Londres é uma das capitais da moda que reúne marcas que me encantam. A atmosfera irreverente da cidade parece acrescentar pitadas tão únicas às criações, graças à herança das tribos jovens. Por isso, é provável encontrar experimentações e misturas super inusitadas. Algo que é possível ver em Milão e Paris, claro, mas na Inglaterra vem com muita força.
Entre as marcas que mais apresentaram propostas que adorei está a Roland Mouret. Um dos estilistas favoritos da Duquesa de Sussex tem sido verdadeiramente franco ao desenvolver um estilo moderno à todas as mulheres, com todas suas pluralidades: de formas, estilos e vontades. É nítido o desejo do designer francês em ver pessoas confortáveis em suas roupas e, principalmente, em suas próprias peles. Sua coleção de inverno vai além e propõe desconstruir alguns padrões de gêneros e beleza. Hoje, vimos uma profusão de peças de alfaiataria para serem usadas a qualquer instante, mix de texturas que permeiam looks femininos e masculinos, tecidos fluídos, maxi coats (os teddy bears surgem ainda mais volumosos) e uma cartela riquíssima que brinca entre cores neutras e vibrantes. Um show para ouvir ao som de “Don’t Let Me Be Misunderstood”, para lembrar que somos todos iguais.
Já na Pringle of Scotland, tradicionalíssima britânica que faz tricô há mais de 200 anos, pensou em focar nas qualidades naturais da lã, em vez de tentar ser muito complicado ou inovador. A paleta neutra era pontuada apenas por uma série de xadrezes brilhantes e tartans em grandes casacos, kilts e feitos com patchwork em blusas que acentuou a herança da marca. Adorei o pullover com a padronagem argyle em vermelho, preto, amarelo e nude.
Na Ports 1961, a diretora de criação Natasa Cagalj brincou com o que chamou de ”imperfeições”, que eram quase imperceptíveis à primeira vista, embora eles estivessem presentes na coleção desde o início, na lapela estendida de um blazer xadrez ou com uma parte da gola da camisa por cima de um dos casacos. Um dos mais chiques foi um casaco azul fofo, com uma espécie de gola poncho, que dá vontade de ficar enrolada dentro dele o inverno todo.
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