Quando os pequenos iniciam o processo de comunicação oral, muitas pessoas acham bonito ouvi-los falando errado. Na maioria das vezes, pronunciar as palavras de maneira errônea, trocar vogais e fonemas faz parte do desenvolvimento normal de meninos e meninas. Mas, dependendo da forma e frequência, isso pode se tornar um problema no futuro ou até mesmo indicar uma doença mais grave.
Mesmo sabendo disso, um dos costumes recorrentes entre as famílias é o de comunicar-se de uma maneira infantilizada com as crianças. É comum que os pequenos cometam alguns deslizes como falar "pato” e não ''prato”, “cao” e não ''carro", ''cato” e não ''gato”, mas, segundo especialistas, não devem ser incentivados a manter essa pronúncia por muito tempo.
Por isso, fique atento à maneira como você e os outros adultos da casa se expressam diante das crianças, pois elas aprendem repetindo o que ouvem e, dependendo da comunicação que prevalece, os pais podem ajudar ou atrapalhar o desenvolvimento dos seus filhos.
Quando falar errado deixa de ser fofo e passa a ser um problema?
Não há como determinar uma data exata que sinalize a “normalidade” da fala, até porque a linguagem oral tem inúmeras particularidades. Algumas crianças têm um processo mais rápido, enquanto outras mais lentos. Apesar disso, um parâmetro pode nortear os pais a perceberem se as coisas andam fora do normal.
As primeiras palavras costumam ser balbuciadas pelos bebês entre 10 e 14 meses de idade. Aos 18 meses, eles possuem um vocabulário com até 20 termos. Com dois anos e meio, iniciam-se as primeiras sentenças. Aos três, a criança já entende o que o adulto fala e utiliza novas palavras. Os fonemas são pronunciados adequadamente aos 4 anos.
Entre dois e cinco anos, ocorre o apogeu do desenvolvimento da linguagem e, nessa fase, são formadas as primeiras palavras isoladas e as frases. A partir dos cinco anos, espera-se que a fala já deva estar amadurecida. Se é percebida dificuldade excessiva em alguma das etapas do progresso da fala das crianças, os pais devem procurar um especialista para avaliar o progresso, considerando a individualidade da criança.
As dificuldades de identificar problemas de desenvolvimento estão relacionadas, frequentemente, às consultas cada vez mais curtas. Além disso, na presença do médico, os pequenos costumam ficar intimidados e se calam, o que pode dificultar a análise.
O grande perigo dessa demora é o diagnóstico tardio de surdez, transtornos da fala e autismo. Quanto mais cedo reconhecer qual é o problema, mais cedo o tratamento adequado começará. Por isso, ao tomar a iniciativa de levar a criança ao médico, carregue anotações com suas observações e dúvidas. Lembre-se: o principal observador é você!
Quais são os problemas mais comuns no desenvolvimento oral das crianças?
Conhecer alguns problemas e estágios de desenvolvimento da fala nas crianças ajuda a identificar possíveis problemas. Confira quais são os problemas mais comuns na fase inicial do desenvolvimento da fala e saiba como lidar com eles!
1. Demora para falar
É importante acompanhar as crianças no desenvolvimento da fala ao decorrer do crescimento. Se a criança foge do padrão tido como parâmetro normal ou se ela começa a falar e depois para, sem evoluir, você deve se preocupar.
2. Trocar de sons
É comum que até os três anos a criança fale tudo, mas troque alguns fonemas. Mas, se depois dessa idade ela continuar substituindo o “r” pelo “l”, como o personagem Cebolinha da Turma da Mônica, por exemplo, o ideal é levá-la ao médico para ver se há algo errado.
3. Gagueira
A quebra da fluência na fala é comum entre as crianças em idade de estruturação da linguagem. Até os cinco anos é normal apresentarem dificuldade na emissão de palavras, prolongar alguns sons e repetir sílabas ou palavras. Se isso persistir após essa idade, é preciso procurar um fonoaudiólogo que faça um diagnóstico e diferencie a disfluência normal da gagueira.
4. Língua presa
É uma alteração em que o frênulo lingual, que fica embaixo da língua, limita sua movimentação. Embora seja um problema que atinge 15% da população tenha, raramente é diagnosticado precocemente. Alguns sinais podem ser observados desde bebês, quando eles têm dificuldade de mamar devido à sucção não conseguir ser feita. Já em crianças maiores, um dos traços é que elas não conseguem colocar a língua para fora.
Assim como no desenvolvimento da linguagem, a criança possui uma fase para o desenvolvimento dos fonemas e às vezes não consegue adquiri-la sozinha. Entre os fatores que influenciam, estão os orgânicos e os funcionais. No primeiro caso, a má-oclusão dentária, alterações congênitas, paralisia facial e a respiração bucal são possíveis responsáveis. Já no segundo, o uso prolongado de chupeta e mamadeira, problemas emocionais e vícios de articulação são os protagonistas.
Sempre que surgirem as dúvidas, procure um especialista!
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