O termo épico está relacionado com ações heroicas e feitos grandiosos. Desta forma, a poesia épica ou epopeia é um poema narrativo que contam ações imponentes, principalmente das civilizações antigas europeias, como é o caso da produção poética atribuída a um dos grandes nomes da epopeia, Homero.
Nas obras Ilíada e Odisseia, cânones da literatura ocidental, o fenômeno da epopeia é construído, respectivamente, pelas narrativas dos feitos bélicos e pelo enredo das viagens e aventuras extraordinárias de um dos principais combatentes da Guerra de Troia, Ulisses.
Partindo da análise das produções clássicas, incluindo na lista Eneida, do poeta Virgilio, Aristóteles postulou os elementos temáticos e formais que compõem o que se conhece como sendo a poesia épica. Com relação à forma, os poemas épicos admitem variadas possibilidades, podendo ser versos hexametros (nos textos da antiguidade) e versos decassílabos, como é a grande poesia épica portuguesa Os Lusíadas, de Camões.
Os poetas épicos utilizam os principais artifícios da narrativa: personagens, espacialidade, temporalidade, ação e versos mais longos, permitindo o narrar. Por isso, há uma linha tênue entre a poesia épica e a epopeia que é própria do gênero narrativo.
No que diz respeito à temática, além das ações admiráveis dos heróis, a poesia épica promove um resgate das culturas ancestrais, aquelas advindas da oralidade, sendo comum abordar os rituais religiosos, as festividades populares, as lendas, as teorias filosóficas, os indivíduos considerados mais sublimes como os deuses, os semideuses e até alguns dos cidadãos comuns, que são corajosos o suficiente para mudar a sua realidade e entram para o clã dos seres de nível elevado.
Assim, a poesia épica é uma espécie de canalizadora e difusora dos valores e crenças de uma comunidade. Ao ser o elo entre a simbologia da comunidade antiga e a representatividade da comunidade atual, as histórias épicas podem ser classificadas como primitivas porque configuram a gênese de uma expressão cultural coletiva.
Já a epopeia tem como proposição ser um espelhamento dos indivíduos sublimes, seja em seu heroísmo ou em seu subjetivismo, por intermédio do lirismo. Os contos colhidos da tradição oral ganham novos contornos, o trabalho literário de escrita das grandes ações rompe as barreiras da limitação temporal e espacial, podendo ser revisitados e reelaborados por diversas culturas em variados tempos.
O herói épico é visto normalmente como um indivíduo sagrado, portanto se ele é cultuado, suas histórias com todas as façanhas também devem ganhar um lugar de destaque no panteão da História. Para isso, cabe aos poetas transformar a motivação histórica em estórias, por meio do minucioso ofício literário.
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