Assoreamento é o processo acelerado acúmulo de sedimentos, lixo e matéria orgânica nos leitos dos rios, lagos e mares, que causa a redução de sua profundidade. Os processos de sedimentação e deposição ocorrem de forma natural. Entretanto, a aceleração desses fenômenos, que provoca o assoreamento dos cursos d’água, ocorre predominantemente pela ação humana.
É comum em cursos assoreados, a formação de bancos de areia, a elevação do leito do rio, o alargamento das margens e até obstrução do curso d’água.
Causas do assoreamento
- Retirada da mata ciliar – provavelmente um dos fatores mais significativos para a gênese eu o agravamento do assoreamento dos cursos d’água, seja a retirada da vegetação que margeia os rios – a mata ciliar. Ao remover esta proteção natural, o solo e os detritos ficam expostos e a ação da água das chuvas, do vento e do próprio rio carregam todo esse material para o leito do rio.
- Mineração – a atividade de extração de minérios é uma das responsáveis pelo assoreamento dos rios. Para retirar do solo e subsolo os minerais, é preciso desmatar e desagregar rochas e retirar toneladas de material que com as chuvas acabam por chegar aos cursos d’água. Mesmo com as barragens de resíduos da mineração, uma grande quantidade de sedimentos, originados no processo de mineração alcança os cursos d’água.
- Construção de barragens – a construção de barragens para a produção de energia elétrica modifica a velocidade de vazão do rio. Mais lento, o escoamento do rio promove a intensificação da deposição dos materiais em suspensão na água, que por força da gravidade, vão parar em seu leito.
- Agricultura e pecuária – as atividades agrícolas contribuem em diversos níveis para intensificar o assoreamento. O desmatamento para a formação de pastagens e plantio de lavouras, deixa o solo desprotegido e com a ocorrência de chuvas leva os sedimentos para o leito do rio. Além do desmatamento, a irrigação de lavouras e pastagens provoca a diminuição da água disponível no rio, o que agrava os processos de deposição.
- Deposição de lixo e esgoto doméstico e industrial – nos rios que atravessam as cidades, é frequente a deposição de resíduos sólidos e de esgoto nos cursos d’água.
- Resíduos da construção civil - Sobras da construção civil, bem como lixo de demolição são cotidianamente depositados, de forma inadequada e muitas vezes clandestina nos cursos dos rios.
Consequências do assoreamento
- Prejuízo à navegabilidade do rio – em cursos d’água que são vias de transporte de pessoas e mercadorias, o assoreamento provoca redução da profundidade do rio e a criação de bancos de areia. Esse fenômeno pode inviabilizar a utilização de um curso d’água como via de transporte.
- Extinção de lagos e açudes e rios – a deposição acelerada de sedimentos e lixo nos rios, lagos e açudes pode ser tão intensa que provoca o fim da existência de uma fonte de água. Nos centros urbanos intensamente ocupados, esse fenômeno acontece de forma mais significativa.
- Inundações – o rio assoreado, tem a profundidade do leito reduzida. Quando acontecem chuvas, a capacidade de comportar o grande volume de água, torna-se limitada. Assim, as águas dos rios transbordam e provocam inundações. Nas cidades, esse fenômeno traz muitas perdas materiais e humanas.
- Prejuízo dos sistemas de captação de água - quando o assoreamento ocorrem em águas que são utilizadas para o abastecimento das cidades, pode provocar problemas tanto na disponibilidade de água, quanto na qualidade do recurso hídrico. É comum em rios assoreados – por lixo e esgoto – que a água apresente mau cheiro e risco sanitário.
- Diminuição da biodiversidade – além da morte dos organismos que vivem no rio degradado por assoreamento, o alcance desse dano chega à fauna e à flora que dependem do curso d’água para a sua sobrevivência. Um rio assoreado não reduz apenas a quantidade de peixes, afeta também a vegetação e os animais no seu entorno.
Fontes
Assoreamento do reservatório do vacacaí-mirim e sua relação com a deterioração da bacia hidrográfica contribuinte - Paulo Roberto Jaques Dill http://w3.ufsm.br/enquadra/Trabalhos/DissAnteriores/Dill.pdf
TEIXEIRA et al. 2000. Decifrando a Terra, Ed. Oficina de Textos, São Paulo.
Erosão e assoreamento em áreas urbanas - Paula Soubhia, Uriel Bianchini Poli - USP http://www.pha.poli.usp.br/LeArq.aspx?id_arq=5043
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