Também conhecido como mal da manqueira, perna negra ou blackleg, o carbúnculo sintomático é causado pela bactéria Clostridium chavoei. É uma doença de curso agudo em ovinos e bovinos. A infecção geralmente é endógena e os esporos são ativados por lesões traumáticas.
O Clostridium chavoei é uma bactéria anaeróbica com capacidade de esporular. A doença ocorre pela multiplicação das bactérias e a produção de toxinas no tecido muscular e subcutâneo, formando uma lesão local e toxemia. Esses micro-organismos são capazes de produzir esporos muito resistentes ao calor, frio, dessecação e produtos químicos, podendo permanecer estáveis muitos anos no ambiente. Esta espécie de bactéria produz quatro toxinas responsáveis pela manifestação da doença: hemolisina/necrotoxina, deoxirribonuclease, hialuronidase e hemolisina.
Epidemiologia
O carbúnculo sintomático é de distribuição mundial e causa grandes perdas econômicas. O grupo de maior risco são os bovinos jovens (6 meses a 2 anos de idade), porém todas as espécies de campo são susceptíveis, principalmente em clima quente.
Patogenia
A patogenia ainda não é plenamente conhecida, acredita-se que há a ingestão de esporos da bactéria que ficam circulantes e latentes em músculos e órgãos por várias semanas. Há diversos fatores que podem desencadear uma infecção, como trauma, cirurgias, isquemias, tumores e infecções. Estas lesões formam um ambiente anaeróbico pela falta de oxigenação tecidual, formando um ambiente ideal para esporos latentes nos vasos locais se oportunizarem, germinando-se e produzindo toxinas. As grandes massas musculares dos membros, do dorso e do pescoço são as mais afetadas. A toxina liberada causa uma celulite gangrenosa e miosite que rapidamente levam à óbito.
As manifestações clínicas são:
- Forma Superaguda : de 8 a 12 horas de curso, ou morte súbita.
- Forma Aguda com 36 a 72 horas de curso, que tem como sinais clínicos: febre alta, claudicação do membro quando este é atingido, à palpação observa-se edema e crepitação devido às bolhas de gás produzidas pela bactéria, dispneia por lesões nos músculos da garganta, anorexia, atonia ruminal e morte.
- Forma Clássica: mais comum e atinge a musculatura esquelética
- Forma visceral: é rara e atinge principalmente o coração.
À necropsia, os achados mais comuns são: completa rigidez cadavérica, lesões locais nas grandes massas musculares (necrose e enfisema), lesões antigas que possuem o centro seco e a região central com gás, além de fibrina devido à lesão vascular. Observa-se também odor rançoso (manteiga/ácido butírico), líquido sanguinolento nas cavidades, sangue escuro e coagulado, fígado rígido e escurecido e baço diminuído.
Tratamento
O tratamento é pouco efetivo, já que a doença mata rapidamente. A imunização ainda é a melhor chance para evitar a doença, ainda que as vacinas comerciais tenham se mostrado ineficazes, é possível a utilização de cepas de campo.
Fontes:
Oliveira, Sergio J. de, Guia Bacteriológico prático: microbiologia veterinária. 2ª Ed. Canoas: Ed. Ulbra, 2000
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