Hedi Slimane para Celine

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Quem acompanhou de perto a temporada de moda viu que tivemos duas estreias super esperadas. Uma delas na Burberry, com Riccardo Tisci, que me encantou completamente. A outra era a Celine (que hoje não tem mais acento no “é”) assinada por Hedi Slimane, o ex-estilista da Saint Laurent. Confesso que, desde a saída de Phoebe Philo da marca francesa, fiquei curiosa para saber quem seria seu/sua sucessor/a. Poucos suspeitavam sobre Slimane ser a opção para dar continuidade às coleções elegantes, minimalista e com um ar que misturava um estilo maduro com jovialidade que só ela poderia fazer. E fazia muito bem. Eu sou fã absoluta da estética que a diretora criativa investia, mas confesso que Hedi também me encantava de uma certa foma. Ele tem bom gosto, noção do que é sofisticado e pode se tornar desejo. Para o Fall 2016 da Saint Laurent (o seu último para a grife), ele apresentou um casaco em formato de coração que me marcou muito – e uma série de fashionistas morreu de amores pela peça também. Por isso, senti uma expectativa enorme dele ir para a Celine.

O dia chegou e não se falava sobre outro assunto. Todos sabiam que, quando uma marca elegia um estilista para comandar o processo criativo é porque ele tem algo do seu estilo para acrescentar – e até dar um ar diferente. No caso de Hedi, era como se ele tivesse transportado toda a sua história da Saint Laurent para a Celine. E as imagens comparativas mostram que há uma similaridade enorme entre peças de ambas as grifes comandadas por ele.

Confesso que sinto falta da estética de Phoebe e que ela deixou uma série de orfãs das criações. E é exatamente o exemplo que aconteceu com a Gucci, assim que Alessandro Michele entrou. Tudo mudou. Nada da época de Frida Giannini se manteve – e nem a mesma mulher Gucci existia, mas ele captou desejos para todo o público – do mais jovem à consumidora mais fiel desde Tom Ford que poderia adquirir uma bolsa ou um acessório. Li que a intenção do grupo detentor da Celine era exatamente este, fazer uma mudança geral, porque a construção deste estilo foi muito dos gostos pessoais da ex-estilista. Acredito que ela poderia dar sequência ao seu trabalho em uma marca própria e a nova Celine seguir com suas ideias novas, porque ainda terá um tempo para todos os fashionistas digerirem essa mudança.



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