Mofos e bolores são termos populares para indicar fungos que surgem sobre alimentos, com aparência cotonosa (aspecto aveludado) e colorações variadas. Muitos representantes pertencem aos ascomicetos, principalmente à sua fase assexuada reconhecida como fungos anamórficos. Aparecem com colorações esbranquiçadas, esverdeadas, alaranjadas, entre muitas outras (figura 1). Há o popular mofo preto do pão, que também aparece sobre frutas e pertence ao grupo dos Mucoromycotina e afins (antigamente como Zygomycota, ou zigomicetos) (figura 2).
Os fungos produzem um aparato de substâncias referidas como metabólitos secundários e, dentre estas substâncias estão às enzimas que auxiliam na decomposição. Quando sapróbios degradam matéria orgânica e muitas vezes aparecem decompondo compostos complexos como, inseticidas, pesticidas, entre outros. São heterótrofos e se nutrem por absorção após lançarem as enzimas no ambiente, que degradam o substrato e absorvem os nutrientes pela parede celular das hifas. As hifas são as células típicas dos fungos e o conjunto origina o micélio. Os fungos não formam um tecido como plantas ou animais e sim estruturas visíveis a olho nu, como os cogumelos, orelhas de pau e até mesmo alguns mofos e bolores. Estas estruturas são de reprodução, se originaram a partir da diferenciação celular do micélio e possuem nomes específicos, como basidiomas, ascomas e conidiomas. Contudo, a maioria das estruturas é observada ao microscópio óptico (ou de luz) e com maior riqueza de detalhes ao microscópio eletrônico. Observam-se esporos, conídios e estruturas que os produzem como esporangióforos, conidióforos, células conidiogênicas, etc.
Os esporos são as principais estruturas de reprodução dos fungos e para aqueles que representam mofos e bolores, há grande produção e dispersão. Na maioria das vezes a coloração do micélio sobre o alimento representa o conjunto de esporos. Para o mofo preto do pão, a coloração enegrecida representa os esporos no interior de esporângios (figura 2).
Importância dos mofos e bolores
Como mencionado anteriormente, os fungos que representam mofos e bolores pertencem ao grupo dos ascomicetos, em especial a fase assexuada (os fungos anamórficos) e aqueles em Mucoromycotina (ainda sem menção aportuguesada). Estes fungos possuem grande aplicação em setores alimentícios, farmacêuticos, biorremediação, controle biológico, entre outros. Além da importância para o ambiente, pois degradam matéria orgânica retornando nutrientes e minerais importantes a outros seres vivos, principalmente aos vegetais.
O gênero Penicillium, um fungo anamórfico, ficou bastante conhecido após a descoberta da penicilina 1928, pelo escocês, médico e professor, Alexander Fleming. Outras espécies do gênero aliadas a bactérias auxiliam na preparação e maturação de queijos, como o Brie e Camemberti, produzido por Penicillium camemberti.
Espécies de Mucor (Mucoromycotina) são grandes produtores de compostos utilizados em indústrias, dentre eles pode-se mencionar o etanol, ácido cítrico, amilases, glicerina, ácidos láticos, fumárico, succínico e oxálico. O ácido lático é utilizado como acidificante de embutidos e doces; o ácido cítrico serve para fins medicinais e flavorizantes de bebidas e geleias.
Bibliografia recomendada:
http://tolweb.org/tree/ (consultado em junho de 2018)
Hibbett, D.S. et al. 2007. A higher-level phylogenetic classification of the Fungi. Mycological Research 111: 509-547.
Evert, R.F. & Eichhirn, S.E. 2014. Raven/ Biologia Vegetal. 8ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 856p.
Terçaroli, G.R., Paleari, L.M. & Bagagli, E.2010. O incrível mundo dos fungos. São Paulo, Ed. Unesp, 125p.
Bononi, V.L. (org.) 1998. Zigomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos. São Paulo: Instituto de Botânica, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 181p.
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