Escala do tempo geológico

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Apesar de o planeta Terra parecer estático, está em constante movimento, tanto vertical, quanto horizontalmente. Esses movimentos são diretamente influenciados por processos geológicos que modelam a superfície da Terra há milhões de anos. Para os geólogos, uma das tarefas essenciais é entender os padrões desses movimentos numa escala extraordinariamente longa de tempo, com a finalidade de ajustar os acontecimentos geológicos em uma ordem de ocorrência cronológica correta, a fim de reconstituir a história geológica e a evolução do planeta até o presente. Para isso, se utilizam de ferramentas para conhecer e ordenar os processos e eventos geológicos, como o estudo de minerais, rochas, fósseis, e eventos tectônicos.

Os eventos geológicos são ordenados em uma coluna, ou Escala do Tempo Geológico, que determina, organiza, data e compara as camadas de rochas encontradas em diferentes partes do globo terrestre, utilizando de ferramentas de datação da Geocronologia (Geo = Terra; Chronos = tempo/idade; Logus = estudo), para se determinar as idades das rochas. As idades podem ser determinadas a partir de idades absolutas ou idades relativas. A idade absoluta é a idade estabelecida em quantidade de anos, a partir de técnicas de medidas de isótopos (átomos com mesmo número atômico (Z), mas com massas atômicas (A) diferentes). Os isótopos instáveis (radioativos), como o C14, são importantes na geologia, pois sua taxa de decaimento pode ser usada para determinar idades absolutas de formação de minerais e rochas.

Já a idade relativa é a idade estabelecida em termos posicionais. Isso quer dizer, que a idade de uma camada de rocha está relacionada à camada que está em cima e/ou abaixo, e se baseia principalmente em fósseis e relações de intersecção. As idades adquiridas por meio da datação relativa se baseiam a partir de evidências da estratigrafia, ciência que estuda a sucessão (empilhamento) original das camadas e da idade das rochas estratificadas, ou seja, correlaciona os estratos das rochas, analisando sua forma, distribuição, composição litológica, conteúdo paleontológico, propriedades geofísicas e geoquímicas. A estratificação (ou acamamento) existente nas rochas sedimentares constitui a base dos princípios utilizados para interpretar os eventos geológicos.

O Princípio da Horizontalidade Original estabelece que os sedimentos são depositados como camadas horizontais. Camadas de rochas dobradas e falhadas indicam eventos tectônicos que ocorreram após a deposição dos sedimentos.

O Princípio da Superposição estabelece que as camadas de rochas mais basais, numa sequência não perturbada, são sempre as mais antigas. Esse princípio permite-nos ver uma série de camadas como uma espécie de linha de tempo vertical, isto é, um registro parcial ou completo de um período de tempo que abrange desde a camada mais inferior até a deposição da mais superior, como mostra a figura abaixo.

Figura 1. Dead Horse Point no Parque Nacional dos Canyons, Utah. As camadas próximas ao rio são as mais antigas, e as do topo as mais jovens. Foto: Doug Lemke / Shutterstock.com

Uma sequência vertical de estratos, chamada de sucessão estratigráfica, é um registro cronológico da história geológica de uma região. Contudo, a estratigrafia é uma medida imprecisa como datação, pois parte das rochas não nos diz quantos anos se passaram entre a deposição de uma camada e outra, ou até se não houve deposição, ou uma camada foi erodida. Nestes casos, considera-se que há um hiato deposicional, ou discordância.

O Princípio da Continuidade Lateral propõe que as camadas de rochas estendem-se lateralmente por vários quilômetros.

O Princípio da Sucessão Faunística estabelece ser possível empilhar as rochas fossilíferas em uma ordem cronológica pelo caráter de seu conteúdo, ou seja, segue um padrão evolutivo dos organismos ao longo do tempo geológico. Pois cada período, época ou subdivisão do tempo geológico possui um conjunto particular de fósseis, representativos dos organismos que viviam naquele tempo.

A Escala do Tempo Geológico foi proposta a partir da reunião de informações de afloramentos do mundo todo utilizando dos princípios de datação relativa, que é um “calendário” de idades relativas da história geológica da Terra. Cada intervalo de tempo nessa escala esta relacionado a um pacote de rochas e seus respectivos fósseis. Embora a escala venha sendo frequentemente atualizada, suas principais divisões tem permanecido constantes durante o último século.

A tabela abaixo mostra a escala do tempo geológico dividida em quatro unidades principais de tempo, sendo a seguir enunciadas em ordem de diminuição da sua duração temporal: éons, eras, períodos e épocas. O éon é a maior divisão da escala temporal da Terra. (o tempo indicado sinaliza o início do éon/era/período/época).

Escala do tempo geológico da Terra
Éon Era Período Época Início
Fanerozóico Cenozóico Quaternário Holoceno 11 mil anos
Pleistoceno 1,8 milhões de anos
Neógeno Plioceno 5,3 milhões de anos
Mioceno 23 milhões de anos
Paleógeno Oligoceno 40 milhões de anos
Eoceno 55 milhões de anos
Paleoceno 60 milhões de anos
Mesozóico Cretáceo 65 milhões de anos
Jurássico 161 milhões de anos
Triássico 228 milhões de anos
Paleozóico Permiano 260 milhões de anos
Carbonífero 306 milhões de anos
Devoniano 385 milhões de anos
Siluriano 418 milhões de anos
Ordoviciano 460 milhões de anos
Cambriano 501 milhões de anos
Proterozóico Neo-proterozóico (630 milhões de anos)
Meso-proterozóico (1,2 bilhões de anos)
Paleo-proterozóico (1,8 bilhões de anos)
Arqueano (2,8 bilhões de anos)
Hadeano (3,8 bilhões de anos)

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