Diabetes em cães e gatos

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Existem 2 tipos de diabetes nos cães e nos gatos: Diabetes insípido que tem origem no hipotálamo (origem central) ou nos rins (origem nefrogênica). Diabetes melittus que tem origem no pâncreas endócrino (parte glandular hormonal) que pode ser pode ser do tipo I e do tipo II.

A diabetes insípido é uma síndrome poliúrica que resulta na ineficiência da conservação da hidratação do organismo. Os sinais clássicos da diabetes insípido é a poliúria e polidipsia.

A diabetes insípido central (DIC) pode ser causada por dano no sistema neuro-hipofisário como traumatismos cranianos, neoplasias e malformações do hipotálamo e hipófise. Pode ser parcial ou completa. Sinais neurológicos são preocupantes e indicam traumas ou tumores hipotalâmicos ou hipofisários em expansão

Diabetes insípido nefrogênico (DIN) é de uma resposta inadequada dos néfrons aos hormônios antidiuréticos secretados pela hipófise. Pode ser primário (congênito e raro) ou secundário (adquirido e mais comum).

Diabetes melittus é uma deficiência na secreção de insulina pelas células β do pâncreas, produzindo desequilíbrio na utilização da glicose do sangue.

A diabetes melittus mais comum em cães é do tipo 1, insulinodependente, que se caracteriza por incapacidade de manter o controle glicêmico levando a hiperglicemia devido à insuficiência de secreção de insulina, necessitando de insulina exógena para manter os níveis de glicose normais. A causa da diabetes mellitus é multifatorial: predisposição genética, infecções, medicamentos antagonistas à insulina, obesidade, mecanismos autoimunes e pancreatite, que levam a perdas irreversíveis de células beta pancreáticas, secretoras de insulina.

A hiperglicemia consequente à diminuição da insulina no sangue gera: glicose na urina, poliúria, polidipsia, polifagia, e perda de peso. Sem a insulina os tecidos não conseguem utilizar a energia proveniente da glicose no sangue, levando à formação de corpos cetônicos compensatória, desenvolvendo uma cetoacidose.

Já a diabetes melittus nos gatos é predominantemente do tipo 2 e trata-se de uma resistência crônica à insulina endógena. Pode ser dependente de insulina ou não, dependendo da intensidade da destruição das células β. A média de idade de ocorrência da doença é 10 anos, comum em machos castrados.

Foto: Ermolaev Alexander / Shutterstock.com

Sintomas

Os sinais clínicos são semelhantes em cães e gatos: letargia, perda de peso, redução da limpeza do pelame, pelos secos emaranhados e sem brilho, fraqueza, redução do ato de saltar, neuropatia e postura plantígrada e uma das complicações é a lipidose hepática, observando-se uma hepatomegalia. As complicações a longo prazo incluem: hipoglicemia, pancreatite crônica, infecções recorrentes, cegueira e o risco de cetoacidose diabética.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito pela observação dos sinais clínicos, hiperglicemia persistente, glicosúria, e avaliação da frutosamina sérica. O tratamento da diabetes tipo 1 consiste em aplicação de insulina e controle da glicemia por toda a vida do animal. Já o tipo 2 é variável em relação à insulina. Modificações na dieta podem levar ao controle glicêmico. Hipoglicemiantes orais e controle de doenças concomitantes podem ser necessários.

A cetoacidose diabética é uma complicação severa do diabetes melittus. Trata-se de um quadro resultante da insuficiência de insulina e aumento do glucagon no sangue, produção acima do normal da produção de corpos cetônicos e, consequente acidose metabólica. Os sinais clínicos da cetoacidose são: desidratação, taquipineia, vômitos e às vezes odor de acetona na respiração. É uma condição grave e pode levar ao óbito.

Fonte:

Nelson, R.W.; Couto, G.; Medicina interna de pequenos 5. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2015

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