A tosse é um ato reflexo momentâneo e repetitivo que auxilia a limpar as vias aéreas de fluídos, micro-organismos, partículas estranhas e fumaça. Na maioria dos casos, a tosse não é um indicativo de condição patológica grave, ainda mais quando estes ocorrem em duração inferior a duas semanas (crises de tosse agudas). A tosse crônica, seca ou acompanhada de muco, que persiste por mais de 6 semanas pode ser considerada um sintoma de uma condição mais grave e necessita de algum tratamento.
O reflexo da tosse ocorre em três estágios: primeiramente ocorre a inalação de uma certa quantidade de ar que é depois expelido contra a glote fechada e finalmente a glote se abre e um grande volume de ar é liberado dos pulmões acompanhado de um som distinto. A tosse pode ocorrer como um reflexo temporário, servido para limpar a garganta, podendo até mesmo ser induzida. No entanto, a ocorrência de tosse permanente está envolvida com processos infecciosos do trato respiratório.
Vírus e bactérias podem causar infecções que produzem muco e levam a crises de tosse. Resfriados podem durar poucos dias, sendo combatidos naturalmente pelo corpo. A gripe viral, no entanto, pode ser um quadro mais sério que necessita da administração de antibióticos para ser vencida. Gripes mal curadas podem enfraquecer o organismo, expondo o paciente a condições respiratórias piores como pneumonia ou tuberculose. É importante lembrar que a automedicação não é recomendada e que ajuda médica especializada sempre deve ser a primeira opção de tratamento. Através de auscultação e exames sobre o muco expelido é possível utilizar o tratamento mais efetivo para cada caso.
Existem situações em que a tosse é apenas um sinal de alguma condição de saúde. Nas alergias, na bronquite e na asma, por exemplo, a tosse acompanhada de chiado (som característico do tórax) é particular de crises, necessitando o uso de medicação. Alguns remédios, especialmente aqueles utilizados para tratar hipertensão arterial, podem causar tosse como efeito colateral, sendo que está deixa de ocorrer caso o paciente descontinue o uso do medicamento. Fumantes apresentam uma tosse crônica característica, produzindo um som distinto. Muitas vezes essas pessoas podem ter lesões nas cordas vocais, alterando o timbre de suas vozes. Outra condição de saúde que possui a tosse como efeito secundário é o refluxo gastresofágico. Nestes casos, parte do conteúdo estomacal retorna ao esôfago, estimulando um reflexo traqueal que causa crises de tosse aguda.
A poluição de grandes centros urbanos tem sido uma das causas mais frequentes de tosse aguda. O material particulado presente na fumaça de exaustores, seja de veículos ou fábricas, pode induzir crises de tosse. Por isso, recomenda-se evitar proximidade com locais que expelem fumaça continuamente (como chaminés), além de não realizar atividades físicas em avenidas ou locais com grande circulação de automóveis, onde há elevada concentração de contaminantes presentes no ar. Exercícios ao ar livre devem ser feitos em locais arborizados, como grandes praças ou trilhas ecológicas.
Para evitar a tosse devemos nos manter bem hidratadas, dormir com a cabeça mais elevada do que o plano corporal, consumir pastilhas ou xaropes para a garganta, realizar gargarejo de água com sal aquecida para remover muco e aliviar a musculatura da garganta, evitar respirar continuamente pela boca e utilizar sprays descongestionantes para melhorar a respiração pelo nariz.
Referências:
Chung, K. F., & Lalloo, U. G. (1996). Diagnosis and management of chronic persistent dry cough. Postgraduate medical journal, 72(852), 594-598.
Corrao, W. M., Braman, S. S., & Irwin, R. S. (1979). Chronic cough as the sole presenting manifestation of bronchial asthma. New England Journal of Medicine, 300(12), 633-637.
Irwin, R. S., Curley, F. J., & French, C. L. (1999). Chronic cough. Network for Continuing Medical Education.
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