A imigração alemã no Paraná foi estimulada por D. Pedro I após a independência do país. Com a burocracia na importação de mão-de-obra escrava da África, a alternativa foi trazer trabalhadores de outras partes do mundo. Nesse sentido os alemães foram os primeiros europeus (depois dos portugueses) a emigrarem para o Brasil.
Com a oferta de que poderiam cultivar para consumo próprio em algumas terras além das que iriam trabalhar, a primeira imigração de alemães chegou ao Brasil por volta de 1828 na província do Paraná. Juntos formaram a colônia do Rio Negro. O cultivo de erva mate e a pecuária estimulavam e favoreciam a imigração.
O alemão que mais se destacou nessa época foi Michael Muller. Ele participou da política da cidade, na construção de diversas casas, inclusive a casa que posteriormente foi do presidente da província Zacharias de Goes e Vasconcelos. Obteve muitos lucros através da ferraria e construiu a Igreja Matriz.
A segunda imigração ocorreu em 1880. A Alemanha estava em pleno processo de industrialização e várias pessoas estavam ficando desempregadas. Vários alemães falaram que eram agricultores para não ficarem desamparados. Havia no Brasil uma necessidade de ocupar todos os espaços do país para evitar possíveis invasões. Para isso era estimulado o latifúndio. Outra opção que impulsionava a imigração era a política de “branqueamento” da população, uma vez que havia um enorme preconceito racial mesmo que a maior parte das pessoas fossem negras ou mestiças.
Em 1876 os alemães ocupavam boa parte da medicina, farmácias, serras hidráulicas, engenhos de erva mate, fábricas de carroças, cervejarias, padarias, carpintarias, entre outros. Apesar de não ser permitida construção de igrejas que não fossem católicas na época, eles construíram a primeira igreja evangélica luterana de Curitiba. Em um contexto geral, tanto as profissões como no comércio e a cultura ficaram muito diversificadas através da chegada dos alemães.
A terceira imigração alemã no Paraná ocorreu após a Primeira Guerra Mundial em 1914. Como a Alemanha estava devastada pela destruição e pobreza, os alemães acabaram imigrando com a intenção de escapar da fome. Ao chegarem, eles tiveram muita dificuldade de se adaptar, além do clima, as “colônias” brasileiras não ofereciam boas condições, as casas eram muito simples e não havia nada de mobília e conforto e eles tiveram que construir praticamente tudo.
Eles também não tinham acesso à educação e não havia escolas. Esse era um fator essencial para os alemães que tiveram que aprender a língua portuguesa por conta própria e instinto de sobrevivência para conseguirem trabalhar melhor. Sofreram muita discriminação racial por parte dos brasileiros senhores de engenho que faziam questão de afirmar sua supremacia sobre eles.
Quando a Europa entrou na Segunda Guerra Mundial em 1940, o Brasil lutou ao lado dos aliados (Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética). Os governantes ficaram muito desconfiados dos imigrantes alemães e foram muito repressivos com eles. Fiscalizavam com muito rigor todo o produto que saia da província do Paraná. Confiscaram todos os meios de comunicação e proibiram que falassem alemão. Quem fosse pego falando a língua germânica poderia ser preso e até receber pena de morte.
No geral, a imigração alemã no Paraná contribuiu para o desenvolvimento rural, a ocupação territorial e a economia da região Sul bem como a do país como um todo. Eles trouxeram suas danças, idioma, culinária e costumes. Atualmente os descendentes lutam para preservar a memória da imigração e tentam falar algumas expressões que eles utilizavam, já que esta foi uma das maiores repressões que seus antepassados tiveram.
Leia também:
Referências:
http://www.alteheimat.com.br/wp/pesquisa/imigracao-alema-no-parana
http://www.revistaideias.com.br/2018/01/02/o-parana-germanico
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