A bradicardia é uma arritmia cardíaca marcada pela diminuição da frequência de batimentos do coração, sendo oposta a taquicardia. Espera-se que um adulto saudável apresente batimento médio em repouso de 70 batidas por minuto (bpm). Quando esta medição é inferior a 60 bpm considera-se um estado de redução de frequência cardíaca, que pode ser normal para atletas ou pessoas jovens que possuem uma rotina constante de treinos físicos. Todavia, a bradicardia patológica ocorre quando menos de 60 bpm são detectados no estado de repouso de pessoas sedentárias e idosos. Isto pode ocorrer sem causar sintomas, o que a médio e longo prazo pode causar complicações associadas a redução da distribuição de oxigênio para os tecidos do corpo.
Os principais sintomas de bradicardia são fatiga, tontura, desmaios, perda de memória ou confusão mental, dores no peito e incapacidade de realizar exercícios físicos sem imediato cansaço. Esta condição é causada pelo envelhecimento natural do tecido cardíaco, por lesões no coração causadas por ataques cardíacos, por doenças congênitas na formação do coração, por infecções chamadas miocardites (que ocorrem no tecido muscular cardíaco), por hipotireoidismo, complicações de cirurgias cardíacas, desregulação na concentração de potássio ou cálcio sanguíneos, apneia do sono e como efeito colateral de medicamentos.
Uma redução ou completo bloqueio dos impulsos elétricos que estimulam o músculo cardíaco causam a redução dos batimentos. Esses estímulos são gerados pelo nó sinoatrial, que contêm células especiais chamadas marca-passo. Quando ocorre algum dano a estas células ou falha de gerar o impulso elétrico devido à perda de ritmo, ocorre uma bradicardia. Em alguns casos, o impulso pode também ser bloqueado na transmissão entre o átrio e o ventrículo, nomeado de bloqueio cardíaco atrioventricular. Este ocorre em 3 graus, que variam em severidade. O bloqueio de primeiro grau é considerado o mais leve, raramente causando sintomas. Ele ocorre quando os sinais elétricos são transmitidos entre átrios e ventrículos de maneira mais lenta que o normal por um curto período, não sendo necessários tratamentos médicos. O bloqueio de segundo grau é caracterizado pela redução dos impulsos elétricos que atingem os ventrículos, causando um ritmo cardíaco irregular e reduzido. O pior cenário ocorre no bloqueio atrioventricular de terceiro grau, quando os estímulos entre o átrio e ventrículo deixam de ocorrer. Esta condição é grave e precisa de cuidados médicos imediatos.
A bradicardia pode causar desmaios frequentes, insuficiência cardíaca e morte. Quando identificada, seu tratamento envolve a implantação de um marca-passo artificial que passa a manter os batimentos cardíacos na frequência desejada. Este aparelho é um microcomputador com uma bateria, colocado abaixo da clavícula, no ombro. Dele saem cabos que são implantados no coração, responsáveis pelos estímulos constantes do músculo cardíaco. A bateria interna destes marca-passos dura em média 10 anos, sendo necessária sua manutenção regular. Pessoas que possuem esse dispositivo devem evitar locais com campos eletromagnéticos, com o risco de perderem o aparelho ou sofrerem uma desregulação na frequência de impulsos gerados.
Para se prevenir da ocorrência de bradicardia e muitas outras doenças cardiovasculares recomenda-se a ingestão moderada de álcool, manutenção de uma dieta balanceada associada a uma rotina constante de exercícios físicos, não fumar e controlar os níveis de estresse.
Referências:
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Mangrum, J. M., & DiMarco, J. P. (2000). The evaluation and management of bradycardia. New England Journal of Medicine, 342(10), 703-709.
Zwillich, C., Devlin, T., White, D., Douglas, N. J., Weil, J., & Martin, R. (1982). Bradycardia during sleep apnea. Characteristics and mechanism. The Journal of clinical investigation, 69(6), 1286-1292.
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