Entradas e bandeiras

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Entradas e bandeiras foi o nome dado às expedições realizadas pelos Bandeirantes dentro do território brasileiro. O termo “entrada” se refere ao percurso percorrido por rios e trilhas que expandiram o território. As “bandeiras” fazem referência aos Bandeirantes que carregavam consigo e fixavam no local conquistado. Eles tinham três características: o apressador (que capturava os índios), prospector (procurava pedras e metais preciosos) e o sertanismo de contrato (exterminava índios e negros da oposição).

Os Bandeirantes eram em sua maioria filhos de europeus nascidos no Brasil, muitos deles mestiços com descendência indígena. Eles vestiam-se com calças de algodão, chapéu grande, botas e alguns por influências dos índios andavam descalços. Protegiam-se das possíveis flechadas nas pernas e peito com couro de animais. O objetivo dessas expedições era ampliar o país, capturar índios para utilizá-los como mão-de-obra, aumentar o cultivo agrícola e encontrar metais preciosos.

Esses acontecimentos do século XVII deram destaques aos paulistas Bandeirantes que se tornaram símbolos do estado e ganharam qualidades de heróis que se esforçaram para aumentar o tamanho e a riqueza do Brasil. Estima-se que 300.000 índios foram apanhados e escravizados, muitos resistiam com bravura, mas os que não se submetiam morriam. Os colonos aproveitavam da rivalidade que havia entre as tribos para colocar umas contra as outras. Atacavam também aldeias religiosas comandadas por Jesuítas, pois, uma vez que catequizados e pacificados eram mais fáceis de dominar.

Em São Paulo do Piratininga era feito o planejamento e servia como ponto de partida para o caminho das explorações Bandeirantes sob o aval do Governador D. Francisco de Sousa. Essas viagens contavam com em média cinquenta pessoas, entre elas, escravos negros que ficavam com o trabalho mais pesado (carregar canoas e baús) índios e homens livres que conheciam rotas seculares e meios de sobrevivência na mata. Eles andavam com espingardas, facas e foices. Comiam o que caçavam, ou frutos que colhiam pelo caminho.

Esses homens adentraram no Brasil e romperam o Tratado de Tordesilhas, os que mais se destacaram foram: Fernão Dias que ficou reconhecido como o “caçador de esmeraldas” na companhia de Antônio Raposo Tavares que era português e se apossou de terras que pertenciam aos espanhóis a favor do Brasil. Ganhou o título de Cavaleiro da Casa Real e diversos cargos importantes em São Paulo.

Manuel Borba Gato, também fazia expedições ao lado do sogro Fernão Dias, morreu aos setenta anos de idade e além de Bandeirante, foi Juiz e Administrador. Bartolomeu Bueno da Silva (filho) ficou popular como o segundo Anhanguera e com doze anos de idade já acompanhava o pai nas expedições pelo estado de Goiás e na descoberta de Ouro em Minas Gerais. Recebeu o título de Coronel das ordenanças e Capitão-Mor da cidade que hoje conhecemos como Goiás Velho. Foi acusado de corrupção e sonegação de impostos e assim, foi perdendo seus cargos sucessivamente perante a coroa portuguesa. Morreu em 1870 sem credibilidade alguma. Domingos Jorge Velho foi um sertanista que ficou reconhecido por destruir o Quilombo dos Palmares e combater com índios que resistiam à nova política de dominação portuguesa.

Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista. Pintura de Benedito Calixto, 1903.

Os bandeirantes alargaram e descobriram várias riquezas no Brasil. Ocupando o Centro Oeste, foram criadas em 1748 as capitanias de Goiás e Mato Grosso. Expandiram também no Sul nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Norte, se apossaram de Rondônia, Pará, Amapá, Roraima e Amazonas.

Essas expedições coloniais no Brasil foram de suma importância na medida em que favoreceram as exportações brasileiras com o aumento da mão-de-obra, principalmente da cana-de-açúcar e a exploração das especiarias do sertão. As descobertas de metais preciosos em diversos lugares, favoreceram efetivamente o poder imperial dos portugueses ao longo do século XVIII.

Referências:

https://www-storia.blogspot.com/2008/05/entradas-e-bandeiras.html?m=1 19.01.2019.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeirantes#Os_tipos_de_bandeiras 19.01.2019.

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-uma-expedicao-dos-bandeirantes/ 19.01.2019.

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