Mais de 80% da poluição encontrada nos oceanos é proveniente de atividades humanas em terra. Desde que o plástico foi inventado, no final do século 19, foram produzidos 8,3 bilhões de toneladas do material, que também é um dos mais difíceis de se reciclar, podendo levar no mínimo 450 anos para se desintegrar completamente. Assim, cientistas estimam que a cada ano algo entre 4,8 milhões e 12,7 milhões de toneladas de resíduos chegam ao mar.
A luta contra o plástico nos oceanos vem sendo travada por ambientalista há décadas, e estima-se que 90% das espécies marinhas já tem plástico nos seus estômagos, somando 700 espécies ameaçadas. Em 2015 um vídeo de um canudo plástico preso na narina da espécie marinha tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) viralizou na internet, fazendo com que essa luta ganhasse apelo popular. Assim algumas iniciativas vêm sendo tomadas desde então, visando diminuir os resíduos gerados por atividades humanas básicas, principalmente aqueles provenientes do plástico.
Por que o canudo plástico?
Comovendo grande parte dos espectadores, o vídeo da remoção de um canudo plástico da narina de uma tartaruga-oliva em 2015 garantiu envolvimento popular no combate ao plástico já travado por cientistas há décadas. Com isso, os canudos foram escolhidos como portas de entrada para a discussão e conscientização sobre o uso de plásticos, uma vez que sua necessidade é momentânea, durando poucos minutos e podendo ser substituído e até mesmo facilmente evitado em diversas situações. Além de ser um grande responsável pela formação de microplástico, os canudos representam 4% de todo o plástico no mundo. Nos Estados Unidos são 500 milhões de canudos plásticos descartados diariamente.
No Brasil algumas medidas começaram a ser implementadas, como a lei sancionada em julho de 2018 na cidade do Rio de Janeiro, que “obriga os restaurantes, lanchonetes, bares e similares, barracas de praia e vendedores ambulantes do Município do Rio de Janeiro a usar e fornecer a seus clientes apenas canudos de papel biodegradável e/ou reciclável individualmente e hermeticamente embalados com material semelhante”. Além disso, empresas como o McDonald’s e o Starbucks se comprometeram a diminuir o uso e descarte de canudos, distribuindo apenas para os clientes que solicitarem. Essa iniciativa tem como meta eliminar definitivamente os canudos plásticos nos próximos anos.
Alternativas
Existem algumas alternativas para quem deseja diminuir o uso dos canudos plásticos mesmo em estabelecimentos que ainda os fornecem. Uma opção descartável são os canudos de papel, já distribuídos em algumas redes de restaurante e fast-food, considerados menos nocivos devido ao menor tempo para a completa degradação no ambiente. Apesar disso, por ser descartável, ainda é uma opção que contribui para o aumento de lixos e resíduos sólidos no planeta. Também tem sido oferecido em alguns estabelecimentos o canudo biodegradável, embalado em papel.
Outra opção para aqueles que desejam não só combater o plástico, mas também minimizar a quantidade de lixo produzido são os canudos reutilizáveis, como aqueles feitos de bambu, vidro e principalmente os metálicos. Os canudos metálicos podem ser fabricados em inox, aço ou alumínio, e têm sido vendidos em brechós online, páginas de compra e venda na internet e até em universidades e feiras veganas. Esse tipo de canudo conta com uma escova própria para higienização, e pode ser carregado na bolsa e utilizado por muitos anos.
Referências Bibliográficas:
[1] Jambeck, J. R.; Geyer, R.; Wilcox, C.; Siegler, T. R.; Perryman, M.; Andrady, A.; Narayan, R.; Law, K. L. Plastic waste inputs from land into the ocean. Science 13: vol. 347, Issue 6223, pp. 768-771, 2015. DOI: 10.1126/science.1260352
[2] Rio de Janeiro é primeira capital brasileira a proibir canudos plásticos. Disponível em: https://exame.abril.com.br/brasil/rio-de-janeiro-e-primeira-cidade-brasileira-a-proibir-canudos-plasticos/
[3] Planeta ou plástico? Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/planeta-ou-plastico
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