Hidróxido de magnésio

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O hidróxido de magnésio é um dos produtos mais conhecidos do elemento químico magnésio (Mg). Apresenta fórmula molecular Mg(OH)2, é uma monobase fraca e tem massa molar de 58,32 g/mol. Em temperatura ambiente é um sólido branco, com temperatura de fusão de 350° C (sofre decomposição). Apresenta solubilidade em água de 9 mg/L a 18 °C, e disperso em água, em uma concentração de cerca de 7%, forma uma suspensão com aspecto leitoso, sendo popularmente conhecido como leite de magnésia, que tem efeito laxante e é usado para problemas de prisão de ventre.

Pode ser extraído do mineral brucita que ao reagir com solução de hidróxido de sódio, produz além de Mg(OH)2, sulfato de sódio (Na2SO4).

MgSO4(aq) + 2 NaOH(aq) → Mg(OH)2(s) +  Na2SO4(aq)

Na brucita podem estar presentes também outros sais de magnésio e a reação também pode ser feita com hidróxido de potássio (KOH) ou hidróxido de amônio (NH4OH). É possível obter magnésio metálico também a partir da brucita.

Além do uso como laxante, o Mg(OH)2 tem também aplicação como antiácido, para aliviar azias e má digestão, reduzindo a sensação de queimação. Esse efeito se dá em fusão de suas propriedades alcalinas, que neutralizam o ácido clorídrico (HCl) do suco gástrico, produzindo cloreto de magnésio (MgCl2) e água.

1 Mg(OH)­2 + 2 HCl → 1 MgCl2 + 2 H2O

O MgCl2 formado é um composto higroscópico, ou seja, absorve água, e com isso lubrificas as paredes do intestino, eliminando a prisão de ventre. Além disso, o MgOH2 também estimula a liberação de um dos principais hormônios que controlam a digestão, a colecistoquinina. Por ser utilizado como medicamento é controlado pela Agencia de Vigilância Sanitária (ANVISA), e segundo suas especificações a cada 100g de leite de magnésia, a quantidade de Mg(OH)2 deve estar entre 7 e 8,5 g. Esse controle de qualidade deve ser feito nos laboratórios onde o leite de magnésia é produzido e a análise pode ser feita por titulação indireta (também conhecida como titulação de retorno, contra titulação ou retrotitulação). Esse tipo de análise é indicada, pois apesar de o Mg(OH)2 não ser solúvel em água, pode-se escolher um reagente de titulação no qual ele seja solúvel.

O Mg(OH)2 pode ser utilizado também como desodorante de pés e axilas, pois suas propriedades alcalinas impedem a proliferação de bactérias que causam mau cheiro. É utilizado no refino de açúcar, na produção de papel e celulose, processamento de urânio, como retardante de chama na indústria de espumas e plásticos. Lembrando que um retardante de chama é uma substância que minimiza o risco de combustão e que o fogo se alastre.

Nas estações de tratamento de efluentes, é possível utilizar o Mg(OH)2 para remover íons de espécies metálicas. Além disso no processo de floculação é necessário ajustar o pH através do uso de agentes alcalinizantes, e o Mg(OH)2 pode ser utilizado juntamente com Ca(OH)2 e MgO com essa finalidade.

Referencias:

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº 8, de 31 de janeiro de 2006.

Atkins, P. W.; Jones, Loretta . Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Volume único. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006

Dominguini, L.;* Pizzolo, J. P; Polla, M. B.; Martinello, K.; Fiori, M. A. Retardância de Chama em Poliestireno: Efeito da Adição de Hidróxidos Duplos Lamelares de Magnésio e Alumínio por Solubilização em Clorofórmio. Rev. Virtual Quim., 2014, 6 (4), 1121-1129.

Peixoto, E. M. Magnésio. Química Nova na Escola, n 12, Novembro, 2000.

Tito e Canto. Química na Abordagem do Cotidiano. Volume único, parte A Química Geral. Editora Saraiva 2005.

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