problemas globais que eles mesmos vem debatendo, como o caso do aquecimento global ou o acirramento de tensões existentes em países subdesenvolvidos. Essas críticas afirmam que o grupo não adota medidas eficazes nesses problemas por conta de seus interesses políticos e econômicos.
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