As atividades humanas geram muitos resíduos — aquilo que chamamos genericamente de lixo —, os quais têm muitos impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde humana. Para evitar ou pelo menos minimizar tais impactos, existem diversas formas possíveis para o tratamento e disposição final dos resíduos na natureza, como compostagem, incineração, pirólise e reciclagem etc.
O que é incineração?
A técnica da incineração, concebida com a finalidade de reduzir a quantidade de lixo, vem sendo amplamente utilizada e aperfeiçoada desde o seu surgimento na Inglaterra do século XVIII. Este processo consiste na queima dos resíduos a temperaturas elevadas (acima de 900º C), em um ambiente rico em oxigênio, por um período determinado, resultando na redução de sua massa e volume e na sua transformação em material inerte.
Neste processo complexo, são produzidos diversos gases, como dióxido de carbono e vapor d’água, além de substâncias tóxicas, como metais pesados e poluentes orgânicos persistentes (POPs), que são cancerígenos e extremamente resistentes à degradação.
Diferentemente da simples queima de resíduos, a incineração é realizada em fornos especiais — que variam conforme as características dos resíduos — dotados de filtros que evitam que os gases tóxicos sejam liberados na atmosfera. Hoje em dia, os incineradores estão sendo construídos de forma a aproveitar a energia liberada na queima dos resíduos para diversos fins, como a produção de eletricidade ou calor e energia combinados.
Incineração no Brasil
Comparado a outros países a porcentagem de resíduo incinerada no Brasil é bastante pequena e diversas unidades de incineração que operavam no país foram desativadas nos últimos anos devido à sua situação precária. No tratamento de resíduos industriais e de saúde, no entanto, a incineração é bastante empregada.
Vantagens e desvantagens
Entre as principais vantagens da incineração, podemos citar a redução do volume de lixo (o que consequentemente diminui a necessidade de aterros), a eliminação de características patogênicas dos resíduos de saúde, e também a recuperação energética, que pode substituir as formas de geração energia tradicionais, eliminando a emissão de gases oriundos das estações de energia. Entretanto, infelizmente, o aproveitamento energético de resíduos sólidos através da incineração é uma prática pouco utilizada no Brasil.
Quanto aos problemas, podemos destacar as falhas de manutenção e operacionais que podem resultar na emissão de gases tóxicos na atmosfera — uma das razões pelas quais foram desativadas diversas unidades de incineração no país. Outra questão é que esta prática não é considerada uma solução sustentável para o problema dos resíduos, dado que não estimula o consumo consciente e a redução do desperdício.
Referências:
Consumo sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC. 2005.
Chirico, V. Incineração de resíduos urbanos. 1996.
Moraes, J. Dificuldades para o aproveitamento energético de resíduos sólidos através da incineração no Brasil. Geosaberes. 2016
As implicações sobre o processo de incineração de resíduos. Câmara dos Deputados. Acesso em: 09/2018.
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