Seres heterótrofos são organismos que tem como fonte de alimento, nutrientes originados de fontes externas. O termo heterótrofo é de origem grega, onde heteros significa diferente e trophos "que se alimenta".
Alguns estudos indicam que os primeiros seres vivos a surgirem no ambiente foram heterótrofos. A descoberta de registros fósseis de microrganismos filamentosos e relativamente simples e semelhantes a bactérias, datados desde 3,5 bilhões de anos no oeste australiano, são um dos argumentos que sustenta a teoria. Ao passo que a vida evoluiu os organismos se tornaram mais complexos, se desenvolvendo, se reproduzindo e transmitindo características as próximas gerações.
Estudos recentes demonstraram que praticamente todos os organismos possuem o mesmo código genético para traduzir o ácido nucleico, DNA (ácido desoxirribonucleico) em proteínas. Com isso, estudiosos do ramo presumiram que a vida surgiu de um ancestral comum (monofiletismo). Contudo, mesmo que existam lacunas e dúvidas com relação à história evolutiva dos organismos, o ancestral (relatado anteriormente) seria um microrganismo unicelular; heterótrofo; procarionte, ou seja, não há um núcleo celular (carioteca) envolvendo o material genético, neste caso o DNA; além de serem considerados simples na constituição, pois não apresentavam organelas como aquelas observadas posteriormente em células eucariontes.
Segundo a história da vida, à medida que os seres heterótrofos evoluíam e absorviam moléculas do ambiente para sobreviver começaram a competir por espaço. O ambiente se tornou escasso e os organismos que mais se adaptaram sobressaíram-se apresentando maiores chances de sobrevivência. Neste momento, surgem organismos mais complexos com estrutura celular mais elaborada, as células eucarióticas com carioteca envolvendo o material genético e organelas membranosas.
A “Teoria de Endossimbiose” considerada um marco com relação à origem de seres autótrofos e heterótrofos, cuja estrutura celular se tornou mais complexa, pois surgiram mitocôndrias e cloroplastos. Esta teoria foi bem apresentada pela bióloga norte americana, Lynn Margulis e, resumidamente, sugere que ao longo do tempo um organismo simples e procarioto sofre dobramentos em sua membrana originando um núcleo celular, a carioteca. Estes dobramentos também foram responsáveis pelo aparecimento de organelas membranosas e estas células ficaram conhecidas como células eucarióticas. Posteriormente, estas células englobam por fagocitose um microrganismo procarioto aeróbio e convivem simbioticamente; com o decorrer do tempo ocorrem mudanças com relação ao organismo fagocitado que se diferencia na organela conhecida como mitocôndria. Após este primeiro evento, ocorre outro semelhante, porém a célula eucariótica agora com a presença de mitocôndria engloba por fagocitose outro organismo procarioto simples e fotossintetizante (provável cianobactéria “primitiva”). Após a convivência simbiótica, o organismo fagocitado diferencia-se em cloroplasto. Acredita-se que vários eventos endossimbióticos ocorreram resultando em ancestrais de organismos vivos atualmente, tanto os autótrofos como os heterótrofos. Estes últimos representados por animais, fungos, bactérias e alguns protistas.
Bibliografia recomendada:
Evert, R.F. & Eichhirn, S.E. 2014. Raven/ Biologia Vegetal. 8ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 856p.
Fidalgo, O. & Fidalgo, M.E.P.K. 1967. Dicionário Micológico. Rickia – Série Criptogâmica dos “Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo”. Instituto de Botânica, São Paulo. 232pp.
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