A economia romana foi marcada por duas atividades principais: a agricultura e o comércio. No Império Romano havia uma certa estabilidade econômica, e, portanto, conseguiam manter uma única moeda corrente, as tarifas alfandegárias eram baixas e as estradas e os portos eram protegidos. Mas, para conquistar essa estabilidade econômica os romanos passaram por processos de conquista e expansão, especialmente ao longo do período republicano.
Uma das principais marcas da república romana foram as Guerras Púnicas, conflitos com Cartago, ao norte da África, em que as duas potências do mundo antigo disputaram a hegemonia econômica da região, ou seja, disputaram os domínios sobre o Mar Mediterrâneo, até então dominada por Cartago. Estes foram derrotados pelos romanos que passaram a explorar o comércio marítimo da região, conseguindo, inclusive, expandir seu território. A conquista do poder sobre o mediterrâneo e sobre a Península Itálica foi fundamental para o desenvolvimento da economia romana a partir do comércio marítimo, por onde circulavam mercadorias destinadas não apenas para a subsistência como também de artigos de luxo. Na época Roma importava insumos de diversas partes do mundo antigo. Consumiam cereais da Sicília e do norte africano, azeites do Egito e da região onde hoje se localiza a Espanha e o mármore para as suas construções vinha da Ásia e do norte da África. Outra importante conquista das guerras, como as Guerras Púnicas, foram os escravos, que acabavam destinados ao trabalho na agricultura e nas confecções. Os artesãos não produziam em larga escala, confeccionando produtos diretamente para os usuários.
Durante muitos séculos a agricultura foi a principal atividade econômica romana. Foi durante a República, após a vitória nas Guerras contra Cartago, que Roma passou a ser um importante centro comercial da região. Isso levou os romanos a controlarem o Mediterrâneo e, portanto, o fluxo de metais que transitavam pelo mar. Assim, a circulação comercial entre Roma e suas províncias passou a ser intenso. As províncias enviavam trigo, madeira, cobre, estanho, prata, peles, objetos de luxo, queijos e especiarias a baixo custo, e ainda pagavam impostos aos romanos.
Outro fenômeno evidente à época foi a ascensão e enriquecimento de alguns plebeus, que conquistaram terras e poderes políticos. Assim, o tamanho das propriedades de terras foram aumentando, transformando-se em grandes propriedades de plebeus enriquecidos, promovendo a saída do campo de plebeus que continuavam pobres e que não conseguiram prosperar sem as terras.
A saída do campo e o empobrecimento de uma parcela significativa dos plebeus gerou uma crise social no território romano. Para isso foi preciso criar uma política por parte do estado para subsidiar a sobrevivência desta população. Foi então criada a política de pão e circo, que ofertava alimentos a baixo custo e espetáculos sem custo para entretenimento.
A história romana na antiguidade é marcada por diferentes períodos. No início a agricultura era a principal atividade comercial, e após a conquista do comércio marítimo Roma conquistou hegemonia econômica na região, estabilizando-se e ampliando seus domínios. A reflexão de Pedro Paulo Funari é interessante para pensar sobre este tema. O autor afirma que “a vida econômica desenvolveu-se muito, mas a prosperidade foi desigual.” (FUNARI, 2002, p.61). Ou seja, embora tenha havido um importante e significativo desenvolvimento econômico, este desenvolvimento não chegou a todos os cidadãos romanos, que encontravam dificuldades até para sobreviver em uma sociedade marcada por profunda desigualdade.
Referência:
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.
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