Em 2007, o Dr. Hibbett e especialistas no mundo propuseram um novo sistema de classificação biológica para os fungos e o que se conhecia por zigomicetos (filo: Zygomycota) foi segregado em subfilos, pois as análises que levam aos resultados das relações de parentesco e ancestralidade deixaram incertezas. Desta forma, o maior número de espécies registradas pertence ao subfilo Mucoromycotina, com 325 representantes bem conhecidos como o mofo preto do pão, Rhizopus sp. (figura 1), que formam massas cotonosas e negras em alimentos ricos em carboidratos; ou os coprófilos, como Pilobolus sp. (figura 2), que decompõem fezes de animais. Outros representantes são os fungos em Enthomophtoromycotina, com 277 espécies, onde a maioria é parasita de animais invertebrados, principalmente, insetos e ocasionalmente parasitam vertebrados; há patógenos de algas e plantas, como musgos e samambaias. Kickxellomycotina, com 264 espécies, constituído por parasitas de animais, outros fungos e como simbiontes obrigatórios. E, Zoopagomycotina, outro subfilo com 190 espécies endo e/ou ectoparasitas de animais e outros fungos. Contudo, estes fungos também possuem grande aparato enzimático, o que os tornam potenciais decompositores e cicladores de matéria orgânica nos ambientes (sapróbios).
Morfologia
O conjunto de hifas destes fungos não forma uma estrutura específica, como aquelas observadas em basidiomicetos ou ascomicetos. Para estes fungos, o conjunto de hifas forma um micélio que fica emaranhado sobre o substrato se diferenciando em estruturas somáticas e de reprodução (figura 1). As hifas não apresentam septos e, portanto, são referidas como cenocíticas. Os únicos septos aparecem delimitando as estruturas de reprodução.
A partir de hifas formam-se estruturas arqueadas denominadas estolões e a partir de uma das extremidades surgem rizoides, que se fixam nos substratos; na extremidade contrária surgem as estruturas formadoras de esporos, os esporangióforos, cujo ápice é formado pelos esporângios que são delimitados por um septo (figura 3). Há muitos núcleos no interior dos esporângios que se diferenciarão em esporangiósporos, os esporos destes fungos; estas estruturas ficam enegrecidas conforme o amadurecimento e desenvolvimento destes esporos.
Ciclo de vida
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada envolve o encontro de dois indivíduos diferentes geneticamente e ocorre com menor frequência em algumas espécies. O encontro se inicia quando, através de substâncias químicas liberadas no meio, há a atração de hifas. Posteriormente, ocorre a plasmogamia e consequente mistura dos conteúdos citoplasmáticos. Há formação de paredes celulares que originam o zigosporângio, estrutura responsável pela formação do zigósporo ou zigoto, através da cariogamia (união de núcleos distintos geneticamente), única fase diplóide (2n) do ciclo de vida destes fungos. Os zigósporos podem permanecer dormentes por longos períodos. Contudo, a parede do zigosporângio se rompe e ocorre a germinação do zigósporo, que se diferencia em esporangióforos durante a divisão meiótica; os esporos formados voltam a ser haplóides (n) e nova dispersão ocorre iniciando um novo ciclo.
O termo zigósporos foi responsável por dar nome ao grupo, como Zygomycota (mykés = fungos e zygós = ovo), que significa “fungo que tem zigoto”.
Reprodução assexuada
Os esporangiósporos são liberados no ambiente, em seguida germinam e produzem um novo micélio, deste surgem novos estolões que originam estruturas de fixação (rizoides) e aquelas responsáveis pela formação de novos esporos (esporangióforos). Este tipo de reprodução é o mais frequente para estes fungos.
Bibliografia recomendada:
http://tolweb.org/Zygomycota (consultado em maio de 2018)
Kirk, P.M., Cannon, P.F., Minter, D.W. & Stalpers, J.A. 2008. Dictionary of the Fungi. 10th ed. CAB International, Wallingford.
Evert, R.F. & Eichhirn, S.E. 2014. Raven/ Biologia Vegetal. 8ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pp.278-316
Terçaroli, G.R., Paleari, L.M. & Bagagli, E.2010. O incrível mundo dos fungos. São Paulo, Ed. Unesp, 125p.
Bononi, V.L. (org.). 1998. Zigomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos. São Paulo: Instituto de Botânica, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 181p.
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