A literatura de autoajuda é, na contemporaneidade, um dos gêneros mais consumidos pelos leitores. A autoajuda literária é configurada por um conjunto de obras que tem por objetivo fazer o leitor pensar sobre seus próprios problemas ou aprimorar suas habilidades e, para isso, as narrativas do gênero fornecem variadas alternativas para todo tipo de assunto.
Ao abranger os acontecimentos da vida humana em todos os seus aspectos, principalmente os emocionais, sociais, espirituais e profissionais, os livros de autoajuda apresentam textos que além de aconselharem, prescreverem, sugerirem e fornecerem estratégias, são considerados verdadeiros guias a serem seguidos.
Muitos estudiosos defendem o caráter prático das produções de autoajuda, isto é, são textos de caráter educativo e que objetivam oferecer ao leitor uma espécie de manual do bem viver. Contudo, há uma vertente de estudiosos que acredita que a literatura de autoajuda pode se embrenhar pela psicologia e pela filosofia e propor ao leitor não um manual, mas a possibilidade de [auto]reflexão.
Ainda que haja diferenciação conceitual, em um aspecto os dois grupos são unânimes ao afirmarem que existe certo caráter pedagógico, implícito ou explícito, na literatura de autoajuda, à medida que os textos pretendem impelir os leitores a novas condutas e novos comportamentos diante das situações.
O caráter pedagógico observado nesse tipo de texto literário o distancia, durante um longo período, da alta esfera intelectual que vê os textos de autoajuda como uma arte menor. Afinal, a própria configuração do gênero, com sua forma mais aberta, permite que muitas pessoas se arrisquem como autores sem se ater muito às questões estruturais e teóricas da literatura, ainda que com exceções de escritores renomados que usam a autoajuda em seus escritos, como é caso de Augusto Cury, Lair Ribeiro e Içami Tiba.
Contudo, o cenário contemporâneo da literatura de autoajuda é completamente outro. Cada vez mais autores, editores e editoras têm investido nesta categoria literária que além da variedade de enredos aproxima o leitor do autor a partir do momento que este conta sua trajetória pessoal, seus sucessos e seus fracassos, e aquele compra a história vendida, sendo ela real mesmo ou um artifício ficcional, já que existe uma linha cada vez mais tênue entre as duas possibilidades.
Cresce constantemente o número de pessoas que têm histórias de superações magníficas para contar porque do outro lado da página cresce vertiginosamente a lista de leitores que têm a necessidade de histórias exemplares e motivacionais. Desta forma, o aumento da literatura de autoajuda está relacionado com ânsia característica do indivíduo do século XXI por conselhos, sugestões, caminhos e orientações; seja para refletir filosoficamente ou para seguir as instruções dadas pelo autor.
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Referência:
ALVES, Vera Lucia Pereira. Receitas para a conjugalidade: uma análise da literatura de autoajuda, 2005, 248f. Tese (Doutorado em Educação). Unicamp, Campinas, 2005.
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