Musgos

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Os musgos pertencem à divisão Bryophtyta e, juntamente com outras duas divisões (Hepatophyta e Anthocerophyta), fazem parte de um grupo de plantas chamadas coletivamente de Briófitas (Figura 1). Apesar de se desenvolverem completamente em ambiente terrestre, a água é importante na reprodução dessas espécies, já que o gameta masculino é flagelado e desloca-se apenas em meio líquido para chegar no gameta feminino, que é imóvel. Ademais, os musgos geralmente crescem em regiões úmidas e abrigadas da luz (como interior de florestas ou próximas de rios), pois não possuem estruturas para evitar de forma eficiente a perda de água por transpiração.

Figura 1 – Briófitas sobre rochas e solo de uma floresta. Foto: tomoki1970 / Shutterstock.com

Por não apresentarem um sistema vascular, a água e outras substâncias (como os produtos da fotossíntese) passam de célula a célula até atingir a planta toda. Esse é um processo lento, por isso os musgos acabam sendo plantas de porte pequeno. Os termos folhas, caule e raiz não podem ser aplicados para essas plantas, já que são utilizados para as plantas vasculares. Por isso, os gametófitos (fase haploide) dos musgos são diferenciados em filídios, caulídeos e rizoides.

Existem cerca de 9.500 espécies de musgos, sendo divididas em três classes: Andreaeidae (musgos-de-granito), Sphagnidae (musgos-de-turfeira) e Bryidae (conhecidos como “musgos verdadeiros”). Os musgos-de-granito apresentam coloração verde-enegrecida, castanha-avermelhada ou castanha-enegrecida, estando presentes em regiões árticas ou montanhosas, muitas vezes sob rochas graníticas, por isso recebem este nome. Já os musgos-de-turfeira dominam grandes áreas, chegando a ocupar 1% da superfície da Terra, sendo uma das plantas mais abundantes do mundo. Por armazenam uma grande quantidade de carbono, em algumas regiões essas plantas são queimadas e utilizadas como combustíveis. Na classe Bryidae estão inseridas a maioria das espécies de musgos, sendo que em algumas pode existir um cordão de células condutoras que são similares aos tecidos condutores encontrados em fósseis de plantas vasculares. O cordão condutor de água é chamado de hadroma e o tecido condutor de substâncias orgânicas é denominado leptoma.

O ciclo de vida dos musgos está ilustrado na figura 2. Ao germinarem no solo, os esporos produzem estruturas filamentosas denominadas protonemas, as quais darão origem aos gametófitos, que geralmente apresentam gametângios (local de formação dos gametas) na região apical e de sexos separados. Nos gametângios femininos, chamados de arquegônios, forma-se o gameta feminino, a oosfera. Já nos gametângios masculinos, denominados de anterídios, são originados os anterozoides (gametas masculinos flagelados). Os gametas são gerados por mitose e são haploides (n), assim como os gametófitos. Após eventos de chuva ou garoa, pode acontecer a fecundação. A gota de água que atinge o ápice do gametófito masculino lança os anterozoides para fora da planta e, ao caírem sobre o gametófito feminino, nadam até a oosfera, ocorrendo a fecundação e originando o zigoto diploide (2n). O zigoto se desenvolve no esporófito (2n), que continua no ápice do gametófito feminino, dependendo do mesmo para sua nutrição. Os esporos são formados por meiose em uma estrutura conhecida como cápsula, que corresponde ao esporângio. Logo, os esporos são haploides (n). Com a abertura da cápsula ocorre a liberação dos esporos, que germinam ao caírem no solo, originando o gametófito. Este cresce e amadurece, reiniciando o ciclo de vida dos musgos.

Figura 2 – Esquema do ciclo de vida de um musgo. Ilustração: Kazakova Maryia

Referência bibliográfica:

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

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