O marco inicial do Modernismo no Brasil é a Semana de Arte Moderna, que ocorreu entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. O evento, como o nome diz, era previsto para durar uma semana, mas foi reduzida para três dias, devido a grandes confusões que ela ocasionou.
O evento ocorreu em São Paulo, no Teatro Municipal, com exposições de arte e recitais de atores e escritores.
Esse evento ocasionou grande tumulto entre as pessoas da sociedade, pois os artistas foram contra as ideias parnasianas, que tinham uma estética tradicional e métrica aprofundada. Eles queriam romper com essa ideia, utilizando tom de ironia para criticar essa métrica e o tradicional.
Esse período literário trouxe a maior união entre diferentes segmentos artísticos, isto é, a união de artistas plásticos, poetas, escritores e autores em busca do mesmo objetivo.
O Modernismo Brasileiro é dividido em três fases, sendo elas:
A Primeira Fase
A primeira fase modernista ficou conhecida como fase heroica ou fase de destruição (1922 a 1930), no qual os artistas desejavam a ruptura com o tradicionalismo e com o passado, trazendo o que há mais de moderno e diferente.
Os artistas que se destacam e que eram conhecidos como grupo dos cinco são Tarsila do Amaral, Anita Malfate, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.
Eles foram os grandes percussores da Semana da Arte Moderna. Trouxeram para o Brasil influências das vanguardas europeias, empregando, na literatura, ideais europeias, mas de uma forma abrasileirada.
Nessa época, ocorriam os seguintes fatos no Brasil:
- Fundação do Partido Comunista;
- São Paulo tornava-se uma cidade cultural e econômica;
- Período de grande crise econômica.
Esses fatos tiveram grande influência na literatura e na arte.
Os autores adotaram uma nova forma de escrever, sem padrão correto de escrita. Também usaram de tom de humor para narrar as suas histórias.
A Segunda Fase
A segunda fase modernista ficou conhecida por ideias mais maduras e coesas (1930-1945).
Nessa época, ocorriam os seguintes fatos no Brasil e no mundo:
- Era Vargas e pós-crise de 1929, que abalou todo o mundo, principalmente a parte de indústria.
- A Revolução de 1930 que trouxe Getúlio Vargas ao governo provisório;
- A Revolução constitucionalista de 1932, que transformou o estado de São Paulo;
- Combate ao Socialismo;
- Inauguração da primeira universidade pública, a USP, em 1934;
- A Ditadura Militar que ocorreu entre 1937 a 29/10/1945, com a renúncia de Getúlio Vargas; e
- Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945).
Na literatura, os artistas escrevem romances regionalistas, isto é, retratam uma certa região do país, e prosa intimista que estudam o homem urbano. Retratam ainda o eu interior e a questão psicológica.
A Terceira Fase
A terceira e última fase modernista ficou conhecida como Geração de 45, onde os artistas em geral não tinham liberdade de expressão por conta da Ditadura Militar presente no país. A música, arte, literatura, comunicação, entre outros, sofriam represálias. Não havia liberdade de escrever ou expressar as ideias, sendo tudo imposto pelo governo militar.
As pessoas que tentavam se expressar de alguma forma, eram exiladas. O Brasil passava por um período muito complicado, sem liberdade de expressão.
Nessa época, ocorriam os seguintes fatos no Brasil e no mundo:
- Período da Guerra Fria;
- Fim da Era Vargas; e
- Início da fase democrática.
Na literatura, os artistas negam algumas propostas da primeira e retorna o uso cuidadoso e consciente da palavra. Além disso, há o crescimento de correntes literárias e autores.
Autores e obras do modernismo brasileiro
- Mario de Andrade: “Pauliceia Desvairada”, “Macunaíma”, “Contos Novos”, “Lira Paulistana”.
- Oswald de Andrade: “Memórias Sentimentais de João Miramar”, “Paul Brasil”, “Serafim Ponte Grande”, “O Rei da Vela”.
- Manuel Bandeira: “Libertinagem”, “Estrela da Manhã”, “Itinerário de Parsárgada”, “Estrela da Vida Inteira”.
- Graciliano Ramos: “São Bernardo”, “Angústia”, “Vidas Secas”, “Memórias do Cárcere”.
- Carlos Drummond de Andrade: “Alguma Poesia”, “Sentimento do Mundo”, “A Rosa do Povo”, “Claro Enigma”, “Boitempo”.
- João Cabral de Melo Neto: “Pedra do Sono”, “O Cão sem Plumas”, “Morte e Vida Severina”, “Museu de Tudo”.
- Clarice Lispector: “A Cidade Sitiada”, “A Paixão Segundo G. H.”, “Água Viva”, “A Via-Crúcis do Corpo”, “A Hora da Estrela”.
- Guimarães Rosa: “Sagarana”, “Corpo de Baile”, “Grande Sertão: Veredas”, “Tutaméia (Terceiras Estórias)”.
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