No século XVIII, a economia não era um assunto específico, fazia parte da “Filosofia Moral”. Adam Smith foi o primeiro filósofo moral a reconhecer que as ações de mercado mereciam um estudo cuidadoso e em tempo integral numa moderna disciplina das Ciências Sociais.
Ele nasceu em 1723 na cidade escocesa Kirkcaldy, pequena e majoritariamente presbiteriana, mas foi batizado pela mãe na Igreja Anglicana. Sua mãe foi Margaret Douglas, de uma família proprietária de terras, seu pai também se chamava Adam Smith, que foi promotor de Justiça Militar e superintendente fiscal da Alfândega de Kirkcaldy, e morreu antes de seu nascimento. Aos 14 anos Smith foi para a Universidade de Glasgow, onde se tornou mestre e fascinou-se pelas ideias do professor Francis Hutcheson, aprendendo Liberalismo Clássico, Direito Natural e Economia Política.
Depois, Smith ingressou no Balliol College da Universidade de Oxford com uma bolsa de estudos que visava formar clérigos anglicanos. Mas Smith desprezava Oxford, dizia que os professores haviam desistido até de fingir que ensinavam. Também não foi ordenado um ministro episcopal, era um presbiteriano apesar de seu batismo anglicano. Voltou da Inglaterra em 1746, estabelecendo-se em Edimburgo, onde ficou desempregado por dois anos.
Em 1748, Smith foi convidado pelo juiz Henry Home a palestrar sobre Direito Natural, Literatura, liberdade de comércio e liberdade individual, patrocinado pela Sociedade Filosófica de Edimburgo. Tornou-se professor na Universidade de Glasgow em 1750, sem dificuldade em fazer a Profissão de Fé de Westminster para ser oficialmente presbiteriano e integrar o quadro de professores; primeiro na cadeira de Teoria da Lógica, e em 1752 ascendeu à cadeira de Filosofia Moral, que pertencia a Hutcheson. As palestras de Smith eram populares e converteram muitos mercadores à nova visão econômica combatente ao Mercantilismo.
Smith também era um entusiasmado contribuinte de associações educacionais e sociais presbiterianas e daquelas organizadas pelos professores universitários, literatos e advogados. Em 1753 fundou a Sociedade Literária de Glasgow. Foi o principal membro da Sociedade Filosófica de Edimburgo e da Sociedade Seleta, era ativo em outros clubes da cidade como o Oyster Club e o Poker Club; em Glasgow fazia parte do Clube de Economia Política e do Simson's Club.
Devido a fama de uma de suas principais obras, “A Teoria dos Sentimentos Morais” de 1759, ele foi convidado para ser tutor do Duque de Buccleuch em 1764, com quem viajou para França, exercendo a função por três anos, que lhe rendeu um salário anual vitalício duas vezes maior que o salário de professor universitário. Após sua tutoria, Smith voltou para Kirkcaldy, para finalizar “A Riqueza das Nações”, publicada em 1776; tão bem recebida que o Duque de Buccleuch o chamou para ser comissário da Alfândega Escocesa de Edimburgo em 1778, com um salário duplamente maior que o anterior, de £600 anuais. Adam ficou na função até a sua morte, em 1790.
Smith defendeu a igualdade perante a lei para todos, sendo errado o governo conceder vantagens a alguns à custa de outros. Ele achava inadequado quaisquer leis que freassem a produção dos homens, e sustentava que cada pessoa pudesse buscar livremente seus interesses, desde que não infringisse os direitos de outras pessoas. Era também um Whig, os Whigs do parlamento britânico lutaram por um governo limitado e por liberdade.
A “Mão Invisível” de Smith era uma oposição à economia planejada dos mercantilistas, que achavam que a economia era como uma torta: aquele que desejasse enriquecer precisava cortar um pedaço maior que os outros, para “A” ser mais rico, “B” precisava empobrecer. Mas Smith não se deu o trabalho de investigar a pobreza, para ele a riqueza é que era gerada. Constatou que no mercado os homens buscam seus próprios interesses, sendo necessário agradar aos outros; de modo que não era pela benevolência do padeiro ou do açougueiro que a comida chegava à mesa, mas porque estes comercializavam por si mesmos, e assim os interesses de diferentes homens acabam se integrando no mercado, como se houvesse uma “mão invisível” os conduzindo. A riqueza, para Smith, não era torta finita. Os homens poderiam produzir uma torta maior, mais riqueza. Smith ainda enfatizou a divisão do trabalho em suas obras.
Referências:
Biografia: Adam Smith. Disponível em: <http://ordemlivre.org/posts/biografia-adam-smith--2>. Acesso em 21 de dezembro de 2018.
OPITZ, Edmund A. Adam Smith and the Invisible Hand. Disponível em: <https://fee.org/articles/adam-smith-and-the-invisible-hand/>. Acesso em 21 de dezembro de 2018.
REED, Lawrence W. Adam Smith: Ideas Change the World. Disponível em: <https://fee.org/articles/the-wealth-of-everyone/>. Acesso em 21 de dezembro de 2018.
ROTHBARD, Murray N. O mito Adam Smith. Disponível em: <https://mises.org.br/Article.aspx?id=434>. Acesso em 21 de dezembro de 2018.
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