As bacias sedimentares são depressões da superfície terrestre formadas por abatimentos da litosfera, nos quais se depositam ou depositaram os sedimentos, onde são soterrados e convertidos em espessas pilhas de rochas sedimentares. As bacias possuem área de considerável extensão (pelo menos 10.000 km²), onde a combinação de subsidência (afundamento da crosta) formou uma espessa acumulação de sedimentos e rochas sedimentares. Devido a isso, as bacias sedimentares preservam um registro detalhado do ambiente pretérito e dos processos tectônicos que deram forma à superfície da Terra através do Tempo Geológico. Também servem como importante repositório de recursos naturais, tais como água subterrânea, petróleo, e diversos recursos minerais. Durante a subsidência, uma ampla área da crosta afunda em relação às elevações das áreas adjacentes. A subsidência é parcialmente induzida pelo peso adicional dos sedimentos sobre a crosta, mas é controlada por mecanismos tectônicos. O movimento de subsidência é muito lento e não pode ser percebido facilmente em um período de tempo curto (a deposição de uma camada significativa de sedimentos leva alguns milhares de anos para ocorrer).
Os sedimentos de uma bacia geralmente tem sua origem a partir de materiais provenientes da erosão de áreas adjacentes à bacia, pela ação do vento, água, geleiras ou rios, ou de materiais que precipitam para dentro da bacia, quando esta é submersa, ou ainda, de estruturas ou materiais de origem biológica (como restos de animais, fragmentos de conchas, ossos, recifes de coral). Como as bacias afundam lentamente, por subsidência, os sedimentos mais novos são depositados sobre os mais antigos. O resultado é um empilhamento de rochas, formadas pelo processo de litificação (conversão de sedimento à rocha consolidada) que ocorrem nos sedimentos depois de soterrados, e que revelam a história da região em cada período do tempo em que houve subsidência e acumulação de sedimento. Como as camadas mais profundas depositam-se primeiro, pode-se estabelecer a cronologia (ordem de idade) dos eventos. Desta forma também, que podemos analisar a evolução dos ambientes sedimentares e evolução das espécies de animais e plantas ao longo do tempo. O registro sedimentar dessas áreas é geralmente composto por um espesso pacote sedimentar no seu interior, o qual diminui de espessura ao se aproximar das bordas da bacia, e apresentam camadas de rochas que mergulham da sua periferia para o centro.
As bacias sedimentares ainda podem ser classificadas por diferentes tipos, dentre as mais conhecidas, as bacias intracratônicas e as de margens continentais (ou plataformais). As bacias intracratônicas localizam-se no interior de regiões tectonicamente estáveis dos continentes (os crátons), em forma de amplas depressões ovais ou arredondadas, como é o caso das principais bacias sedimentares brasileiras. A taxa de sedimentação em bacias situadas em baixas altitudes depende dos movimentos de transgressão (subida relativa do nível do mar) e regressão (rebaixamento relativo do nível do mar) marinhas, relacionados com a subsidência do substrato e com variações eustáticas do nível do mar.
A distribuição e o tipo de depósitos sedimentares em uma bacia são controlados pelo clima. Em climas áridos formam-se frequentemente depósitos evaporíticos (como sal-gema e gesso). Quando o clima se torna mais úmido, aumenta a taxa de sedimentação e a acumulação de matéria carbonosa, o que favorece o processo que leva à formação de carvão. Nas bacias situadas nos bordos dos crátons, sujeitas aos efeitos das transgressões marinhas, surgem ambientes favoráveis à formação de petróleo.
As bacias sedimentares do Brasil datam do período Paleozóico, do Mesozóico e do Cenozóico. As maiores bacias são a Amazônica, a do Parnaíba e a do Paraná, e as bacias de menor extensão são a do Recôncavo, Tucano, do Pantanal, Mato-Grossense, do São Francisco, as bacias litorâneas (plataformais), e as bacias de planaltos, como a de Curitiba, São Paulo e a de Taubaté. Nove das bacias sedimentares brasileiras são produtoras de petróleo, como as bacias de Campos, Espírito Santo, Tucano, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas, Potiguar, Ceará e Solimões.
Bibliografia
1. TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T.; TOLEDO, M.C.M. & TAIOLI, F. (2007). Decifrando a Terra. 2ª edição, São Paulo, SP; Companhia Editora Nacional, 623p. 2. PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J. e JORDAN, T.H. (2013). Para entender a Terra. Tradução R. Menegat (coord.), 6ª edição, Porto Alegre, RS; Bookman, 656p.
3. WICANDER, R.; MONROE, J.S. (2009). Fundamentos de Geologia. 1ª edição, São Paulo, SP; Cengage Learning, 507p.
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