A classificação biológica usada por especialistas da área inclui algas euglenófitas no filo Euglenophyta e classe Euglenophyceae. As euglenófitas ou organismos euglenoides têm ampla diversidade e compreendem cerca de 1.000 espécies registradas. Estudos moleculares sugerem que os primeiros organismos fagocitavam partículas sólidas e, portanto, eram heterótrofos. Atualmente, 2/3 dos euglenoides são heterótrofos e também ingerem compostos orgânicos dissolvidos no ambiente. Apenas 1/3 dos representantes são autótrofos, ou seja, realizam fotossíntese e o mais conhecido são as euglenas (gênero: Euglena). Para tanto, possuem clorofila do tipo a e b, além de carotenoides, outro tipo de pigmento, o que sugere que os cloroplastos destas algas surgiram de uma endossimbiose com uma alga verde.
O hábito alimentar explica a preferência pelos locais que habitam. Logo, são encontradas em ambientes de água doce rico em matéria orgânica; poucas espécies forma registradas em ambientes marinhos, em água salobra e solos úmidos.
Morfologia e características gerais
Organismos euglenoides têm representantes unicelulares, flagelados e raramente coloniais. A maioria das euglenófitas não possui parede celular sobre a membrana plasmática. Assim, a sustentação da membrana celular se deve a uma película constituída por proteínas, que pode ser flexível ou rígida (figura 1) e fica abaixo da membrana. As euglenas apresentam as características típicas da maioria dos representantes e pode ser visualizada na figura 2.
Os organismos natantes possuem dois flagelos, porém apenas um é longo e observado, enquanto que o outro fica na base de outra estrutura referida por estigma ou mancha ocelar, cuja função é de um sistema fotossensível. Outra estrutura importante é o vacúolo contrátil, que tem como função eliminar o excesso de água, via osmose, do interior do organismo para o ambiente. A substância de reserva energética é o paramido, grânulos de polissacarídeos que se formam no citoplasma e são estocadas nos plastos (conhecidos também como plastídios, ou cloroplastos). Estes organismos possuem vários plastos.
As euglenófitas se assemelham muito a outras algas, principalmente as algas verdes, pois além do tipo de clorofila, os plastos apresentam uma região rica em proteína conhecida como pirenoide, que armazena a rubisco, principal enzima da fotossíntese.
Ciclo de vida
O tipo de reprodução registrado para as euglenófitas é assexuado e ocorre por divisão binária (ou citocinese longitudinal), quando algas unicelulares dividem-se por mitose originando novas algas (como um clone). Diferente de outros protistas, plantas, animais e fungos, estas algas mantém o envelope nuclear intacto durante a mitose. A reprodução sexuada é desconhecida ao grupo.
Bibliografia recomendada:http://tolweb.org/Eukaryotes/3 (consultado em julho de 2018)
http://tolweb.org/Euglenozoa/2405 (consultado em julho de 2018)
Bicudo, C.E.M. & Menezes, M. (orgs.) 2006. Gênero de Algas Continentais do Brasil (chave para identificação e descrições). Ed. Rima, 2ª. edição, São Carlos, SP. 502p.
Evert, R.F. & Eichhirn, S.E. 2014. Raven/ Biologia Vegetal. 8ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pp.278-316
Fidalgo, O. & Fidalgo, M.E.P.K. 1967. Dicionário Micológico. Rickia – Série Criptogâmica dos “Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo”. Instituto de Botânica, São Paulo. 232pp.
Judd, W.S., Campbell, C.S., Stevens, P.F. & Donoghue, M.J. 2009. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. Artmed, 3ª. edição, Porto Alegre, RS. 632p.
Lee, R.E. 2008. Phycology. 4ª edição, Cambridge University Press, New York. 561pp.
The post Algas euglenófitas appeared first on InfoEscola.
InfoEscola https://ift.tt/2x6YKT3
Publicado primeiro em https://www.infoescola.com"
Nenhum comentário:
Postar um comentário