Antes de tratar dos oxiácidos, vamos recordar brevemente o conceito de ácido, com base na teoria de Arrhenius. De acordo com essa definição, os ácidos são substâncias que em solução aquosa, se ionizam, produzindo um cátion hidrônio (H3O+), que muitas vezes é representado por H+ e um ânion qualquer (X-). No caso dos oxiácidos, o ânion é oxigenado, portanto esses tipos de ácidos apresentam como característica o fato de terem o átomo de oxigênio em sua composição.
Os oxiácidos podem ser classificados de acordo sua força, e essa classificação está relacionada com o grau de ionização, ou seja, com quantidade de íons H+ que eles liberam quando em solução aquosa. Esse grau de ionização representado pela letra alfa (α), representa a razão entre o número de moléculas ionizadas e o número de moléculas dissolvidas. Para ácidos fortes os valores são ≥ 50%, para moderados entre maiores que 5% e menores que 50% e para os fracos são inferiores a 5%. Como exemplos de ácidos fortes temos o H2SO4, HNO3, moderado o H4P2O7, H3PO4, H2SO3 e fracos o H3BO3, CH3COOH, H2CO3, HNO2.
Com relação à nomenclatura, as regras variam de acordo com o tipo de ácido. De uma maneira geral temos o seguinte esquema:
Ácido + nome do ânion + sufixo ico ou oso
Na hora de escrever o nome, teremos duas situações, caso o nome do ânion termine em ato, esse sufixo deve ser trocado pelo sufixo ico. Por exemplo, para o composto HNO3 o ânion que forma o ácido é o nitrato (NO3-), dessa forma o nome segue a sequência:
Ácido + nitrato (menos ato) + ico
Com isso o nome fica ácido nítrico. A mesma lógica pode ser seguida para os ácidos formados pelos ânions carbonato (CO32-), clorato (ClO3-) e perclorato (ClO4-), para formar respectivamente os ácidos carbônico (H2CO3), clórico (HClO3) e perclórico (HClO4). Os ácidos formados pelos íons fosfato (PO43-) e sulfato (SO42-), embora tenham a terminação ato, são exceções, e seguem regras um pouco diferentes. No caso desses compostos o nome do anion é considerado em latim, que seria súlfur para SO42- e fosfos PO43- que formam respectivamente os ácidos sulfúrico (H2SO4) e fosfórico (H3PO4). Temos o caso dos ânions que terminam em ito, clorito (ClO2-), hipoclorito (ClO-) e nitrito (NO2-), nesses casos a terminação ito é trocada por oso, e temos os ácidos cloroso (HClO2), hipocloroso (HClO) e nitroso (HNO2). Para o anion sulfito, vale a mesma linha de raciocínio do sulfato, e o nome do anion em latim deve ser acrescido do prefixo oso, com isso tem-se o ácido sulfuroso.
Entre os oxiácidos mais conhecidos podemos destacar o H2SO4, utilizados na produção de baterias de automóveis, tintas, papel, fertilizantes. Já o HNO3 tem aplicação na fabricação de explosivos, como o TNT e nitroglicerina, fertilizantes e salitre. O H3PO4 é utilizado na reação de formação de sais de fosfatos utilizados como fertilizantes. Além disso, esta presente na produção de refrigerantes sabor cola, e diversos tipos de alimentos, como geleias, açúcar refinados e chocolates. O ácido carbônico é responsável pela gaseificação de água mineral e refrigerante.
Referencias bibliográficas:
Atkins, P. W.; Jones, Loretta . Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Volume único. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Kotz, J. C. Química Geral e Reações Químicas. Volume 1, 9ª edição, Cengage Learning, 2015.
Tito e Canto. Química na Abordagem do Cotidiano. Volume único, parte A – Química Geral e Inorgânica. Editora Saraiva 2005.
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