Invasões Bárbaras no Império Romano

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Por dois séculos o Império Romano viveu um período de estabilidade e prosperidade, conhecido como Pax Romana. Mas, a partir da crise do terceiro século, essa estabilidade foi substituída por uma crise marcada pelo desequilíbrio econômico e pelas constantes ameaças de invasões. Como a segurança do território imperial custava caro aos cofres públicos, que enfrentava dificuldades em enviar seus soldados para as diferentes regiões o Império, as conquistas de novos povos foram diminuindo, bem como o número de escravos conquistados, o que agravou mais ainda a situação política e econômica do Império.

Durante o Império Romano muitas ameaças eram comuns, dentre elas a invasão de povos estrangeiros, que não falavam nem o grego nem o latim. Esses povos, que procuravam invadir o território romano, ou para usar suas terras ou para se protegerem de outras invasões em seus próprios territórios, eram chamados de bárbaros pelos romanos. Com as fronteiras sob constante ameaça, a disputa com os povos bárbaros foi frequente, especialmente os povos germânicos, originários no norte da Europa. Dentre os povos bárbaros mais conhecidos estão os visigodos, os francos, os vândalos e os anglo-saxões. Embora disputassem com esses povos, as batalhas custavam caro para o Império que, além de tudo, precisava gastar para defender seu território. Esse cenário gerou um aumento significativo na arrecadação de impostos.

Esses povos representavam ameaça ao império não apenas pela tomada de terras, mas também pela introdução de suas culturas num Império que se queria homogêneo e unificado. Porém, não só através de guerras os bárbaros eram combatidos. Ciente das condições dos povos bárbaros, o Império Romano tratou de aceita-los em seu território e usá-los a seu favor, na garantia de trabalho em suas fronteiras. A manutenção de um império com tão vasto território era um dos principais problemas enfrentados pelos romanos. O envio de tropas para as diferentes regiões de seu território custava caro e dependia do investimento em obras públicas, com a construção de estradas que fizessem chegar a defesa aos locais necessários, e a arrecadação de impostos à Roma. Por isso, o uso dos povos bárbaros na proteção das fronteiras foi considerado uma saída importante para a defesa e manutenção do território romano.

No entanto, mesmo que os povos bárbaros tenham se instalado no território romano com a autorização do império, com o tempo passaram a representar ameaça, pois tinham intenções de dominar politicamente a região. Espalhados por todo o território romano, e atuando em sua defesa, os bárbaros poderiam tomar o poder, cada um em sua região, levando o Império Romano a uma crise consistente e ameaçando desintegrá-lo. Foi isso que os povos bárbaros tentaram fazer: os visigodos conquistaram a península Ibérica, os vândalos o norte da África, os francos uma porção da Gália e os Anglo-Saxões conquistaram a Bretanha. Esse processo enfraqueceu o Império Romano, ocasionando a formação de pequenos reinos e consequentemente com a diminuição do território romano. Em 476 um povo bárbaro, os Hérulos, foi o responsável pela deposição de Rômulo Augusto, o último imperador romano, pondo fim ao Império Romano do Ocidente.

Foi durante o período das constantes invasões bárbaras que o cristianismo passou a ser difundido e a ganhar adeptos, atingindo desde trabalhadores do campo até, mais tarde, membros das elites, pois apresentava esperanças possíveis em momentos de crise.

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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